terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Em nove anos, poder aquisitivo em São Paulo cresce menos que a média nacional - por Virginia Toledo

Em nove anos, poder aquisitivo em São Paulo cresce menos que a média nacional
Paulista ainda tem renda maior, mas de 2001 a 2009 a diferença diminuiu em relação a outras regiões
São Paulo – Apesar de manter-se à frente da média nacional, o crescimento do poder aquisitivo da população do estado de São Paulo foi inferior ao do país no período de 2001 a 2009, aponta pesquisa divulgada nesta terça-feira (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A renda per capita do paulista em 2001 era de R$ 738,20 e atingiu R$ 806,90 em 2009, o que representou um aumento de 9,3%. Já a média nacional em igual período subiu 23,5%, de R$ 511,50 para R$ 631,70.

Segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, o crescimento da renda per capita ser menor que a média nacional deve-se ao fato de São Paulo não manter o dinamismo apresentado anteriormente. "São Paulo no passado era conhecido como a locomotiva do Brasil. Nas décadas de 50 e 80 a renda domiciliar do estado crescia mais rapidamente que a do Brasil. O cenário de hoje mostra o dinamismo de outras regiões", destava Pochmann.

Em sua totalidade, a evolução dos índices sociais de São Paulo foi mais lenta se comparada aos índices brasileiros, mesmo o estado mantendo números maiores que as médias nacionais. A comparação faz parte da série "Situação Social nos Estados", em que o Ipea compara os dados de cada estado à média da região a que pertence e à média nacional. O estudo usa índices registrados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE).

Índices relacionados a trabalho e renda foram os que mais sinalizaram diferenças negativas de São Paulo em relação às médias do Brasil e de toda a região Sudeste. A taxa de desemprego está entre elas. Em 2001, os desempregados em São Paulo representavam 10,8% da população economicamente ativa (PEA), ante 9,3% em 2009. No Brasil, o índice de 9,2% em 2001 foi para 8,2% em 2009. Já no Sudeste, a taxa passou de 10,5% para 8,6%.

O presidente do Ipea relaciona os índices que apresentaram números mais modestos à vulnerabilidade de estados como São Paulo diante de crises econômicas mundiais. Por ter característica urbana e industrial, o estado apresentou queda relevante nos índices de desemprego por causa da crise financeira iniciada em 2008. Daquele ano para 2009, a taxa de desemprego subiu 19,2% em São Paulo (de 7,8% para 9,3%), um pouco acima da média do país (17,1%), de 7% para 8,2%.

Quanto à remuneração do trabalhador, de acordo com o Ipea, São Paulo ainda lidera a média nacional e regional, mas registra queda de 6,8% no período: de R$ 1.450 em 2001para R$ 1.362 em 2009. Em nível nacional e na região geográfica, o valor teve ligeiras altas: no Brasil, a média subiu de R$ 1.039,41 para R$ 1.116,39, enquanto no Sudeste foi de R$ 1.250 para R$ 1.264.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br

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