[EUA] Sacco e Vanzetti por Mumia
Abu-Jamal
[Evento comemorativo será realizado na
Biblioteca Antiautoritária Sacco e Vanzetti¹, em Santiago do Chile, nesta
sexta-feira, 23 agosto.]
Sacco e Vanzetti
Já se passaram 86 anos desde a
eletrocussão de dois anarquistas de origem italiana em 23 de agosto de 1927, em
Massachusetts.
Ferdinando Nicola Sacco e Bartolomeo
Vanzetti, foram acusados de assassinar dois homens durante um assalto à mão
armada de uma fábrica de sapatos em South Braintree, Massachusetts, em 1920.
Várias pessoas depuseram em vários lugares, sobre a data e hora do roubo e dos
assassinatos. De acordo com estas testemunhas, Sacco estava no extremo norte de
Boston, e Vanzetti, em Plymouth. Mas tais testemunhos foram em vão. Tanto o
juiz quanto a imprensa destacaram o pensamento anticapitalista e anarquista dos
acusados, que foi apresentado como prova não só de seu radicalismo, mas de
culpa.
Houve consideráveis evidências
conflitantes sobre balística e testemunhas oculares, mas todas foram
irrelevantes.
Sim, é verdade que, quando presos, os
dois homens deram nomes falsos, provavelmente por temer a deportação. Além
disso, eles andavam armados. Ao serem pressionados no tribunal para dizer por
que portavam armas, explicaram que eram anarquistas e, ao fazer isso, talvez
alentaram os prejuízos do júri ainda mais.
Quando os dois homens apresentaram
petições de demissão depois de condenados para conseguir um novo julgamento,
como esperado, o juiz Webster Thayer disse a um professor da Universidade de
Dartmouth: "Você viu o que eu fiz para aqueles bastardos anarquistas
alguns dias atrás?" O que ele fez foi negar um novo julgamento.
Entre as muitas pessoas que apoiaram
Sacco e Vanzetti, uma foi o professor de Direito na Universidade de Harvard,
Felix Frankfurter, que mais tarde tornou-se juiz da Suprema Corte da Nação. Ele
escreveu um artigo que mostrou a sua inocência, que foi publicado na
revista The Atlantic.
Em seu discurso no tribunal, Vanzetti
fez as seguintes observações comovedoras: "Eu fui forçado a conter as
lágrimas dos meus olhos e segurar a batida do meu coração na minha garganta
para não chorar diante dele. Mas o nome de Sacco vai viver nos corações das
pessoas como seu. Suas leis, suas instituições e seu falso deus não são mais do
que uma vaga lembrança de um passado maldito em que o homem era lobo do
homem".
Sacco e Vanzetti foram executados em 23
de agosto de 1927.
Em 1977, o governador de Massachusetts
emitiu uma proclamação exonerando os dois anarquistas - 50 anos depois de sua
eletrocussão.
Da nação encarcerada, sou Mumia
Abu-Jamal.
O áudio para ouvir a voz de Mumia,
aqui:
[1] A Biblioteca e Centro Social Sacco
e Vanzetti havia existido como okupa antes de vários membros do grupo serem
presos em uma caça à anarquistas em agosto de 2010, resultando em um processo
conhecido na imprensa como o "Caso Bombas". Depois de 9 meses em uma
prisão de segurança máxima, uma greve de fome de 65 dias e um julgamento que
durou seis meses, foram absolvidos de todas as acusações de conspiração e
associação terrorista. Em 14 de agosto passado inaugurou as novas instalações
da biblioteca, onde se encontra como parte de seu acervo um livro de Mumia
Abu-Jamal, “Queremos liberdade: Uma vida com os Panteras Negras”.
agência de notícias
anarquistas-ana
insônia:
uivo de lobos
nas pupilas
Cláudio Daniel
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