(EUA) Anarquista de Chapel Hill marcham em solidariedade à Ferguson
A
Concentração e a Marcha
Na noite de
sexta-feira, 22 de agosto, ocorreu uma concentração em frente aos correios para
apoiar os manifestantes e insurrecionários em Ferguson. Um grupo de estudantes
anarquistas, os “UNControllables” (Incontroláveis), chamou primeiramente a
concentração, e outros grupos como o Movimento de Estudantes Negros e o Grupo
de Poesia da UNC (Universidade da Carolina do Norte) Leitores de Ébano
promoveram e participaram do evento. Panfletos também foram distribuídos de
porta em porta, nas janelas dos carros, e em complexos de apartamento através
da cidade. Este foi apenas um dos diversos eventos que ocorreram na área do
Triângulo em consideração à Ferguson – na semana anterior ocorreu uma massiva
vigília em Durham, um ataque noturno contra o Quartel da Polícia de Chapel
Hill, e eventos em várias igrejas.
A
concentração começou com discursos sobre como é crescer sendo Negra nesta
cultura supremacista branca, sobre o medo e o ódio da polícia, sobre lutas
locais como marchas e ataques contra a polícia de Durham no último inverno. Um
orador emocionou as pessoas com um poema que dizia, “Eu sempre quis ter filhas,
porque temia que não seria capaz de ensinar meus filhos como ser um homem
negro”. Outro orador deu sequência, “É por isso que essa marcha está
acontecendo em Chapel Hill. Não é apenas em Ferguson, mas nos Estados Unidos”.
Enquanto os
manifestantes estão ouvindo, algumas pessoas caminharam através da multidão
levantando textos escritos por anarquistas que participaram dos levantes nas
ruas de Ferguson. Logo após algumas falas breves, o som das baterias irrompeu,
seguindo o ritmo da ira das massas. Alguns que observavam se juntaram ao
protesto, e muitas caras da vizinhança onde foram distribuídos panfletos
compareceram também.
A bateria
continuou rufando, cada vez mais alto. Uma multidão incansável quis mais do que
uma concentração, e em determinado momento, um manifestante, segurando um
grande cartaz ACAB, gritou: “Eu vejo a necessidade de movimento”. Houve gritos
de aprovação, e a diversificada massa de estudantes da UNC, moradores e
sem-teto tomaram as ruas. Mais transeuntes se juntaram à marcha enquanto ela
ocorria – um trabalhador de um restaurante local deixou seu posto de trabalho
para participar, ainda usando seu uniforme e identificação.
A multidão,
estimada em mais de 100 pessoas pelo jornal estudantil local, marchou alguns
quarteirões descendo a principal via da Rua Franklin, tomando as duas mãos do
trânsito com a grande faixa ACAB na linha de frente. Algumas pessoas começaram
a se mascarar enquanto a massa se movia. Os policiais estavam visivelmente com
as mãos atadas durante a tarde, escolhendo bloquear o trânsito ao invés de
tentar forçar a marcha para fora das ruas. Havia a certeza nos dois lados de
que qualquer agressão policial não seria tolerada. Com as últimas duas semanas
de resistência em Ferguson fresca na mente de todas, os policiais pareciam
relutantes em provocar a multidão em uma noite agitada do fim de semana.
Após um
tempo a marcha retornou e voltou para a principal interseção do centro,
bloqueando o cruzamento por 10 ou 15 minutos enquanto gritavam e tiravam fotos
de “Mãos ao alto, Não atire”. “Foda-se a polícia!”, alguns exclamavam. Outros
encorajavam transeuntes a se juntar ao ato.
Neste
momento um conflito pequeno ocorreu, quando um estudante negro e colunista do
jornal da universidade (fato que descobrimos mais tarde) tentou se dirigir à
multidão. Ele gritou exasperado, “Este não é o espírito de Ferguson! É um tempo
de cura! Nós deveríamos estar de luto!”.
Após um
momento de tensão, a multidão gritou de volta a ele, crítica e desdenhosa em
relação a sua tentativa de pacificação.
- “Este é o
luto de Ferguson!”, respondeu um manifestante.
- “Em
Ferguson, o luto foi queimar o Quartel da Polícia!”, disse outro.
- “ISTO é o
meu luto!”.
Logo depois
um segundo estudante apareceu e pediu para a multidão deixar o primeiro se
pronunciar. O primeiro estudante retornou para o mesmo tema, dessa vez
exclamando em frustração, “Mas isto é caos!”.
Com esta
palavra a multidão gritou em aprovação sarcástica, e a bateria retirou o
estudante do palanque. Como um dos oradores disse antes do protesto, “As
autoridades querem a paz antes da justiça, mas nós sabemos que não funciona
assim. Sem justiça não há paz!”.
No caminho
de volta para os correios os manifestantes fizeram ecoar este sentimento, e as
percussões permaneceram rufando quando chegaram. Um cacofônico soar dos
tambores, assovios e vozes assinalaram o fim do evento.
Para saber
de futuros protestos, envie um e-mail para: fromfergusontochapelhill@riseup.net.
Tradução
> Malobeo
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em flor.
Ah! que perfume tenuíssimo…
Esperei por ti…
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