Mídia - O Câncer da Sociedade
A “Veja”, o leitor já sabe, é a coisa mais vigarista, sem escrúpulos e – permita-nos as senhoras – mais porca que existe na mídia. Portanto, não é uma surpresa, nem para nós nem para ninguém, que os poodles do Bob Civita tenham resolvido explorar politicamente o transitório mal que acometeu a ministra Dilma Rousseff. Entretanto, além de bater seus próprios recordes de sordidez, agora “Veja” acrescentou mais um: o de idiotice.
Imaginem que todas as páginas que ela dedica à doença da ministra, a começar da capa, são para dizer que o governo está explorando politicamente esse problema clínico. Enquanto diz isso, há descrições, inventadas e transudando entomológico sadismo (sim, o sadismo próprio dos insetos), sobre a primeira quimioterapia da ministra, sobre quando será a segunda, sobre quando começarão (?) a cair os cabelos da nossa fada, etc., etc., e mais não falaremos dessa abjeção porque o estômago não permite tal violência. Naturalmente, “Veja” não sabe nada sobre o assunto e muito menos sobre o caso concreto da ministra. Mas quem disse que seu interesse, ainda que por mínimo, esteja em fatos, ainda que sejam no terreno da falta de respeito e de limites contra um ser humano?
Certamente, não é novidade o ladrão que grita “pega ladrão”, ou o homicida que chama o vizinho de “assassino”, ou o escroque que culpa as autoridades por suas fraudes, ou o pedófilo que denuncia o primeiro passante como “pervertido”.
O original, no caso, é o criminoso acusar outros do crime enquanto o está cometendo, mais precisamente, no mesmo momento em que todos estão vendo que é ele, e não outros, que está cometendo o crime. Somente o Bob Civita poderia chegar a esse grau de imbecilidade – e, talvez, esteja explicado porque ele só consegue contratar imbecis.
Evidentemente, se eles dependem do câncer para eleger o Serra, é sinal de que as coisas estão muito ruins para o lado deles. Se a nossa candidata for Dilma, então, em breve estarão ferrados – e mal pagos. Nem o DOI-CODI conseguiu vencê-la. Quanto mais o Serra, que no momento está muito preocupado com os espirros da Miriam Leitão – ou será que nós confundimos os suínos?
No entanto, é disso mesmo que a “Veja” tem medo – e daí o recorde de idiotice obtido em sua última edição. Mas, em tudo, há algo de verdadeiro, como dizia algum teólogo. A identificação que o Civita e seus empregados têm pelo câncer é perfeitamente justa. Não é outra coisa o que eles são na sociedade brasileira. O tratamento, por sinal, é o mesmo.
CARLOS LOPES/Jornal Hora do Povo.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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