
Fonte: http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff
Aviso: as pessoas que alimentam esse Blog são apolíticas. Não acreditam em políticos brasileiros e muito menos nos partidos políticos. Logo não defendemos nenhum deles exceto sua destruição. provosbrasil@gmail.com “Não posso compreender que na estrada da revolta haja uma direita e uma esquerda (...) Digo que a chama revolucionária arde onde quer, e não compete a um pequeno número de homens, no período de expectativa que vivemos, decretar que é só aqui ou ali que ela pode arder” André Breton
“O homem comum. Fisicamente ridículo, ele possui, por outro lado, uma deturpada visão de valores. Observem o seu repugnante senso de humanidade, a disforme consciência social e o asqueroso otimismo. É mesmo de dar náuseas, não?” Coringa, em "A Piada Mortal".
Uma vez nos quadrinhos, sua primeira aparição foi em Batman #1 (1940). Nesta edição, o Coringa era um maníaco homicida simples (caso isso seja possível) fadado para morrer sem ter grande importância na saga do homem-morcego. Todavia, o editor Whitney Ellsworth sugeriu que ele fosse poupado e, às pressas, foi elaborado outro desfecho para a edição. No número seguinte, o simpático vilão se recuperava em um hospital. Não sabia ainda que no futuro seria impensável pensar em Batman sem pensar em Coringa.
Enquanto seu sonho era despedaçado, sua mulher ficou grávida, o aluguel atrasado, o quarto imundo em que residiam, com cheiro de gato, não era o lugar que ele sonhara para ver seus filhos crescer. Perante esta situação dramática, ele tomou uma decisão igualitária: aceitou ajudar dois criminosos a entrarem no antigo laboratório em que trabalhava, num assalto em busca de uma vida melhor para sua família.
Havia um outro criminoso chamado Capuz Vermelho e, astutamente, os criminosos deram ao nosso homem um capuz para que, no caso de algo dar errado, a polícia acreditasse que era tudo culpa deste bandido. Durante o assalto as coisas realmente dão errad: surge a figura de Batman e, para não ser pego, o homem comum fantasiado de Capuz Vermelho salta de uma grade caindo dentro de um grande tonel de conteúdo químico. Ao sair do tonel, o seu aspeto físico é o que conhecemos hoje: pele branca, cabelos verdes, terno roxo, etc.. No entanto, muito mais do que a aparência física, a sua personalidade havia mudado drasticamente e para ver isso bastava olhar para o seu sorriso. Tal como Coringa explica nesta edição, basta apenas um dia ruim para você abraçar a loucura e dela nunca mais soltar.
Por fim, são incontáveis os confrontos que fizeram Batman e Coringa se baterem de frente, permitindo o provável desfecho em que um elimina o outro - o que nunca aconteceu. Batman carrega nobremente os princípios da lei e matar Coringa seria, além de criminoso, o ato que comprovaria tudo aquilo em que seu arqui-inimigo acredita. Já Coringa aparenta ter consciência da doentia dependência que tem em relação a Batman: a questão não é matar, mas sim todos os princípios relativos ao bem e ao mal que, com a mesma honradez, carrega às avessas.
Em 2006 foi realizada a 1ª Feira Anarquista de São Paulo, que contou com diversas atividades, dentre elas mostra de filmes, debates, exposição de materiais, shows e leitura de poesias. Ao longo de um dia cerca de 1000 pessoas circularam pelo evento.
Vivemos a passagem para o capitalismo do comum, dos bens imateriais—diz Toni Negri. E avisa: a transição não será pacífica
Você deu muita importância para o movimento dos indignados, mas também foi criticado por não propor uma forma de organização.
[O ativista Daniel Andreas foi incluído há meses na lista dos “Terroristas mais buscados” dos Estados Unidos.]
Com poucas exceções, a maioria da mídia corporativa, cadeias de televisão, jornais nacionais, etc. têm tratado os protestos do Okupa Wall Street do mês passado como algo semelhante a um OVNI: curioso, estranho e inescrutável.
A questão dos intelectuais é um velho tema interno à esquerda. Desde o desenvolvimento do movimento operário vimos serem desenvolvidas teorias de crítica social ao capitalismo. A concomitância das lutas e teorias alimentou um grande mito sobre o papel dos intelectuais para a luta social. A aposta, por vezes religiosa no papel do intelectual, levava à crença generalizada no potencial da educação para a prática anticapitalista. De Marx a Bakunin, passando pelos reformistas, vimos uma aposta profunda na educação que nunca parou para questionar se os trabalhadores seriam pessoas abertas ao que eles denominavam formação crítica. Muito dessa aposta no intelectual compõe a paisagem humana que herdamos. Mas será que se trata do mesmo tipo de intelectual? Será que as condições estruturais modernas permitem aos intelectuais de hoje um papel tão destacado quanto outrora?
No entanto, o desenvolvimento do capitalismo, que com sua máquina implacável é capaz de submeter e reorganizar tudo conforme os ditames da economia, tratou de alterar completamente o campo de produção, organização e difusão das ideias, sufocando os intelectuais autônomos. O mesmo capitalismo, que com a escolarização massiva da população pôde oferecer uma massa de leitores aos intelectuais contestatários, tratou depois de tirar aos intelectuais o público que lhes havia acompanhado ao fazer da história. De um lado, preparava uma massa de leitores, mas, de outro, criava outros mecanismos de enquadramento mental.
A esquerda no poder traçou o mesmo caminho. Temos a CUT com seus programas televisivos, de rádio e a Revista do Brasil. Recorrem também à internet e à publicidade. Se no passado houve uma produção material e intelectual autônoma inscrita na robusta imprensa operária, hoje são os mesmos publicitários e as mesmas empresas que servem tanto aos empresários quanto aos sindicatos. O mesmo publicitário que num ano trabalha para um partido no outro serve ao concorrente.
Utopia pode ser a resposta para alguns de seus problemas. DEIXE-ME EXPLICAR.
Mas alguma coisa sobra. Há uns pesquisadores que produzem conhecimento que é útil e apropriado pelos movimentos sociais, assim como pelos trabalhadores em suas entidades. E este conhecimento é depois trabalhado nos espaços de formação próprios. Há escolas, há posses, há cursos de sindicatos, há cursinhos populares, grupos de estudo. E há a difusão. Nos últimos anos temos visto proliferar e difundir-se uma, embora fragmentada, prolífica imprensa eletrônica, e meios de comunicação que têm servido como instrumento de formação, debate e inter-relacionamento aos que lutam.
Rittscher e Picuruta Salazar, em 2008, em manifesto para a criação do Museu do Surfe
Na Rotunda dos Homens lustres do panteão de Dolores há um túmulo significativo.
Era cerca de 10 da manhã quando uma enorme bandeira negra foi exibida diante o túmulo de Ricardo Flores Magón, cuja lápide era guardada por um pequeno grupo de anarquistas que, agitando bandeiras vermelhas e negras, impediram que os estadistas se aproximassem e realizassem seu ato no túmulo de nosso companheiro.
Aqueles que por ser burgueses (que havia em quantidade suficiente), líderes de sindicatos charros e outros da mesma laia nunca foram queimados na cara pelo sol no trabalho, tiveram de suportar o calor que queima a pele curtida dos pobres e dos explorados, dos quais obtêm os impostos para ter uma vida de luxo e execráveis banalidades.
A eles, a nós, aos indígenas, aos explorados, aos pobres, aos anarquistas, aos excluídos do banquete social, é a quem corresponde recordar a memória do anarquista Ricardo Flores Magón; os chamados para continuar seu trabalho, os chamados para a luta, os herdeiros da luta dos nossos companheiros de PLM.
Quem disse que o movimento okupa limita suas atividades apenas ao setor imobiliário? Ou em outras palavras, quem disse que só pode se apropriar de imóveis, ou seja, aqueles que estão intimamente ligados ao solo, com um local fixo e que não possa ser movido sem causar danos aos mesmos? Isto deveria se perguntar, faz alguns anos atrás, uma dezena de homens e mulheres (e um cão) quando decidiram embarcar na aventura de okupar barcos abandonados, semi-abandonados e praticamente prontos para a demolição. Não se trata de piratas ou mendigos, mas sim de pessoas que cobrem as suas necessidades básicas com uma imaginação sem limites recuperando o quê, não fosse por eles, o robin devoraria irremediavelmente.
Matéria de Julaina Sayuri, publicada originalmente no jornal O Estado de S. Paulo no dia 13 de novembro de 2011.
Indignado com atitude antidemocrática das elites e planos seguidos de salvamento dos banqueiros, ele afirma: outro sonho europeu é possível
Petroleira norte-americana responsável por desastre ambiental escondeu das autoridades informação sobre fim de vazamento e tentou iludi-las com vídeo editado. Multas iniciais e pedido de indenização chegam no máximo a R$ 250 mi, quase nada para quem fatura US$ 200 bi. Para PSDB, governo demorou a agir. Partido não se indignou com 'mentiras', como fez com ministro, nem pediu CPI da Chevron, suspeita de buscar pré-sal alheio, como fez com Petrobras.
Contra a visão de mundo liberal-burguesa, as ideias do francês Guy Debord podem facilitar o entendimento do mundo contemporâneo