quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Já está nas telonas “Intolerância.doc”, documentário sobre crimes de ódio no Brasil – por A.N.A.

Já está nas telonas “Intolerância.doc”, documentário sobre crimes de ódio no Brasil
Filme conta história de membros da Gaviões da Fiel e da Mancha Alvi Verde assassinados, além de punk e gay mortos por skinheads e travesti agredida.

Com direção de Susanna Lira, o filme retrata a trajetória de cinco pessoas:
André Lezo, torcedor da Mancha Alvi Verde, e Felipe Dime, torcedor da Gaviões da Fiel, vítimas fatais de espancamento; Johni Raoni, punk morto a facadas por skinheads; Renata Perón, travesti que perdeu um rim ao ser agredida por um grupo de desconhecidos; e Edson Neris, espancado e morto por skinheads que o identificaram como gay.
O material de divulgação de “Intolerância.doc” informa que, entre janeiro e julho deste ano, 101 pessoas trans foram assassinadas, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais.
Já em 2016, considerando-se minorias sexuais em geral, a cada 25 horas um LGBT foi assassinado.
Com relação especificamente ao futebol, o texto cita que, desde oututro de 1988, já houve 296 vítimas.
> Assiste o trailer do filme aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=AtFdx4G-7UA

agência de notícias anarquistas-ana
as pálpebras do gato
ao ritmo das gotas
do candelabro
Valentin Busuioc

Há 1 ano que Dilma Rousseff teve sua faixa presidencial roubada - por Latuff

Fonte: https://twitter.com/latuffcartoons?lang=pt

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

[EUA] Batalhas da história, por Mumia Abu-Jamal - por A.N.A.

Batalhas da história, por Mumia Abu-Jamal
Os eventos em torno a Charlottesville, Virgínia, tem uma ressonância muito mais além dos limites da Universidade Old Dominion.
Ainda que começaram como um assunto local, em pouco tempo assumiram um caráter nacional, porque vem da história da nação, uma história não só em disputa, senão amargamente não resolvida.
Essa história, claro, é o veneno tóxico da supremacia branca e sua detonante: a escravidão africana. A intencional exploração econômica, social, comunal e psíquica dos africanos durou séculos para o benefício financeiro e psicológico da nação branca.
Esta toxina contaminou a corrente sanguínea da nação e infectou a todos os segmentos da sociedade. Foi uma parte integral do desenvolvimento da brancura como a identidade fundamental para milhões de pessoas que se chamavam “americanos”.
Enquanto observamos os protestos que percorrem o país, a primeira coisa que devemos reconhecer é que estas não se tratam de monumentos. Tampouco se tratam da Guerra Civil. Se tratam do presente –– da maneira em que o país se define, como se vê e como entende seu futuro.
A história, a história verdadeira, tem mais que ver com hoje que com ontem, porque é o caminho ao amanhã e vive ou morre no pensamento da juventude que aprende ou desaprende como este país nasceu, e com qual papel jogarão nos dias por vir.
O grande lutador pela liberdade, Malcolm X, disse uma e outra vez que de todos os nossos estudos, a história recompensa melhor nossa pesquisa. Ele sabia isto, não só porque seu mestre, o honorável Elijah Muhammad o ensinou, senão porque ele o aprendeu na experiência de sua vida. Quando era preso do estado de Nova York, era tão odiado que lhe disseram Satã.
O aprender uma história negra mais profunda lhe fez um homem novo. Lhe deu confiança e transformou sua aversão em amor. Lhe deu propósito, e o que é talvez mais importante, perspectiva.
Perspectiva. Como olhar o mundo, como interpretá-lo, como entender por que as coisas são como são. Este é o verdadeiro valor da história. Nos ensina uma perspectiva do agora, e não do ontem.
A existência dos monumentos, agora de cor verde pela oxidação e o cocô de pombas, parece ser o tema básico da recente polêmica.
Mas a Presidência de Trump indicou um grande salto atrás. É a expressão de um temor profundo ao futuro, à mudança, à transformação.
Então, seus seguidores se aferram ao ontem, invocando a tradição, como se a tradição central dos Estados Unidos não fosse a escravidão africana, a exploração dos negros, um sistema que converteu o país em um poder econômico internacional.
Por isto, Charlottesville é um momento decisivo, o ponto chave sobre o qual a nação pode retroceder ou avançar, assim criando uma nova história. Isto, pode ser determinado e será determinado só pelas e pelos estadunidenses.
Desde a nação carcerária, sou Mumia Abu-Jamal.
Fonte: https://amigosdemumiamx.wordpress.com/2017/08/23/batallas-de-la-historia/

Tradução > Sol de Abril
Conteúdo relacionado:
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2017/08/19/eua-a-america-de-trump-e-a-nossa-por-mumia-abu-jamal/

agência de notícias anarquistas-ana
O verso é um doido cantando sozinho,
Seu assunto é o caminho. E nada mais!
O caminho que ele próprio inventa…


Mario Quintana
Fonte: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2017/08/30/eua-batalhas-da-historia-por-mumia-abu-jamal/

Filme feito pela PF, Globo e Lava Jato louvando o golpe e criminosos de direita é mal recebido

Fonte: http://caviaresquerda.blogspot.com.br/2017/08/filme-feito-pela-pf-globo-e-lava-jato.html

Liberdade a Rafael Braga !!!


"O caso Rafael Braga é a vergonha deste país.

O caso Rafael Braga é o símbolo do estado de exceção que junta juízes incapazes, autoridades inúteis e um não-presidente no mesmo saco de absurdos.

O caso Rafael Braga é a prova inequívoca que falhamos enquanto Estado.

O caso Rafael Braga é a demonstração de somos um "Estado falido", incapaz de garantir os direitos mínimos ou um julgamento que faça justiça.

O caso Rafael Braga - hoje padecendo de tuberculose e dormindo no chão da cela - vai manchar de sangue todo o juiz e desembargador que participou daquele arremedo de processo.

O caso Rafael Braga é sinônimo do arbítrio que está se tornando regra no nosso sistema judicial" ...

Fonte: http://jornalggn.com.br/blog/blogfernando/rafael-braga-por-fernando-horta

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Estou com @pabllovittar, e minha arte também! - Latuff

Fonte: https://twitter.com/LatuffCartoons

O Senado dos EUA quer enquadrar Wikileaks como "agência de inteligência hostil"

O Senado dos EUA quer enquadrar Wikileaks como "agência de inteligência hostil"
O governo dos Estados Unidos abomina o WikiLeaks pelo menos desde 2010, quando o grupo divulgou mais de meio milhão de documentos

Já foi fácil torcer pelo WikiLeaks. Mas, desde 2010, muitos – eu, inclusive – assistiram com um certo desânimo a derrocada do site, que foi de organização corajosa, capaz de dar guarida aos vazamentos de Chelsea Manning, a uma miscelânea de campanhas de má-fé e revelações para chamar a atenção da mídia. Chegamos ao ponto em que o WikiLeaks sustenta a teoria da conspiração conhecida como Pizzagate (segundo a qual o ex-diretor de campanha de Hillary Clinton estaria por trás de uma rede de pedofilia). Julian Assange não consegue nem mesmo escrever um tweet sobre óculos escuros sem um viés conspiracionista. Nesse contexto, dá para entender quem pensa que o fundador do site é movido não só pelo zelo à transparência como também pelas várias contas que tem a acertar. Mas mesmo os críticos mais duros do WikiLeaks devem se opor à tentativa do Senado norte-americano de rotulá-lo como “agência de inteligência não-estatal e hostil” no projeto de lei que define o orçamento deste ano para os serviços de inteligência dos EUA.
Ron Wyden, por exemplo, não é exatamente um amigo do WikiLeaks. Em maio, o gabinete do senador de Oregon publicou no Twitter que era “um fato estabelecido” que “Trump estimulou ativamente os russos e o WikiLeaks a atacar a democracia [norte-americana]”. Também destacou os suspeitos elogios de Trump ao WikiLeaks durante a campanha eleitoral. Assim como seus colegas democratas do Comitê de Inteligência do Senado, Wyden aderiu à linguagem dura, usada no projeto de lei, para se referir à intromissão russa. Mas, diferentemente de seus pares, votou contra o texto por conta da seguinte frase: “O Congresso entende que o WikiLeaks e a liderança do WikiLeaks se assemelham a um serviço de inteligência não-estatal e hostil, frequentemente apoiado por agentes do Estado, e devem ser tratados como tal pelos Estados Unidos”.
Mas então, o que é exatamente um “serviço de inteligência não-estatal e hostil”? Excelente pergunta. “Serviço de inteligência” significa agência de espionagem. E agências de espionagem, por sua vez, são ferramentas do governo – ou seja, nunca são não-estatais. É exatamente por isso que Wyden, apesar de se opor ao WikiLeaks e de estar determinado a investigar a interferência russa no processo eleitoral, saiu em defesa do site. Resoluções oficiais são perigosas quando ninguém sabe ao certo a que se aplicam. Pode até ser que a expressão seja puramente simbólica. Mas a cláusula pode ser bem mais nociva, ameaçando muitas publicações que consideramos que não têm nada a ver com interferência externa. 
O jornal “The Hill” relata que Wyden se opos ao uso da “frase heterodoxa” para definir o WikiLeaks porque o termo ambíguo “pode ter consequências legais, constitucionais e políticas, principalmente se for aplicado a jornalistas que estejam investigando assuntos sigilosos”. Wyden afirma ainda que a ideia de que “o governo dos EUA tenha um plano de ação não declarado contra ‘serviços de inteligência não-estatais e hostis’ é igualmente perturbadora”. Quando o diretor da CIA Mike Pompeo usou essa mesma expressão para descrever o WikiLeaks durante uma palestra em um think tank, em abril, as palavras já haviam soado bem obscuras. Nada mudou quatro meses depois, a não ser a possibilidade de esse tipo de linguagem se tornar de fato uma política de governo. Isso é muito sintomático e preocupante, mesmo que você odeie o WikiLeaks.
O assessor de imprensa de Wyden, Keith Chu, afirma que, apesar de o senador “ter reiteradamente criticado o WikiLeaks pelo papel a que se prestou na última eleição, de ferramenta da Rússia”, é fácil imaginar “como esse tipo de classificação poderia vir a ser empregado contra veículos de imprensa legítimos ou contra jornalistas que tenham usado materiais publicados pelo WikiLeaks”. Resumindo, independentemente da opinião que alguém possa ter sobre Assange e seu site, “o precedente aberto por essa nova categoria de inimigo dos EUA é perigoso”.
O governo dos Estados Unidos abomina o WikiLeaks pelo menos desde 2010, quando o grupo divulgou mais de meio milhão de documentos que revelaram segredos de décadas da diplomacia norte-americana e das guerras do Iraque e do Afeganistão. Esse desprezo oficial não é segredo para ninguém. O site existe para antagonizar e constranger governos do mundo inteiro, mas o poder norte-americano sempre foi seu principal alvo – e a bête noire de Assange. O ódio ao fundador do WikiLeaks e o desejo de vê-lo fracassar são comuns a políticos de todo o espectro norte-americano, eleitos ou não. São sentimentos amplamente conhecidos da opinião pública – assim como a hostilidade irredutível de Assange aos Estados Unidos.
O que permanece nas sombras é uma prova clara de que o WikiLeaks seja um “serviço de inteligência não-estatal e hostil”, o que quer que isso signifique. A versão não-sigilosa do relatório da Comunidade de Inteligência dos EUA sobre a suposta interferência russa no processo eleitoral diz: “Avaliamos, com um alto grau de certeza, que a inteligência militar russa (o Departamento Central de Inteligência ou GRU) obteve material via operações cibernéticas, de maneira pública, e via veículos de mídia, de maneira reservada, e o repassou ao WikiLeaks”. O relatório aponta que “é muito provável que Moscou tenha escolhido o WikiLeaks por conta de sua autoproclamada reputação de autenticidade”, mas não diz mais sobre a colaboração entre as duas entidades. É importante estabelecer a diferença entre endossar uma ação e fazer de fato parte dela. Se não houvesse distinção entre os dois, a redação do Breibart News, portal de notícias de extrema-direita, ficaria numa barraca no próprio Jardim Sul da Casa Branca.
Parece bem plausível que o WikiLeaks tenha em alguma medida conspirado com parte do governo russo. O hacker de pseudônimo Guccifer 2.0, considerado por analistas privados e pelo governo dos EUA como uma invenção da inteligência russa, foi transparente quanto à sua colaboração com o WikiLeaks (no verão passado, Guccifer 2.0 me disse que eles estavam prestes a repassar informações sobre o Partido Democrata para o WikiLeaks, o que de fato aconteceu pouco depois). O alinhamento de Putin, Assange e Trump em termos de valores e objetivos também é inegável. Por essa razão, ao longo do último ano, o site angariou muitos e firmes opositores (e, para ser justo, apoiadores também). Mas nada disso descarta a possibilidade de Assange ter recebido material de hackers russos sem se preocupar com a origem, com o único objetivo de constranger e desestabilizar sua arqui-inimiga Hillary Clinton. A partir daí, seria válido um debate público sobre se Assange está pessoalmente envolvido demais. Mas será que a simples suspeita sobre o que motiva uma publicação deveria mesmo virar lei? Assange pode até ser um picareta com um projeto bem claro e pouquíssimos escrúpulos, mas ele está longe de ser o único.
O lendário advogado Floyd Abrams, especialista em Primeira Emenda, afirmou a The Intercept que ele é “bastante crítico” do comportamento do WikiLeaks. Mas que “a questão de saber exatamente o que WikiLeaks fez, que contatos tem ou teve com adversários do país e tudo o mais” não pode se misturar à questão de uma classificação oficial por parte do governo:
A questão maior é se o governo [dos EUA] deveria classificar uma entidade como agência de inteligência não-estatal e hostil. Ainda não sei ao certo quais são as consequências pretendidas com esse tipo de classificação. Mas tenho certeza de que poderia deixar o WikiLeaks vulnerável a ameaças e talvez até à violência. Soa como se fosse uma descoberta oficial, mas não é; com um significado legal, que também não existe. Então apesar de eu não ter nenhuma objeção a oficiais de inteligência de alta patente criticarem o WikiLeaks, eu ficaria longe de falsas denominações oficiais.
Trevor Timm, diretor-executivo da Freedom of the Press Foundation, organização sem fins lucrativos que financia e apoia a liberdade de imprensa, disse a The Intercept que “Ron Wyden tem razão, a cláusula sobre o WikiLeaks é inédita, obscura e potencialmente muito perigosa”:

Não importa se você ama ou odeia o WikiLeaks. O fato de o Congresso visar uma publicação usando uma expressão tão vaga e inventada quanto “serviço de inteligência não-estatal e hostil” para potencialmente reprimir direitos previstos na Primeira Emenda, abrindo a porta para aumentar o monitoramento de fontes, deveria preocupar todos os jornalistas. É uma pena que outros membros do Congresso não consigam enxergar esse perigo tão óbvio.


Para resumir, ainda que você ache que Julian Assange não passa de um sórdido, um  mentiroso, um putinista – e mesmo que de fato fosse tudo isso –, ele publica informações autênticas às quais ele não deveria ter acesso. Por motivações políticas, sem dúvidas, mas publica. Considerar uma pessoa como essa inimiga do Estado coloca em perigo qualquer outro veículo de mídia que esteja trabalhando ou interessado em trabalhar com materiais e informações aos quais não deveria ter acesso. Em 2017, isso significa quase todos os veículos. Do Departamento de Justiça à Casa Branca e ao Congresso, a moda é ser antivazamentos, e o uso de termos abertamente ameaçadores para definir os que publicam informações verdadeiras é sem precedentes. O WikiLeaks é o alvo perfeito para defensores de segredos de Estado porque a reputação do site está na lama fora da Trumplândia. Mas vamos pesar as consequências disso. 

“Serviço de inteligência não-estatal e hostil” não significa tecnicamente nada. O que impediria um jornal como o New York Times (ou qualquer parceiro ou concorrente dele) de cair nessa definição ao fazer reportagens sobre e-mails hackeados pelo WikiLeaks?

Qual é exatamente o status legal de um “serviço de inteligência não-estatal e hostil”? Uma doação para o WikiLeaks poderia ser considerada assistência material ao inimigo?

E quanto aos muitos e respeitáveis jornalistas que já trabalharam em parceria com o WikiLeaks, do New York Times ao Der Spiegel? Eles agora serão considerados culpados de ter colaborado com um “serviço de inteligência não-estatal e hostil”?


Se o WikiLeaks vier a publicar um vazamento tão revolucionário e valioso quanto o que foi feito por Chelsea Manning, e aí? Jornalistas poderiam escrever reportagens sobre o que tiver sido obtido por essa agência espiã inimiga?

São perguntas sem respostas. A estratégia de rotular o WikiLeaks, além de arriscada, contribuirá pouco para reformar ou mudar significativamente Assange ou o próprio WikiLeaks. O mais provável é que o fundador do site veja nisso tudo mais uma prova de que ele é vítima de perseguição por parte do governo dos EUA. A nova classificação não adiantaria muito, no entanto, para convencê-lo de que promover Marine Le Pen ou espalhar falsas teorias da conspiração sobre cozinha ritualística não são de interesse público. Mas poderia ser um balde de água fria nos que estão trabalhando para valer. Não dê a Assange, ou a Pompeo, essa vitória.

Tradução: Carla Camargo Fanha


Supremacistas made in USA - por Latuff


Fonte: https://twitter.com/LatuffCartoons

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Plano de Fuga, por Leo Villanova


Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/plano-de-fuga-por-leo-villanova

Napalm Death lança camiseta com estampa antinazista – A.N.A.

Napalm Death lança camiseta com estampa antinazista
O Napalm Death anunciou o lançamento de uma camiseta com a inscrição “Nazi Punks Fuck Off” inspirada pela canção homônima do Dead Kennedys, cujas vendas serão destinadas parcialmente à American Civil Liberties Union e Southern Poverty Law Center. Serão $10 dólares divididos meio a meio entre cada organização.
Para adquirir a camiseta basta clicar aqui:
https://www.indiemerch.com/napalmdeath/pre-orders

agência de notícias anarquistas-ana
Mosquito na teia
tentando escapulir,
enrola-se mais!


Gabrieli Soares Silva Moreira – 8 anos
Fonte: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Vampirão vende tudo - por Latuff

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/313474/Vampir%C3%A3o-vende-tudo.htm

Cornel West: “Se não fosse pelos anarquistas e os antifascistas, eles teriam nos esmagado” – por A.N.A.

Cornel West: “Se não fosse pelos anarquistas e os antifascistas, eles teriam nos esmagado”
Na esteira dos recentes confrontos em Charllotesville, na Virgínia, envolvendo manifestantes de extrema-direta, neonazistas, supremacistas brancos e contramanifestantes, o ativista negro e filósofo Cornel West concedeu uma entrevista ao programa “Democracy Now!”, conduzido pela jornalista Amy Goodman. A seguir, reproduzimos um trecho da entrevista.

Havia um grupo de valentes estudantes, de todas as cores, que estavam na Universidade de Virgínia protestando contra os neofascistas. Os neofascistas tinham suas próprias armas. E isto é algo muito importante a ter em conta, porque a polícia, em sua maior parte, retrocedeu. No dia seguinte, por exemplo, os 20 dos nossos que estávamos ali parados, muitos deles parte do clero, teríamos sido esmagados como baratas se não tivesse sido pelos anarquistas e os antifascistas que se aproximaram, uns 300 ou 350 antifascistas. Nós éramos 20. E estávamos cantando “This Little light of Mine“. Sabe a que me refiro? De maneira que…
Os antifascistas, e logo, algo crucial, os anarquistas, porque na realidade nos salvaram a vida. Teríamos sido esmagados completamente, e nunca o esquecerei. Quê significa isto? O que significa é que a polícia estava retrocedendo, isso por um lado, assim que nem sequer teríamos sido presos. Estávamos ali para sermos presos. Não teríamos sido presos, porque a polícia havia se retirado, deixando aos concidadãos atacarem-se uns aos outros, com todas as consequências que se poderiam derivar disso.
Assim que, nesse sentido, creio que o que realmente estamos vendo, irmã Amy, é o declive do império estadunidense, com o reinado das grandes fortunas, com o militarismo massivo, facilitado pela utilização dos mais vulneráveis como bodes expiatórios: imigrantes, muçulmanos, judeus, árabes, gays, lésbicas, trans e bissexuais, e da gente negra. A supremacia branca era tão intensa. Nunca vi esse tipo de ódio em minha vida. Ficamos ali parados, e passaram nove unidades, olhando-nos diretamente nos olhos. Insultando-nos também. Tiveram sorte de que o Espírito Santo não me abandonou, para ser sincero, porque queria deixar-me levar. Sou cristão, mas não pacifista, já sabe? Mas me contive. No entanto, essa classe de ódio… mas isso é só o lugar do conflito. Isto se trata das grandes fortunas, da indústria armamentística, e do modo em que esta civilização capitalista nos está conduzindo para uma obscuridade e desolação incrível. E o mais belo é ver as pessoas lutarem contra. Foi algo bonito ver a toda essa gente respondendo. Mas havia mais fascistas que anarquistas, mais fascistas que gente respondendo.
> Entrevista na íntegra:
https://www.democracynow.org/2017/8/14/cornel_west_rev_toni_blackmon_clergy

Tradução > Sol de Abril
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2017/08/13/eua-homem-atropela-manifestantes-antifascistas-em-charlottesville-e-deixa-um-morto-e-dezenas-de-feridos/

agência de notícias anarquistas-ana
As horas não passam
Enquanto nós conversamos
A lua aparece.


André Luciano da Silva – 12 anos
Fonte: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Mais um presidente sem VOTOS no país dos bananas !!!


Golpe está destruindo o país - por Latuff

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/artes/2017/08/21/golpe-esta-destruindo-o-pais/

O FEDOR DA FORÇA BRUTA – por Wanderley Guilherme dos Santos

O FEDOR DA FORÇA BRUTA 

O Golpe de 2016 expulsou a representação popular do circuito legal do poder executivo.  A violência continua, exonerando técnicos de governo por suspeitada simpatia pelas teses econômicas e sociais progressistas. Evitar a qualquer custo o retorno legítimo de representantes populares ao Executivo resume a cláusula pétrea do breviário golpista. Atenção para o “evitar a qualquer custo”. Não se trata de recurso estilístico de mau gosto: indica o compromisso prioritário dos reacionários com a manutenção da liderança golpeada no ostracismo. Antes ou depois da vitória eleitoral da oposição popular.

A coalizão reacionária não tem programa a oferecer. Desastrosos resultados de iniciativas delirantemente privatistas e antinacionais esgotaram a mínima reserva de expectativas, até daquela parte da população brasileira solidária com a truculência primitiva. Prometer o quê? Privatizar a Caixa Econômica e o Banco do Brasil? Fechar a Embrapa, o Ita, a Embraer? Alugar o BNDES ao sistema financeiro? Ceder a base de lançamento de foguetes de Alcântara aos Estados Unidos? Reafirmar a crença de que o mercado resolverá, em algum momento inespecífico do futuro, os problemas de emprego, renda, miséria e desigualdade? A derrota é inevitável.
O ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é indestrutível. Ele ascendeu àquela região em que a pessoa física continua vulnerável, mas o poder mobilizador permanece inalterado. A direita e a esquerda de nariz torcido evitam reconhecer que a indestrutibilidade de Lula não é propaganda partidária, mas fenômeno sociológico. Terá parentesco com crenças religiosas, sim, porém com fundamento empírico inegável. Por isso, a menos da descoberta de contas abrigando, no mínimo, um Pedro Barusco, as trampolinagens jurídicas que apresentam um apartamento em Guarujá e sítio em Atibaia como prova de corrupção resvalam para o vazio da fúria impotente. Sabe a maioria da população que, na bichada cultura cívica brasileira, a corrupção está “precificada”, como lá dizem os corruptos. Doações inferiores ao valor de venda de um apartamento, arbitrado pela família de Aécio Neves junto aos potentados da JBS, somado ao empréstimo obtido dos mesmos irmãos açougueiros, e às propinas que surgirão das obras da cidade administrativa de Minas Gerais e de Furnas, aquém desse montante, avaliam os empreiteiros, os burocratas e os políticos, não se trata de corrupção, é troco. E nem isso os ferozes curitibanos comprovaram.
O manual cotidiano entregue à população brasileira tem sido esse: profissionais liberais que sonegam o imposto de renda e chantageiam os clientes com preços diferenciados, com e sem recibo; ainda quantidade assustadora dos restaurantes, papelarias, lojas de roupas, farmácias, padarias, supermercados não dão nota fiscal e ninguém reclama; os jogos de azar (jogo do bicho, corridas de todo tipo de animal, bingos, cassinos) são de conhecimento geral e, à exceção dos cassinos, operando às claras. O consagrado intermediário nas negociações ilegais entre a população e o varejo dos serviços públicos é o famoso “despachante”. Há estratificação de credibilidade e renda entre eles, estabelecidas pelo mercado, em função da celeridade dos resultados e economia no valor do suborno vencedor. A população foi ensinada a ser cínica, cultivar elevadíssimo limiar de indignação diante de absurdos e a incorporá-los aos cálculos de sobrevivência. Reagir individualmente é arriscar-se à antipatia social.
A caravana iniciada por Lula, agora em agosto de 2017, será irresistível. É razoável esperar que os radicais direitistas inaugurem a violência física. O pavor dos reacionários os levará à criação de problemas a granel e a intensifica-los de tal modo que a urgência de soluções tenderá a romper os prazos com que a democracia opera. É o que esperam para que a cláusula golpista mantenha-se pétrea: o voto popular deixará de ser o único recurso para chegar ao poder. Sinto o fedor da força bruta.

Evolução da democracia no Brasil ...

Por Laerte ...

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

A “América” de Trump e a nossa, por Mumia Abu-Jamal – (ANA)

A “América” de Trump e a nossa ..
A comoção de Charlottesville, Virgínia, ressoa em todo o mundo. O turbulento rio de ódio que retumbou em torno da cidade destacou uma visão geral da paranoia: barras e estrelas, suásticas, insígnias nazistas, cruzes da Ku Klux Klan e capuzes com mensagens de Trump.

Eles são a face oculta dos Estados Unidos – agora descoberta para todos verem. Eles são a “América”.
Eles são o fio da navalha dos milhões que ouviram Trump dizer que Obama nasceu na África. Este é o que o trumpese que diz com um piscar de olhos, “ele não é um de nós. Ele não é um americano de verdade, como nós. Entendem?”.

Rostos maduros de uma geração em extinção, a ressaca inadvertida que levou Trump para o Salão Oval. Pedir a Trump para renunciar ou condenar estes racistas ou suas opiniões, é como pedir que as uvas condenem a geleia. Na verdade, não se pode fazer isso porque eles são parte dele, e ele é parte deles.
Aqui vemos o trumpismo desmascarado. Fazer a “América” grande de novo. Não me diga.

Charlottesville, Virgínia, é o filho ilegítimo de Charleston, Carolina do Sul, onde um jovem neonazista matou nove pessoas negras em uma igreja há dois anos. Duas cidades, um exemplo. A fúria branca prestes a ferver. Visível e presente em ambos os casos.
As queixas de pessoas traídas pelo capitalismo, pela fuga do capital corporativo, pelo NAFTA e pelo relógio do câmbio, sempre circulando, tornaram-se o combustível para atacar o eterno “outro” – negros, judeus, latinos, muçulmanos, imigrantes, entre outros – qualquer pessoa considerada como não verdadeiramente branca.

Fazer a “América” grande de novo. Fazer a “América” odiar de novo. Fazer a “América” branca de novo. É o trumpismo. Como pode se esperar que Trump se denuncie?
Da nação encarcerada, sou Mumia Abu-Jamal.

Tradução > Liberto

Conteúdos relacionados:
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2017/08/13/eua-homem-atropela-manifestantes-antifascistas-em-charlottesville-e-deixa-um-morto-e-dezenas-de-feridos/

agência de notícias anarquistas-ana
Inverno no cerrado —
O vento seco trinca
O pé descalço


Eduardo Balduino

Xadrez da influência dos EUA no golpe, por Luís Nassif

Xadrez da influência dos EUA no golpe
A cada dia que passa fica mais nítida a participação de forças dos Estados Unidos no golpe do impeachment. Trata-se de tema polêmico, contra o qual invariavelmente se lança a acusação de ser teoria conspiratória. O ceticismo decorre do pouco conhecimento sobre o tema e da dificuldade óbvia de se identificar as ações e seus protagonistas. Imaginam-se cenas de filmes de suspense e de vilões, com todos os protagonistas  orientados por um comitê central.
Obviamente não é assim.
Um golpe sempre é fruto da articulação das forças internas de um país, não necessariamente homogêneas, e, em muito, da maneira como o governo atacado reage. No decorrer do golpe, montam-se alianças temporárias, em torno do objetivo maior de derrubar o governo. Há interesses diversos em jogo, que provocam atritos e se acentuam depois, na divisão do butim.

A participação gringa se dá na consultoria especializada e no know-how da estratégia geral.
E aí entram os princípios básicos, copiados das estratégias de guerra:

Etapa 1 - Ataques da artilharia: a guerra de desgaste, de exaurir antecipadamente o inimigo por meio de ataques diuturnos de artilharia.
Etapa 2 – a guerra psicológica, visando conquistar corações e mentes das populações dos países adversários contra suas tropas.

Etapa 3 – a primeira ofensiva, juntando o avanço dos tanques de guerra com ações táticas de Infantaria, visando impedir o inimigo de realizar determinadas operações
Etapa 4 – simultaneamente à Etapa 3, táticas de dividir as forças adversárias para ataca-las uma de cada vez.

Etapa 5 - Vencida a guerra, ocupar o país com um governo local que, ante um quadro de destruição ampla, ganhará legitimidade inicial com suas propostas de reconstrução. Por isso a destruição tem papel central na conquista do território, seja no decorrer da guerra ou no desmonte posterior.

Etapa 6 – a batalha decisiva. A aceitação ou não, da população do país, do modelo imposto pela guerra.
Vamos, agora, analisar o Caso Brasil.
Etapa 1 – os ataques de artilharia
Tem a função de fustigar os inimigos diuturnamente, de maneira a tirar seu fôlego e preparar o terreno para o início da batalha e o avanço da infantaria.
Quem acompanha as sutilezas do jornalismo pátrio percebeu nítida mudança no estilo editorial a partir do advento do Instituto Millenium que ajudou a definir um tipo de jornalismo de guerra mais sofisticado, e ser o ponto de convergência dos jornalistas que atendiam à demanda dos grupos jornalísticos por guerreiros.
Até então, a mídia atuava atabalhoadamente com factoides inverossímeis, dentro do que ficou conhecida como a era do jornalismo de esgoto.
A partir de determinado momento – e, especialmente, das notícias geradas pela AP 470, do mensalão – os ataques mudam de enfoque. Em vez do linguajar agressivo, cobertura intensiva do material fornecido pelo Ministério Público Federal e pelo relator Joaquim Barbosa, em linguagem aparentemente neutra, mas sempre incluindo frases-padrão. Em qualquer matéria, mesmo sem ligação alguma com a AP 470, qualquer menção ao PT era acompanhada de frases–padrão, tipo “partido que foi acusado de corrupção pelo STF”, e outros termos similares, repetidos exaustivamente. Instituiu-se método na campanha midiática.
Etapa 2 – a conquista de corações e mentes
Nas manifestações de junho de 2013 ocorreu a primeira explicitação do mal-estar coletivo com o início da crise. Antes, houve um trabalho crescente dos grupos de ultradireita nas redes sociais, se sobrepondo à jovem militância de esquerda que ficou rendida, sem informações e sem argumentos do lado de um governo, incapaz de articular um discurso político.
Factoides de apagão, de epidemias, ataques ao Enem, à organização  Copa do Mundo, tudo ficava sem resposta, sem informações do governo, deixando o campo aberto para o golpismo.
Os primeiros organizadores de encontros, jovens de extração de esquerda, foram jogados ao mar pela própria esquerda.
Sem competidores, os movimentos estimulados pelo exterior ganharam fôlego e o comando das ruas passou para grupos, como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem prá Rua, bancados financeiramente e com know-how de grupos empresariais norte-americanos, como os irmãos Koch, e brasileiros, como Jorge Paulo Lehman.
O know-how consistia na habilidade em criar agentes políticos do nada, valendo-se apenas das novas formas de comunicação e organização das redes sociais. Pelo extremo baixo nível das lideranças, percebe-se a enorme facilidade em se criar protagonistas para conduzir os movimentos de manada nas redes sociais.
A Rede Globo levou dois dias para perceber que os aliados tinham assumido a iniciativa. Imediatamente seus comentaristas se alinharam em defesa das manifestações, depois de a terem desancado impiedosamente no início.
Nos links abaixo, algumas matérias explicativas desses movimentos de bilionários organizando a militância:
Esfera de influência: como os libertários americanos estão reinventando a política latino-americana.

Quem são os irmãos Koch

É movimento que repete o fenômeno da direita empresarial norte-americana nos anos 60, com grupos como o W.R.Grace, de irlandeses católicos fundamentalistas, investindo em cruzadas em países da América Latina.
Leia aqui sobre os Grace e sua Campanha Pelo Rearmamento Moral:



Etapa 3 – o ataque com tanques e infantaria
A conquista de corações e mentes foi relativamente simples. Havia o dado concreto do mal-estar econômico. Bastou forçar nas relações de causalidade com Dilma e o PT, trabalho facilitado pela incapacidade de ambos de entender o momento e enfrentar o jogo tanto no campo político quanto da comunicação.

As manifestações de rua acionaram a bomba de efeito retardado, que catapultou a guerra para a etapa decisiva.
As ações que permitiram transformar um pequeno processo de Curitiba em um escândalo do Rio de Janeiro, capaz de derrubar um governo em Brasília, foram alimentadas pelo DHS, o poderoso Departamento do governo dos EUA, que surge a partir dos atentados às Torres Gêmeas, organizando as ações de 23 departamentos internos na luta contra o terrorismo e as organizações criminosas. Quando os EUA definem o combate à corrupção como ponto central de sua nova geopolítica, o DHS assimila o novo pacto comn o mundo corporativo dos EUA.

Ele se torna o ponto de contato com Ministérios Públicos em todo mundo, no modelo da cooperação internacional, ao mesmo tempo em que novas leis anticorrupção são aprovadas por organismos internacionais. A primeira aproximação com o Brasil foi no caso Banestado. A partir daquele episódio, estreitam-se as relações do DHS com o juiz Sérgio Moro e o grupo de procuradores que assume a Lava Jato.
Leia aqui sobre o DHS.:

Provavelmente vem do DHS o know-how de estratégias político-midiáticas da Lava Jato, a organização das informações em sites, a criação de perfis de procuradores e, mais à frente, a utilização política dos vazamentos. Antes disso, a seleção de procuradores e delegados que atuaram de forma harmônica.
Junto com o bombardeiro de tanques, ocorreram também operações táticas de infantarias, com a divulgação de conversas gravadas da presidente e a sincronização da agenda policial com a agenda política do impeachment.
Etapa 4 – a divisão das forças inimigas

A corrupção política contaminou todos os partidos, sem exceção. As delações dos executivos de empreiteiras forneceram um amplo arsenal para a Lava Jato, podendo selecionar os alvos a serem atingidos.

A atuação da Lava Jato visou três objetivos centrais, todos diretamente relacionados com os interesses norte-americanos, dificultando radicalmente o retorno ao modelo combatido:
·       Inviabilizar rapidamente as multinacionais brasileiras que competiam com grupos norte-americanos no exterior;
·       Derrubar o governo Dilma e, com ele, a legislação do pré-sal;
·       Inabilitar Lula politicamente.

Para que nada se interpusesse no caminho, tratou de poupar Michel Temer, principal personagem do escândalo da Eletronuclear, assim como Eduardo Cunha, que só foi preso depois de consumado o impeachment. E foi por isso que a maioria absoluta dos delatores conseguiu a libertação bastando, para tanto, as palavrinhas mágicas: Lula ou Dilma sabia.
Agora, uma checagem minuciosa mostra um trabalho relapso, muito mais focado na quantidade que na qualidade das delações. Mas obedecia à estratégia de comunicação, de não dar um minuto de folga aos inimigos (PT e Lula). Cada declaração, mesmo vazia e sem provas, alimentava o noticiário diário, insuflava o clamor das ruas e atraía adesões do Judiciário.
Etapa 5 – a ocupação do território inimigo
A estratégia pós-impeachment consistiu em implementar rapidamente um conjunto radical de medidas visando fazer terra arrasada do modelo econômico vigente. Antes mesmo do impeachment já haviam sido fincadas as bases do acordo com os coronéis do PMDB, em torno da tal Ponte Para o Futuro. A ponto do próprio Temer, em evento nos EUA, afirmar que Dilma caiu por não ter aderido aos pontos da tal Ponte.
É evidente que havia um documento, que foi entregue pessoalmente aos líderes do PMDB por representantes do tal do mercado.
Provavelmente, a cabeça por trás da Ponte para o Futuro, e do trabalho de demolição do orçamento, foi Marcos Lisboa, espécie de menino de ouro do liberalismo pátrio e ponto de contato entre os grupos de mercado, os políticos do PMDB re a alta burocracia pública, graças ao contatos desenvolvidos em seu tempo de assessor do ex-Ministro Antônio Pallocci.

Nas eleições de 2002, foi indicado para Jorge Paulo Lehman pelo economista brasileiro Alexandre Scheinkman, diretor do prestigioso departamento de macroeconomia da Universidade de Chicago. Lehman tentou enganchá-lo na campanha de Ciro Gomes. Com a eleição de Lula, Lisboa acabou indo para a equipe de Antônio Palocci onde, saliente-se, realizou um belo trabalho de reformas microeconômicas.
No discurso que fez no evento do Jota-Insper, na sexta passada, há todas as impressões digitais das principais maldades em tramitação na Câmara, inclusive a que obriga o devedor inadimplente que devolve o bem a continuar devedor. Para Lisboa, economia saudável é que a permite ao banco tirar a máquina do empresário inadimplente, ainda que uma máquina parada seja menos eficaz para a economia que uma empresa produzindo; que permite ao banco punir o mutuário inadimplente. Para ele, a inadimplência é um ato de vontade do devedor, não contingências da economia. É um autêntico defensor da eugenia social e corporativa.

Todo o estoque de projetos, a começar da PEC do Teto e, a partir dela,  o desmonte de todas as políticas sociais e a ocupação de todos os territórios do Estado, do aparelhamento da Funai à Eletronuclear, do Inmetro ao TSE (Tribunal Superior eleitoral) o.Simultaneamente, lança  um conjunto de medidas estruturais, que destroem o modelo anterior de Estado, para que a Nova Ordem possa ser a única alternativa visível.
A contribuição externa  se deu no aconselhamento da estratégia da Ponte para o Futuro e do conjunto de leis atuais.
O papel da mídia

A exemplo da estratégia pós-millenium, o papel da mídia é vocalizar um conjunto de slogans vazios:

A equipe econômica é brilhante. A frase é repetida por Ministros do Supremo, empresários etc. A maioria absoluta dos quais jamais tinha ouvido falar antes, ou depois, dos membros da equipe econômica.
Se reformar a Previdência, o país sai da crise. Não há nenhuma relação de causalidade. Para chegar a esse ponto de terra arrasada – parte da estratégia de desmonte do Estado anterior – acabaram com a demanda, criaram enorme capacidade instalada, aumentaram as taxas reais de juros, todas medidas pró-cíclicas.

Sobre essa retórica, prepararei um artigo à parte.
Etapa 6 – a batalha decisiva

O teste final serão as eleições de 2018. E, aí, há uma ampla confusão e disputa entre os diversos grupos hegemônicos que dependem de três balas de prata para enfrentar Lula.
A primeira dificudade é a identificação de um candidato competitivo, capaz de levar adiante o desmonte.

O clube dos bilionários do golpe abriu os olhos para o risco de confundir sua imagem com a da organização comandada por Michel Temer. E entendeu que a aprovação de reformas, sob o jugo de Temer, tirará grande parte da sua legitimidade. Além de comprometer qualquer tentativa futura de protagonismo político.
Aí entram em cena os conflitos de interesse.

Os caciques do PSDB continuarão sendo escandalosamente blindados pelo algoritmo do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, politicamente, estão liquidados.
Tasso Jereissatti pretendeu tirar o PSDB dessa rota suicida. Mas passou a enfrentar a pressão da banda fisiológica do partido, liderada pelo chanceler Aloysio Nunes. Sem financiamento empresarial e sem governo, parte relevante das atuais lideranças tucanas será varrida do mapa. Daí a insistência em permanecer no barco de Temer  

Por outro lado, o clube não dispõe de um nome competitivo para 2018. Marina Silva não tem fôlego. E Geraldo Alckmin não representa novidade alguma no panorama político.
Por tudo isso, o clube – mais a ala mercadista do PSDB, puxada por FHC – provavelmente jogará suas fichas na candidatura de João Dória Jr, apesar das imensas ressalvas que manifestam em relação a ele. Será uma novidade, mas dificilmente será competitivo.

Com o definhamento do PSDB, o antipetismo se tornou totalmente invertebrado.
O distrital misto

Sem uma liderança minimamente esclarecida, tenta-se, agora, esse aborto do modelo político ditrital misto  como última tentativa de sobrevida à atual bancada de deputados. E aí sobressai uma ameaça cada vez mais presente na política atual: a entrada de várias organizações criminosas no jogo.

O narcotráfico mostrou um poder assustador no episódio da helicoca, no qual a Polícia Federal e o Ministério Público Federal não moveram uma palha para apurar as ligações do dono do helicóptero, senador José Perrela, com o tráfico. O helicóptero foi devolvido dias depois para o dono, em outra atitude inédita.
Por outro lado, a extraordinária influência da Fenatran – a suspeitíssima federação de transporte urbano do Rio de Janeiro – no STF, através do Ministro Gilmar Mendes, acende outra luz amarela.

Finalmente, a tentativa de legalizar novamente o bingo abrirá nova frente de influência para o crime organizado.
O México é aqui e, ao contrário das suspeitas iniciais, o que mais se assemelha ao PRI mexicano não é o PT, mas esse amálgama que sai do golpe, com os primeiros indicios de parceria com o crime organizado.

O PSDB acena com o parlamentarismo, caso consiga o poder. É mais fácil Gilmar Mendes declarar suspeição em qualquer processo, do que a bandeira do parlamentarismo eleger um presidente.
O próximo presidente será eleito denunciando o saco de maldades produzido pelo atual governo, em parceria com o PSDB e com o mercado.

Por todos esses condicionantes, mais que nunca dependerão de ações no Judiciário para inviabilizar a oposição. Afinal, por mais que seja estreita a colaboração com os EUA, não poderão contar com a 7a Cavalaria contra os índios de Lula.
Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-da-influencia-dos-eua-no-golpe-por-luis-Nassif

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Para compreender a Sociedade do Espetáculo – por Iná Camargo Costa

Para compreender a Sociedade do Espetáculo
Cena de “A Sociedade do Espetáculo”, filme de 1973. O livro de Debord foi publicado sete anos antes

Uma estudiosa de Guy Debord propõe pistas para acessar o pensamento do filósofo. Sua obra central, que completa 50 anos, vasculhou as lógicas de dominação do capitalismo contemporâneo
Arte política

Logo depois de publicar seu livro A sociedade do espetáculo (1967), Guy Debord fez um filme com o mesmo nome (1973) no qual retoma todos os procedimentos do cinema de agitprop desenvolvido na Rússia revolucionária por gente como Eisenstein, ao mesmo tempo em que faz avançar tanto as propostas dos seus antecessores quanto as que enunciou no livro, que foi pensado entre outras coisas como uma intervenção no debate estético-político francês.

Disponível no You Tube com legendas em português, este filme merece ser visto e revisto, pois a totalidade dos seus argumentos está ali exposta, bem como a resposta que Guy Debord queria dar no plano da política e da arte. No plano da política, trata-se de resgatar o programa da democratização radical do modo de produção e, por consequência, de revolucionar por completo o modo de vida sob o capitalismo (ainda em aliança com a fraude chamada socialismo nos anos de 1960-70). O filme já seria uma expressão legítima deste processo de luta, na medida em que identifica e denuncia processos, agentes, modos de expressão artístico-publicitários, etc., e já é uma proposta prática e artística do que fazer (para citar Lenin, uma das referências de Debord).

A começar pela publicidade, os processos fundamentais da nossa sociedade do espetáculo continuam os mesmos, mas seus agentes já foram substituídos por outros menos toscos, de modo que uma atualização do filme (não do livro) poderia reaproveitar sua estrutura básica (no sentido do détournement, como ele mesmo fez com os filmes então apreciados espetacularmente pelos cinéfilos franceses) e substituir as cenas daquele presente francês por cenas do nosso presente (2017). Desconfio que os resultados seriam igualmente impressionantes. Um filme assim diria muito mais do que a quase totalidade dos discursos supostamente críticos dos processos a que temos assistido espetacularmente nos anos que se seguiram às manifestações de junho de 2013.
O texto que segue foi preparado para uma exposição do tema aos integrantes da Brava Companhia de teatro em 2009 (reproduzida a seguir) e acolheu de modo radical a proposição debordiana do détournement. Isto é: salvo pela edição, tudo o que será lido está no livro A sociedade do espetáculo. Aqui a sua função é contribuir para apropriações do pensamento debordiano que sejam mais produtivas do que até agora tem acontecido, pelo menos no Brasil, em que se observa o lamentável fenômeno da apropriação espetacular de um pensamento que se pretende crítico do espetáculo.
Descrição do fenômeno histórico
Espetáculo é ao mesmo tempo uma relação social e a relação interpessoal mediada por imagens. É o modelo atual da vida que domina na sociedade. É a justificação total das condições e dos objetivos do sistema capitalista.
O espetáculo é o discurso ininterrupto que a ordem atual faz a respeito de si mesma. É um monólogo laudatório. Começa no pseudo-diálogo da vida cotidiana e familiar, desenvolve-se na vida econômica, é cultivado metodicamente na universidade e constitui o oxigênio dos meios de comunicação.
Como elemento constitutivo do espetáculo, a publicidade é mentira metódica. Cada nova mentira da publicidade é também a confissão da mentira anterior. Cada queda de uma figura do poder totalitário revela a comunidade ilusória que a aprovava por unanimidade.
O espetáculo é absolutamente dogmático e, ao mesmo tempo, não pode chegar a nenhum dogma sólido.
Gênese
A sociedade do espetáculo deita raízes em todas as formas sociais que a precederam. Mas a ordem das coisas que está no âmago da dominação do espetáculo moderno nasceu no mesmo momento histórico em que a representação do proletariado (suas organizações) passou a opor-se radicalmente à classe: o primeiro passo deu-se quando o bolchevismo triunfou na Rússia e a social-democracia lutou vitoriosamente pela velha ordem.
O segundo passo foi dado pelo stalinismo que instrumentalizou a Terceira Internacional como força de apoio da sua diplomacia para sabotar todos movimentos revolucionários e apoiar governos burgueses dos quais esperava retribuição em seus negócios mundiais.
O fascismo – passo seguinte –, por mais que seja adepto da mais conservadora ideologia burguesa, em si mesmo não é fundamentalmente ideológico. Ele é arcaizante em seu recurso ao mito para organizar a comunidade definida por pseudo-valores arcaicos como raça, sangue e chefe. O fascismo é arcaísmo tecnicamente equipado e constitui um dos fatores do espetáculo moderno, a começar pelo papel essencial que desempenhou na destruição do antigo movimento operário (previamente desarmado pela social-democracia e pelo stalinismo).
O fim da União Soviética e seus satélites (ocorrido no ínicio dos anos de 1990), a aliança da mistificação burocrática, significa que a burguesia perdeu o adversário que objetivamente a sustentava unificando de modo ilusório a negação da ordem presente.
O proletariado não foi suprimido, como afirmam os intelectuais a serviço da sociedade do espetáculo. Ao contrário, ele se amplia com a extinção do campesinato e com a extensão da lógica do trabalho assalariado para os “serviços” e as profissões intelectuais – entre as quais a de artista. E o trabalho intelectual assalariado tende a seguir a lei da produção industrial da decadência, na qual o lucro do empresário depende da rapidez da execução e da má qualidade do material utilizado.
Crítica
A crítica à sociedade do espetáculo só terá consequência prática se apontar para a organização revolucionária. E tem que ser globalmente formulada contra todos os aspectos da vida social, que estão sob o encanto do fetiche da mercadoria.
A cultura é a esfera geral do conhecimento e das representações do vivido. Numa sociedade dividida em classes, ela é o poder de generalização que existe em separado, como divisão intelectual do trabalho e trabalho intelectual da divisão. Mas a cultura é também o lugar da busca da unidade perdida. Nesta busca, a cultura como esfera separada é obrigada a negar a si mesma, produzindo-se como intervenção crítica da economia política.
A crítica espetacular do espetáculo, funcional a ele, é um empreendimento da sociologia, que estuda a separação recorrendo às ferramentas conceituais e materiais produzidas pela separação. A apologia do espetáculo, ou publicidade, por sua vez, constitui um pensamento do não pensamento, um esquecimento explícito da prática histórica. O falso desespero da crítica espetacular e o falso otimismo da pura publicidade do sistema são idênticos enquanto pensamento submisso.
Para destruir a sociedade do espetáculo é preciso pôr em ação uma força prática. A teoria crítica do espetáculo só se torna verdadeira ao unificar-se à corrente prática da negação da sociedade de classes. E esta negação, a retomada da luta de classes revolucionária, se tornará consciente de si ao desenvolver a crítica do espetáculo, que é a teoria das suas condições reais, as condições práticas da opressão atual.
O espetáculo é a ideologia por excelência, porque expõe e manifesta em sua plenitude a essência de todo o sistema ideológico: o empobrecimento, a subordinação e a negação da vida real.
O espírito do espetáculo é completamente despótico. Nunca a censura foi tão perfeita. Esta sociedade já não aceita ser criticada. O discurso espetacular silencia tudo o que é propriamente secreto e tudo o que não lhe convém.
A ignorância dos espectadores nasce daquilo que o espetáculo ensina. O discurso do espetáculo não deixa espaço para resposta. A lógica só se forma socialmente pelo diálogo; não é fácil e ninguém quer ensiná-la aos espectadores. Por outro lado, nenhum drogado estuda lógica porque já não precisa dela e já não tem esta possibilidade. A preguiça do espectador é a mesma de qualquer intelectual, do especialista formado às pressas, que vai sempre tentar esconder os estreitos limites dos seus conhecimentos através da repetição dogmática de algum argumento de autoridade sem qualquer lógica.
O discurso da sociedade do espetáculo é falacioso, enganador, impostor, sedutor, insidioso e capcioso.
A maior exigência da máfia, onde quer que esteja, é estabelecer que ela não existe, ou que foi vítima de calúnias. Este é apenas o seu primeiro ponto de semelhança com o capitalismo e a sociedade do espetáculo.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Chamada e convite para a 8ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre, 28 e 29 de outubro de 2017 – por A.N.A.

Chamada e convite para a 8ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre, 28 e 29 de outubro de 2017
 Convidamos a todas e todos que compartilham, vivenciam ou gostariam de conhecer mais das ideias e práticas anarquistas para construir a 8ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre, que acontecerá nos dias 28 e 29 de outubro de 2017.

Você ama a liberdade e quer se ver livre das amarras desse sistema? Participe! Traga sua banca, suas publicações e ideias, organize uma roda de conversa, uma exibição de vídeo uma oficina ou outra atividade!

As Feiras do Livro Anarquistas acontecem ao redor do mundo e são tradicionais pontos de encontro, confraternização, reflexão, debates e organização. Elas reúnem pessoas de diversas tendências que buscam a anarquia e novas formas de viver e se relacionar, livres de opressão e hierarquias. A Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre, junto com a de São Paulo, é das mais antigas nos territórios ocupados pelo Estado Brasileiro e ocorre desde 2010. Esse é um movimento que tem se expandido por todo o continente, de Santiago a Salvador, na Bahia, de Montevidéu a Curitiba, de Medelim a Belo Horizonte.

Esta sociedade que valoriza a incessante busca por dinheiro e poder está nos matando. Matando literal e diretamente a população marginalizada, com os genocídios do povo negro e dos indígenas pela polícia e pelas milícias. Matando nossos corações e sonhos com o isolamento e depressão causados por um modo de vida que não nos traz nenhuma realização como seres humanos.

Ela não só está nos matando, mas tudo o que é vivo e o planeta em si. Temos que parar os motores de dominação e destruição da Terra, coordenados por governos e corporações sedentos de poder. Querem nos fazer acreditar que esse é o único e melhor modo de vida possível, acabando com qualquer sonho ou perspectiva de uma vida melhor.

A Feira do Livro Anarquista é uma brecha que se abre no coração do sistema, gritando anarquia – dando fôlego aos valores de apoio mútuo,autonomia e solidariedade. É um espaço para expandir essas idéias e ideais, através de encontros ou publicações, para encontrar novas estratégias e táticas de confronto, construindo possibilidades reais de transformação do mundo em que vivemos. Pois a anarquia só existe na prática. Essa prática nos une às companheiras e companheiros que o Estado sequestrou e mantém em seus cativeiros ou que tombaram por ousar desafiar o poder.

Acreditar na anarquia é acreditar na capacidade que temos de transformar a realidade.
Participe da Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre! Traga suas ideias, livros, sementes para trocar, artes, materiais que você produz. Cadastre sua banca ou atividade em nosso site ou pelo e-mail flapoa@libertar.se.

Se você não puder comparecer à 8ª FLAPOA mas gostaria de mandar algum material que você produziu (livros, artes, cartazes) entre em contato com flapoa@libertar.se e envie o material para o endereço:

Juçara da Mata
Caixa Postal 22237
CEP 90050-972
Porto Alegre – RS.

Hospedagem solidária

Se você não é de Porto Alegre, ao invés de dar dinheiro para a indústria hoteleira, você pode se hospedar em nossa rede de hospedagem solidária. Preencha o formulário em nosso site ou mande-nos um e-mail se apresentando e dizendo quais são as suas necessidades.

Se você é de Porto Alegre, pratique o apoio mútuo e ofereça hospedagem para as pessoas de fora que vierem para a 8ª FLAPOA. Preencha o formulário em nosso site ou mande-nos um e-mail contando o que você tem para oferecer e quantas pessoas pode hospedar.

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Geralda Caetano Gonçalves
Fonte: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/