segunda-feira, 20 de abril de 2015

#PodemosTirarSeAcharMelhor

Fonte: http://www.viomundo.com.br/denuncias/a-radio-que-troca-noticia-podemostirarseacharmelhor.html

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Morre o escritor Eduardo Galeano – Página 12


Morre o escritor Eduardo Galeano
Cronista do seu tempo, sua visão foi refletida em sua narrativa de uma América Latina unida e da busca de um mundo onde não imperasse os valores do Capital 

O escritor e jornalista uruguaio, autor de livros emblemáticos como “As veias abertas da América Latina”, “Memória do Fogo” e “O Livro dos Abraços”, faleceu nesta segunda-feira, 13 de abril, em Montevidéu, aos 74 anos. O juri que lhe entregou o doutorado honoris causa da Universidade de Havana, em 2001, o definiu como “um recuperador da memória real e coletiva sul-americana e um cronista do seu tempo”.

Eduardo Germán Hughes Galeano nasceu em Montevidéu, no dia 3 de setembro de 1940. Era filho de Eduardo Hughes Roosen e de Lucía Ester Galeano Muñoz, de quem tomou o sobrenome para assinar como escritor e jornalista. Quando era um adolescente, começou a publicar caricaturas no El Sol, um pasquim socialista do Uruguai, com o pseudônimo de Gius. Apesar de ser oriundo de uma família de classe alta, ele trabalhou como operário numa fábrica de inseticidas e pintor de cartazes, entre outros ofícios.

Seus primeiros passos no jornalismo foram no início dos Anos 60, como editor do semanário Marcha e do diário Época. Depois do golpe de Estado em seu país, no dia 27 de junho de 1973, foi preso, mas libertado posteriormente, e então se instalou na Argentina. Em Buenos Aires, foi diretor da revista cultural e política Crisis, fundada por Federico Vogelius (1919-1986): “aquele foi um grande exercício de fé na palavra humana, solidária e criadora (….) por acreditar na palavra, nessa palavra, Crisis escolheu o silêncio. Quando a ditadura militar a proibiu de dizer o que ela tinha que dizer, se negou a seguir falando”, disse anos depois sobre o fechamento da publicação, que aconteceu em agosto de 1976.

A ditadura argentina, presidida por Jorge Rafael Videla, colocou seu nome numa lista negra de condenados políticos, o que o obrigou a se exilar na Espanha. Ali, ele escreve a trilogia Memória do Fogo (Os Nascimentos, 1982; As Caras E As Máscaras, 1984 e O Século Do Vento, 1986) onde revisita a história do continente latino-americano.

Cronista do seu tempo, a visão de uma América Latina unida foi refletida em sua narrativa, através de obras como Los Días Siguientes (1963) (não tem título em português), Vagamundo (1973), O Livro dos Abraços (1989), Patas Arriba: La Escuela del Mundo al Revés (1998) (não tem título em português).

Em 1985, regressou a Montevidéu, quando Julio María Sanguinetti assumiu a presidência do país através de eleições democráticas. De volta ao seu país natal, juntou-se com Mario Benedetti, Hugo Alfaro e outros escritores e jornalistas para fundar o semanário Brecha. Posteriormente, criou sua própria editora: El Chanchito. Ademais, integrou a Comissão Nacional Pró Referendo (entre 1987 e 1989), constituída para derrubar a Lei de Anistia, promulgada em dezembro de 1986, para impedir o julgamento de crimes cometidos durante a ditadura militar em seu país (1973-1985).

A obra de Eduardo Galeano recebeu galardões em diversas partes do mundo, como o Prêmio Casa das Américas, em 1975 e 1978, o Prêmio do Ministério da Cultura do Uruguai em 1982, 1984 e 1986, o American Book Award de 1989, o Prêmio Stig Dagerman de 2010 e o Prêmio Alba das Letras, em 2013.

Quando recebeu o doutorado Honoris Causa da Universidade de Havana, em 2001, o escritor disse: “Eu amei esta ilha da única maneira que é, digna de fé, com suas luzes e sombras”, enquanto o juri definiu o escritor e jornalista com a certeza de se tratar de “um recuperador da memória real e coletiva sul-americana e um cronista do seu tempo”.

Em 2004, escreveu uma “Carta ao Senhor Futuro”, que sintetiza seus anseios. “Estamos ficando sem mundo. Os violentos chutam ele como se fosse uma bola. Jogam com ele, esses senhores da guerra, como se ele fosse uma granada de mão; e os mais vorazes o espremem como um limão. Nesse passo, temo que, mais cedo que tarde, o mundo poderia não ser mais que uma pedra morta girando no espaço, sem terra, sem água, sem ar e sem alma”, advertiu o escritor nessa carta. “Disso se trata, senhor Futuro. Eu lhe peço, nós lhe pedimos, que não se deixe desalojar. Para estarmos, para sermos, necessitamos que o senhor siga estando, que o senhor siga sendo, que nos ajude a defender sua casa, que é a casa do tempo”.

Créditos da foto: Mariela De Marchi Moyano / Flickr 

Fonte: http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Morre-o-escritor-Eduardo-Galeano/6/33255

[Espanha] Contra a execução médica: Liberdade Mumia Abu-Jamal! - ANA


[Espanha] Contra a execução médica: Liberdade Mumia Abu-Jamal!
[O Comitê de Solidariedade com Leonard Peltier de Barcelona (CSLPbcn), se soma à luta internacional para impedir a execução médica de Mumia Abu-Jamal, e para reclamar sua imediata libertação.]

Esta quinta-feira, 9 de abril de 2015, coincidindo com a primeira quinta-feira de cada mês, nós do CSLPbcn nos concentramos no consulado dos Estados Unidos em Barcelona, para denunciar a tentativa de execução médica de Mumia Abu-Jamal, e para reclamar sua libertação, assim como a de Leonard Peltier.
Desde nosso comitê pela libertação dxs presxs políticos, consideramos que Mumia e Leonard Peltier devem sair em liberdade imediatamente, pois suas vidas não estão seguras dentro da prisão.

Faz apenas dois meses, Phil África, preso político do Move, morreu em circunstâncias parecidas às atuais de Mumia Abu-Jamal que, após uma continuada negligência médica, em 30 de março entrou em choque diabético sem que antes lhe houvessem diagnosticado diabete alguma, apesar de ter feito 3 análises de sangue, e submetê-lo a um tratamento médico prejudicial e a uma dieta alimentícia perigosa para sua enfermidade.

A saúde de Mumia está se deteriorando. Faz vários meses que manifestou não encontrar-se bem. Teve severas crises de sono que foram interpretadas pela prisão como “indisciplina”, sendo castigado durante duas semanas sem visitas, chamadas, nem saídas ao pátio para fazer exercício.

Durante esse tempo, saíram erupções de eczema por todo o seu corpo, e o tratamento proporcionado pela prisão deixou sua pele muito lesionada. Durante duas semanas esteve na clínica, e rechaçou receber comunicações porque ficava adormecido durante as visitas. Apesar das três análises de sangue, a prisão errou em diagnosticar sua diabetes corretamente.

Em 30 de março desmaiou na prisão por causa do choque diabético, sendo transladado a um centro médico sem que avisassem a seus familiares, amigxs e advogado, proibindo as visitas e negando informações sobre seu estado de saúde.

Após uma campanha de chamadas telefônicas esse mesmo dia, e uma roda de imprensa nas proximidades do hospital, no dia seguinte, Wadiya, sua esposa, e Keith, um de seus irmãos, puderam visitá-lo, vendo que o mantinham algemado à cadeira ou à cama.

Em dezembro de 2014 foi aprovada a Lei de Revitimização, também conhecida como Lei Mordaça. Uma das finalidades de dita lei é silenciar a voz de Mumia Abu-Jamal. Este tipo de abuso contra as liberdades, são tão habituais e arbitrárias como caprichosas. Na quarta-feira 1º de abril, o Departamento de Correções da Pensilvânia, inventou outra nova regra: os familiares imediatos de Mumia, só poderiam visitá-lo uma vez por semana.

Nada mudou apesar de que oficial e penalmente Mumia já não está condenado a morte. No corredor da morte, Mumia foi duramente penalizado por haver escrito um livro sobre seus dias em dita galeria e sobre os presos que conheceu e as criminosas condições nas quais deviam abandonar toda esperança de sair com vida. Mas não puderam silenciá-lo e ademais, ele venceu essa batalha para enfrentar-se com a prisão perpétua e a sobreviver a todas essas outras mortes “não oficiais”, das quais o sistema correcional norte-americano está repleto.

Desde que Mumia foi levado ao hospital, seus familiares, amigxs e pessoas que o apoiam, não deixaram de protestar em frente ao Departamento de Correções da Pensilvânia, denunciando a situação de abandono médico que sofrem xs presxs nas prisões, e reclamando uma atenção médica em condições e com garantias para a saúde de Mumia Abu-Jamal.

Desde o Comitê em Solidariedade com Leonard Peltier e Mumia Abu-Jamal de Barcelona, fazemos nossas as reivindicações sobre uma atenção médica adequada para Mumia, e reclamamos uma vez mais sua imediata libertação.

Liberdade para Mumia Abu-Jamal!
Liberdade para xs Move!
Liberdade para Leonard Peltier!
Liberdade para todxs xs presxs políticxs!

Comitê de Solidariedade com Leonard Peltier e Mumia Abu-Jamal

Tradução > Sol de Abril
Conteúdo relacionado:

agência de notícias anarquistas-ana

A lua da montanha
Gentilmente ilumina
O ladrão de flores.
Issa

Edgar Morin integra frente de intelectuais franceses contra a 'barbárie da sonegação' – por Antoine Peillon, do La Croix


Edgar Morin integra frente de intelectuais franceses contra a 'barbárie da sonegação'

'Devemos resistir a uma forma de barbárie que é gelada: a barbárie do cálculo e dos juros. Sou contra a sonegação e os procedimentos do HSBC' 

Desde o dia 12 de fevereiro, o inquérito sobre o "furto coletivo" de oito cadeiras da agência do HSBC em Bayonne (na parte francesa do País basco) enfrenta dificuldades aparentemente intransponíveis. No dia 18 de fevereiro, três destas cadeiras foram encontradas durante uma ação de busca e apreensão na sede da organização ambientalista Bizi ("Viver" em basco).

A associação havia realizado, em plena luz do dia e com rostos descobertos, uma "requisição cidadã" de móveis daquela agência em protesto contra o esquema de evasão fiscal organizada pelo banco HSBC, no montante de 180 bilhões de euros – o crime financeiro revelado alguns dias antes, no chamado caso Swissleaks.

Até hoje, cinco das cadeiras ainda não foram encontradas, apesar dos esforços da polícia: ativistas do Bizi foram intimados, sofreram duros interrogatórios e tiveram que fazer exames de DNA.

“Recursos inacreditáveis” para encontrar as cadeiras

Em 31 de março, Txetx Etcheverry, um dos fundadores da associação basca, foi ouvido pela terceira vez pela polícia sobre a ocultação das cinco cadeiras, de que são acusados outros militantes como Thomas Coutrot, co-presidente da associação Attac, Florent Compain, presidente dos Amigos da Terra, Vincent Drezet, secretário-geral do sindicato Solidárias Finanças Públicas (primeiro sindicato da direção geral das finanças públicas) e Patrick Viveret, presidente do Movimento SOL - "por uma apropriação cidadã do dinheiro".

No depoimento, o militante basco declarou:

"Os inacreditáveis recursos utilizados na busca das cinco cadeiras torna ainda mais cínica e escandalosa a falta de medidas para recuperar os muitos bilhões de euros sonegados a cada ano dos cofres europeus, de acordo com o ex-comissário europeu Michel Barnier”.

A partir de então, a causa e a ação da Associação Bizi ganharam o apoio de um grande número de associações. E atraíram a atenção de algumas personalidades, que decidiram declarar publicamente sua "cumplicidade" com os ambientalistas bascos.

No dia 8 de abril, Patrick Viveret, filósofo, ex-auditor do Tribunal de Contas e ex-assessor do ex-primeiro ministro Michel Rocard, organizou uma reunião em Paris, na casa do sociólogo Alain Caillé. Estiveram presentes, entre outros, o filósofo e ex-membro da Resistência francesa Edgar Morin, o financista e também antigo resistente Claude Alphandéry e a ensaísta franco-americana Susan George. Todos fizeram questão de se sentar na cadeira do HSBC levada por Patrick Viveret.

"Resistir contra duas barbáries"

Edgar Morin, feliz e cheio de energia aos 93 anos, comentou que tanto ele quanto seu amigo Claude Alphandéry estavam presentes com o mesmo espírito que os levou à Resistência francesa durante a Segunda Guerra, "mas também de outras resistências bem menos perigosas, mas que nos mobilizam da mesma forma".

"Contra o que devemos resistir hoje? Há duas formas de barbárie. Aquela que todos conhecemos, cometida pelo Estado Islâmico e por diversos grupos fanáticos. Mas também há outra barbárie, que é fria, gelada: é a barbárie do cálculo, do dinheiro e dos juros. Devemos
resistir a ambas", afirmou, com entusiasmo.

Descrevendo sua solidariedade com a associação Bizi de "ato de resistência", Morin completou: "Quando éramos contra a ocupação nazista, era em nome da liberdade. Hoje, pelo bem da França e o bem-estar dos franceses, sou contra a sonegação e os procedimentos de bancos como o HSBC”.

Tradução de Clarisse Meireles
Créditos da foto: Paolo Sacchi

Fonte: http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Edgar-Morin-integra-frente-de-intelectuais-franceses-contra-a-barbarie-da-sonegacao-/6/33261

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Hipocrisia hemorrágica - Por: Evandro Aranha


Hipocrisia hemorrágica

Há sangue em minhas mãos,
por todas as vezes que fui cúmplice.
De crimes.
Do ódio.
Do mal.

Nunca matei um negro,
mas já ri de piadas racistas.
Nunca estuprei uma mulher,
mas objetifiquei algumas delas
Nunca agredi um homossexual,
Deus me livre!
Mas já torci várias vezes
Para o meu filho não ser gay.

Já vi injustiças acontecendo
E me calei;
Vi o mal nascendo
Nada fiz;
E enquanto ele era regado
Eu olhava para o lado
Mudava de assunto
E até de assento
E deixava pra lá.

Há sangue em minhas mãos

Sangue de gente inocente
Que por ser “diferente”
Era excluída
E não era vista
Como gente
Como a gente
É.

Vejo fantasmas
Daqueles que morreram
E que ainda vivem
No sangue
Que ainda corre
Em minhas mãos

E esse sangue
Não seca
Tal como a chaga
Que nunca se cura
Como a fenda
Que nunca se fecha
E como o bem
Que quando não feito
Volta
E te tortura.

Há sangue em minhas mãos
Meu próprio sangue jorra
Hipocrisia hemorrágica.

Pelos vãos dos meus dedos
O sangue que goteja
Beijando o chão
Avisa-me
Que estou pronto
Para nascer de novo
Um novo eu
Para o povo.

Por: Evandro Aranha

Ilustra: Felipe Machado Dutra

Fonte: http://revistavaidape.com.br/blog/2015/04/hipocrisia-hemorragica/

[EUA] Mumia luta por sua vida em condições inumanas - ANA


[EUA] Mumia luta por sua vida em condições inumanas

Atualização: quinta-feira, 2 de abril

Mumia Abu-Jamal foi acolhido na UTI do Schukylkill Medical Center na segunda-feira (30) de manhã após perder a consciência devido a um choque diabético (com nível de açúcar no sangue de 779 e sódio em 160). Após 20 horas de vigília sua esposa Wadiya e seu irmão Keith Cook puderam vê-lo durante 30 minutos cada. Pam Africa, listada nos registros médicos de Mumia como seu contato de emergência médica também teve a visita negada.

Na quarta-feira (1º), Bill Cook (irmão mais novo de Mumia) e Jamal Hart (seu filho mais velho) o visitaram. A condição de Mumia era angustiante, e Jamal Hart deixou o quarto após dez minutos, aflito com a dor de seu pai. Bill Cook disse que Mumia está muito doente. Ele está com dificuldade para respirar, sente dores, sede e está tremendo. Ele também está com dificuldade de levantar da cama, e estava acorrentado por uma mão na grade. 

Exceto por duas visitas curtas na segunda e terça, ele está sem qualquer contato com a família. Todas as outras visitas foram negadas, incluindo visitas legais.

O Departamento de Correções da Pensilvânia criou uma regra arbitrária e excêntrica na quarta-feira, anunciando que membros diretos da família poderiam visitá-lo apenas uma vez por semana. Isto significa que a esposa de Mumia, irmãos e filho não poderão retornar para visitá-lo até a próxima semana.

Dado que todas as outras pessoas - incluindo advogados - foram proibidos de visitá-lo, a menos que nos organizemos para mudar isso, Mumia não terá visitas hoje e passará o resto da semana sem qualquer contato com a família e outras pessoas. Isto é desumano. Inaceitável. E precisa mudar.

Na quinta-feira, Pam Africa fará vigília no hospital. Na sexta-feira foi convocado um ato na frente do Departamento de Correções da Pensilvânia, às 11 horas. 

Pedimos ao mundo que reivindique a visita de membros diretos da sua família e de sua irmã Pam Africa, que possam vê-lo mais de uma vez por semana enquanto Mumia está em condição crítica. Também exigimos informação sobre sua condição médica, acesso de seus advogados e de um médico independente, e sua liberdade imediata! Pedimos a todxs que mantenham seus "olhos" em nosso irmão, e deem apoio e conforto enquanto luta por sua vida.

Notícia de última hora...
Mumia Abu-Jamal regressou para a clínica da prisão SCI Mahanoy – a mesma que não identificou sua diabetes e lhe deu um tratamento nocivo. A situação é cada vez mais alarmante.

Tradução > Anarcopunk.org
Conteúdo relacionado:

agência de notícias anarquistas-ana
é só um instante:
o beija-flor no ar, sugando
flor de laranjeira
Otávio Coral