Cinquenta anos
depois do ato que sepultou as liberdades democráticas no país, a Pública obtém
documentos que provam que foi a direita paramilitar, e não a esquerda, que deu
início a explosões de bombas e roubos de armas
Documentos
inéditos, guardados há meio século nos arquivos do Superior Tribunal Militar
(STM), jogam luzes no cenário que levou ao recrudescimento da ditadura militar,
com a edição do AI-5 (Ato Institucional número 5) em dezembro de 1968.
Depoimentos de personagens, relatórios oficiais e uma infinidade de papéis
anexados a processos que somam cerca de 10 mil páginas, ao qual a Pública teve
acesso, demonstram que o AI-5 fez parte de um plano para alongar a ditadura com
atentados a bomba em série, preparados no final de 1967 e executados até agosto
do ano seguinte por uma seita esotérica, paramilitar e de extrema direita.
Até esse
momento, episódios de ação armada da esquerda, que também ocorreram, eram
apontados como causa para a decisão dos militares de endurecer o regime.
Comandadas por
um líder messiânico a serviço da linha dura do governo militar, as ações
terroristas da direita, que chegaram a ser atribuídas, equivocadamente, às
organizações de esquerda, segundo apontam as investigações, tiveram como
estratégia aquecer o ambiente como preparação do “golpe dentro do golpe”, o que
daria ao regime uma longevidade de mais 17 anos.
Na cadeia de
comando do grupo se destacam um general da reserva Paulo Trajano da Silva, que
se dizia amigo pessoal do então presidente-ditador Artur da Costa e Silva, e,
na linha de frente do plano, um complexo personagem, Aladino Félix, conhecido
como Sábado Dinotos, líder da seita, mentor e também autor dos atentados.
Formado por 14
policiais da antiga Força Pública (como era chamada à época a Polícia Militar
de São Paulo), todos seguidores fanáticos de Aladino Félix, o grupo executou 14
atentados a bomba, furtou dinamites de pedreiras e armas da própria corporação,
além de praticar pelo menos um assalto a banco, plenamente esclarecido. Foram
os pioneiros do terrorismo, e os responsáveis pela maioria das ações
terroristas registradas no período – um total de 17 das 32 contabilizadas pelos
órgãos policiais.
- Para ler o
artigo na íntegra, clique aqui:
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/02/politica/1538488463_222527.html
agência de notícias
anarquistas-ana
Entre haicais e
chuva
Súbita inspiração:
Um trovão.
Súbita inspiração:
Um trovão.
Sílvia Rocha
Fonte: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2018/10/04/atentados-de-direita-fomentaram-ai-5/
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