segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ESTADO GENOCIDA: Agricultura de Gaza devastada pela ofensiva israelense - por Caue Seigne Ameni


Agricultura de Gaza devastada pela ofensiva israelense
ONU aponta: ataques dizimaram cultivos, criação e pesca, arruinando agricultores e provocando forte alta dos preços de alimentos. Só ajuda externa evitará fome

A operação militar israelense em Gaza devastou o centro da produção de alimentos anunciou a ONU, alertando que a falta de alimentos afetará  “severamente” a população local e que a recuperação exigirá “ajuda externa significante”.

“Os recentes conflitos resultaram em danos substanciais aos 17 mil hectares de terras agrícolas de Gaza, bem como grande parte de sua infraestrutura, incluindo estufas, sistemas de irrigação, fazendas de pecuária, galpões de armazenamento e barcos de pesca,” disse em comunidade a Organização para Alimentos e Agricultura (FAO) da ONU.

Com as atividade agrícola e pesca praticamente paradas após agricultores, pastores e pescadores serem obrigado a fugir de seus territórios, e com o bloqueio israelense imposto, os palestinos estão enfrentando escassez de alimentos.

Gaza perdeu metade de suas aves de criação por causa do bombardeio ou por falta de água, uma vez que o exército israelense destruiu a infraestrutura palestina, acredita o Prgorama Mundial de Alimentos (PMA).

“Under the most recent ceasefire many farmers and herders are now able to access their lands, however resumption of food production faces serious obstacles given the damage sustained and shortage of water, electricity, inputs and financial resources, as well as ongoing uncertainty regarding the possible resumption of military activities,” said Ciro Fiorillo, head of FAO’s office in the West Bank and Gaza Strip.

“Sob o cessar-fogo mais recente, muitos agricultores e pastores podem voltar a suas terras, no entanto, para retomar a produção de alimentos há sérios obstáculos. São representados pelos danos sofridos como escassez de água, energia elétrica, insumos e recursos financeiros, assim como a incerteza contínua sobre a possível retomada das atividades militares”, disse Ciro Fiorillo, chefe do escritório da FAO na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
“Cerca de 64 mil cabeças de pequenos ruminantes estão precisando de ração e água para evitar mais mortes”, disse a FAO, acrescentando que a recuperação no setor agrícola “vai exigir ajuda externa significante a longo prazo”.

A FAO estima que as perdas do setor de pesca chegam a 234,6 toneladas durante o período de 9 de Julho a 10 de Agosto, ou “equivalente a 9,3% da volume anual obtido pelos pescadores”.

O enclave palestino importam a maior parte de seus produtos alimentícios, mas a FAO estima que a agricultura local e a pesca servem como o meio mais acessível para obtenção de alimentos.

“Cerca de 28,6 mil pessoas em Gaza dependem da agricultura (19 mil), pecuária (6 mil) e pesca (3.600) para sua sobrevivência”, diz a FAO, destacando que os preços dos alimentos básicos aumentaram desde a Operação Protective Edge começou.
 “As altas vão desde 40% no preço dos ovos, a 42% para as batatas e 179% para os tomates”, diz a organização, estimando que cerca de 1,8 milhões de pessoas dependem atualmente de ajuda alimentar.

Os programas de alimentos executados pela ONU auxiliam regularmente cerca de 1,1 milhões de pessoas, além de cerca de 700 mil que se beneficial atualmente do abastecimento de alimentos do Ministérios Palestino de Assuntos Sociais e ONU.

“Temos um programa que favorece a resiliência dos agricultores, pescadores e pastores de Gaza”, disse Abdessalam Ould Ahmed, representando regional da FAO para o Oriente Médio e Norte da África. “Precisamos voltar as atividades no caminho certo, logo que cessem as hostilidade, para promover não apenas a sobrevivência do povo de Gaza, mas o seu desenvolvimento autossuficiente”.

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