Bradley Manning é vetado como Grão Marechal da Parada do Orgulho LGBT de San Francisco
(Foto: Divulgação/San Francisco Pride)
Um comunicado dos organizadores do Parada do Orgulho LGBT de São Francisco está gerando uma grande polêmica na rede entre os militantes do tema no mundo inteiro. A organização do evento vetou a indicação do soldado Bradley Manning como grão marechal do evento. Bradley é assumidamente gay e foi quem vazou os documentos do Wikileaks. Ele teria sido eleito pelos participantes, mas os organizadores alegam que suas posições são questionadas como impatrióticas por muitos que irão participar da Parada. E que por isso não podem aceitá-lo como homenageado.
Segue a tradução de trechos de um comunicado da Fundação Peter Tatchell questionando essa posição. Quem quiser ler o texto dos organizadores, vetando o nome de Bradley, pode fazê-lo a partir do Facebook, em inglês, neste link (https://www.facebook.com/SanFranciscoPride/posts/622822351079480). A tradução a seguir é do Vinicius Sartorato. A dica da história foi do amigo Idelber Avelar.
Londres, 30 de abril de 2013 – Os organizadores do São Francisco Orgulho LGBT revogaram a nomeação do Soldado Bradley Manning como Grão-Marechal da Parada do Orgulho LGBT deste ano .
Os líderes do “São Francisco Orgulho LGBT” estão errados do ponto de vista dos fatos e da ética. Bradley revelou crimes de guerra dos EUA. Ele não causou nenhum dano a militares americanos ou civis. Ele foi nomeado Grande Marechal de acordo com as regras do San Francisco Pride. A decisão de proibir a indicação de Bradley é veto político, que não tem lugar no movimento LGBT. Por isso, ele deve ser reintegrado como Grande Marechal da Parada de San Francisco.
Os organizadores do evento estão agindo como neo-macartistas, exigindo que alguém nomeado como um Grande Marechal primeiro passe por um teste de patriotismo. Mas lealdade ao governo dos EUA e à sua política militar não são exigências para que alguém se torne um Grande Marechal de uma parada LGBT.
Ao vetar a indicação de Bradley, os organizadores do orgulho estão dizendo que ele estava errado em expor atos criminosos realizados por militares dos EUA. Estão compactuando com um sistema militar que perpetraram crimes de guerra e seu acobertamento.
Bradley é um herói que tentou defender a lei internacional de direitos humanos contra aqueles que violaram as leis da guerra.
Bradley é abertamente gay e participou das Marchas do Orgulho LGBT, além de fazer campanha contra a política militar homofóbica dos EUA, “Não pergunte, não diga ‘. Em 2008, ele participou de um comício em Nova York, para se opor a tentativas de proibir o casamento homossexual na Califórnia.
Bradley é abertamente gay e participou das Marchas do Orgulho LGBT, além de fazer campanha contra a política militar homofóbica dos EUA, “Não pergunte, não diga ‘. Em 2008, ele participou de um comício em Nova York, para se opor a tentativas de proibir o casamento homossexual na Califórnia.
Ele passou aproximadamente três anos na prisão sem julgamento e por muitos meses foi submetido a um tratamento cruel, degradante e humilhante de maus-tratos por parte das autoridades militares norte-americanas.
Ele foi preso no Iraque após a divulgação pelo Wikileaks de imagens de vídeo de um helicóptero de ataque Apache dos EUA que matou a tiros 11 civis iraquianos em 2007, incluindo dois jornalistas da Reuters e homens que tinham ido para o auxílio dos mortos e feridos. Duas crianças ficaram gravemente feridas quando o helicóptero dos EUA abriu fogo sobre sua Van. O vídeo registra soldados americanos repugnantes rindo e brincando com os assassinatos.
Ele expôs este massacre pelas tropas americanas no Iraque. O vídeo do massacre pode ser visto em: www.collateralmurder.com
Este massacre já tinha sido objeto de um encobrimento por parte das forças armadas norte-americanas, que alegou desonestamente que o helicóptero tinha sido envolvido em operações de combate contra insurgentes armados.
Este massacre já tinha sido objeto de um encobrimento por parte das forças armadas norte-americanas, que alegou desonestamente que o helicóptero tinha sido envolvido em operações de combate contra insurgentes armados.
É apenas graças a Bradley Manning, que agora sabemos a verdade sobre o assassinato de civis inocentes.
Bradley acredita que os cidadãos norte-americanos têm o direito de saber o que seu governo está fazendo em seu nome. Bradley não deveria estar na prisão. As acusações contra ele precisam ser abandonadas.
Bradley Manning é um verdadeiro patriota, não um traídor. Por isso, sua defesa à verdade e à justiça devem ser aplaudidos e homenageados na Parada do Orgulho de San Francisco deste ano.
Fonte: http://revistaforum.com.br/
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