Atenas, defendendo a dignidade

É uma das poucas vezes que o número de participantes numa manifestação é extremamente difícil de calcular. O povo ateniense entupiu todo o centro de uma cidade de aproximadamente 5 milhões de pessoas. As praças de Syntagma, Omonia e Monastiraki, assim como todas as ruas do centro de Atenas foram palco de uma e ao mesmo tempo de muitas manifestações, de numerosas frentes e pontos de enfrentamentos contra as hediondas tropas de choque. Foi tanta a quantidade de pessoas que tomaram as ruas de Atenas, foi tanta raiva contra o Regime e contra tudo o que estão nos impondo, que por pouco não se esgotaram os gases lacrimogêneos e os perigosos produtos químicos utilizados pela Polícia em cada manifestação. A Polícia usou balas de borracha contra os manifestantes, especialmente contra os anarquistas ocupantes da Faculdade de Direito. Note-se que de acordo com várias testemunhas, entre os policiais gregos havia vários reforços dos regimes totalitários da União Européia.

Ao mesmo tempo, desde a Faculdade de Direito ocupada um bloco de anarquistas tentou deixar o prédio da universidade para ir a Praça Syntagma, mas recebeu uma carga por parte de dois esquadrões da Polícia. É que na Democracia se pode manifestar livremente...
Os conflitos e enfrentamentos entre numerosos e diversos grupos de manifestantes e as chamadas tropas de choque se espalharam literalmente por todo o centro da cidade. A Polícia não podia fazer frente contra os lutadores que não retrocediam, ou se o faziam, não se dispersavam, mas retornavam para onde estavam antes da carga policial, com uma persistência que tem poucos precedentes na história do movimento social neste país. Aos poucos, a Polícia foi "empurrando" os manifestantes enfurecidos, tentando evacuar a Praça Syntagma e expulsar as pessoas do centro da cidade, para que os 330 deputados do Parlamento votassem as novas medidas penosas e que os meios de desinformação falavam de uns 100 homens encapuzados que conseguiram atrapalhar uma pequena manifestação pacífica... No entanto, as mentiras acabaram. Começou a marcha para todos esses parasitas e seus capangas.




Ilha de Rodas: Centenas de manifestantes ocuparam a Prefeitura da capital da ilha.
Chania, Creta: manifestação de mais de 4.000 pessoas. Bancos foram queimados, caixas eletrônicos e a Prefeitura da cidade. A manifestação acabou no edifício ocupado da Administração local.
Vólos, Tessália: A manifestação reuniu 4.000 pessoas e terminou na Prefeitura, onde muitos manifestantes passaram a ocupá-la. Enquanto a ocupação estava em andamento, um incêndio estalou no porão da Prefeitura. Obviamente se trata de uma ação provocada pela Autoridade, que viu seu "castelo" ocupado e não hesitou em incendiá-lo.
Houve confrontos com a Polícia perto dos escritórios do partido no poder Pasok. Também se incendiou uma agência bancária Eurobank, foram destruídos vários supermercados e grandes empresas. À noite, um grande grupo de manifestantes entrou na Agência Tributária local e destruiu os arquivos.
Kavala: Ocupação do prédio da Administração da província, como em muitas cidades gregas. Infelizmente, a ocupação durou pouco.
Estamos vivenciando o alvorecer de uma nova era. Hoje, domingo, 12 de fevereiro, tivemos um dos capítulos mais marcantes na história da resistência do povo contra a barbárie, o totalitarismo, o fascismo, o Poder e o Capital, e pela liberdade e dignidade. O dilema "submissão ou revolução" é mais atual e urgente do que nunca, não só para aqueles que vivem no território do Estado grego, mas todos os seres humanos neste planeta que aspiram a viver em liberdade. Tudo começa agora.
Logo haverá mais informações sobre as manifestações e ocupações em outras cidades gregas e mais detalhes, fotos e vídeos da manifestação em Atenas.
Vídeos:
http://www.youtube.com/verify_age?next_url=/watch%3Fv%3D6MCsrO6fMJM%26feature%3Dplayer_embedded
http://www.youtube.com/watch?v=aToAHGIAYvM&feature=player_embedded
agência de notícias anarquistas-ana
pestade repentina.
O cheiro de terra molhada
invadindo as narinas.
José Carlos de Souza
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