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Essas palavras são da prefeita de Cubatão, Marcia Rosa (PT), pronunciadas dias atrás durante um discurso em Barcelona, na Espanha, quando ela tentava vender a “imagem” da cidade para empresários europeus investirem no município.
Sinceramente, eu quase caí da cadeira quando li isso. Falar que em Cubatão se respira ar puro a pleno pulmões é mais que propaganda enganosa, é mentira e irresponsabilidade. É tergiversar de um assunto seríssimo. A prefeita de Cubatão deveria ter vergonha em falar uma coisa dessas.
Em Cubatão, como nos médios e grandes centros urbanos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, é praticamente impossível escapar dos poluentes, do trânsito carregado quase todos os dias nas estradas que cortam a cidade, das micropartículas liberadas pela queima dos combustíveis (principalmente do óleo diesel com alta concentração de enxofre), das substâncias químicas despejadas no ar pelas indústrias e atividades portuárias, entre outras fontes poluidoras.
Na Baixada Santista é muito raro não termos um parente ou conhecido que não sofre de patologias respiratórias, que resultam da poluição do ar. E na maioria das vezes quem paga o preço da má qualidade do ar são as crianças e idosos. Inclusive com a morte.
Estudos da USP (Universidade de São Paulo), estimam que a poluição do ar na região metropolitana de São Paulo provoque a morte prematura de 3.000 pessoas por ano. Alguém duvida que o mesmo não aconteça na Baixada Santista com cifras menores de óbitos?
A prefeita de Cubatão, assim como outros políticos e grandes empresários, ainda não entendeu e percebeu que o município está saturado de indústrias pesadas, de grandes empreendimentos. Que a cidade tem que ser feita para os seres humanos, e não para as indústrias, que continuam “roubando” espaços vitais das pessoas e dos animais.
Quanto ao título do texto, quem ousa responder? Cubatão é uma estância climática para curar doenças respiratórias?
Moésio Rebouças
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