terça-feira, 2 de setembro de 2014

(EUA) Anarquista de Chapel Hill marcham em solidariedade à Ferguson - ANA


(EUA) Anarquista de Chapel Hill marcham em solidariedade à Ferguson

A Concentração e a Marcha

Na noite de sexta-feira, 22 de agosto, ocorreu uma concentração em frente aos correios para apoiar os manifestantes e insurrecionários em Ferguson. Um grupo de estudantes anarquistas, os “UNControllables” (Incontroláveis), chamou primeiramente a concentração, e outros grupos como o Movimento de Estudantes Negros e o Grupo de Poesia da UNC (Universidade da Carolina do Norte) Leitores de Ébano promoveram e participaram do evento. Panfletos também foram distribuídos de porta em porta, nas janelas dos carros, e em complexos de apartamento através da cidade. Este foi apenas um dos diversos eventos que ocorreram na área do Triângulo em consideração à Ferguson – na semana anterior ocorreu uma massiva vigília em Durham, um ataque noturno contra o Quartel da Polícia de Chapel Hill, e eventos em várias igrejas.

A concentração começou com discursos sobre como é crescer sendo Negra nesta cultura supremacista branca, sobre o medo e o ódio da polícia, sobre lutas locais como marchas e ataques contra a polícia de Durham no último inverno. Um orador emocionou as pessoas com um poema que dizia, “Eu sempre quis ter filhas, porque temia que não seria capaz de ensinar meus filhos como ser um homem negro”. Outro orador deu sequência, “É por isso que essa marcha está acontecendo em Chapel Hill. Não é apenas em Ferguson, mas nos Estados Unidos”.

Enquanto os manifestantes estão ouvindo, algumas pessoas caminharam através da multidão levantando textos escritos por anarquistas que participaram dos levantes nas ruas de Ferguson. Logo após algumas falas breves, o som das baterias irrompeu, seguindo o ritmo da ira das massas. Alguns que observavam se juntaram ao protesto, e muitas caras da vizinhança onde foram distribuídos panfletos compareceram também.

A bateria continuou rufando, cada vez mais alto. Uma multidão incansável quis mais do que uma concentração, e em determinado momento, um manifestante, segurando um grande cartaz ACAB, gritou: “Eu vejo a necessidade de movimento”. Houve gritos de aprovação, e a diversificada massa de estudantes da UNC, moradores e sem-teto tomaram as ruas. Mais transeuntes se juntaram à marcha enquanto ela ocorria – um trabalhador de um restaurante local deixou seu posto de trabalho para participar, ainda usando seu uniforme e identificação.

A multidão, estimada em mais de 100 pessoas pelo jornal estudantil local, marchou alguns quarteirões descendo a principal via da Rua Franklin, tomando as duas mãos do trânsito com a grande faixa ACAB na linha de frente. Algumas pessoas começaram a se mascarar enquanto a massa se movia. Os policiais estavam visivelmente com as mãos atadas durante a tarde, escolhendo bloquear o trânsito ao invés de tentar forçar a marcha para fora das ruas. Havia a certeza nos dois lados de que qualquer agressão policial não seria tolerada. Com as últimas duas semanas de resistência em Ferguson fresca na mente de todas, os policiais pareciam relutantes em provocar a multidão em uma noite agitada do fim de semana.

Após um tempo a marcha retornou e voltou para a principal interseção do centro, bloqueando o cruzamento por 10 ou 15 minutos enquanto gritavam e tiravam fotos de “Mãos ao alto, Não atire”. “Foda-se a polícia!”, alguns exclamavam. Outros encorajavam transeuntes a se juntar ao ato.

Neste momento um conflito pequeno ocorreu, quando um estudante negro e colunista do jornal da universidade (fato que descobrimos mais tarde) tentou se dirigir à multidão. Ele gritou exasperado, “Este não é o espírito de Ferguson! É um tempo de cura! Nós deveríamos estar de luto!”.

Após um momento de tensão, a multidão gritou de volta a ele, crítica e desdenhosa em relação a sua tentativa de pacificação.

- “Este é o luto de Ferguson!”, respondeu um manifestante.
- “Em Ferguson, o luto foi queimar o Quartel da Polícia!”, disse outro.
- “ISTO é o meu luto!”.

Logo depois um segundo estudante apareceu e pediu para a multidão deixar o primeiro se pronunciar. O primeiro estudante retornou para o mesmo tema, dessa vez exclamando em frustração, “Mas isto é caos!”.

Com esta palavra a multidão gritou em aprovação sarcástica, e a bateria retirou o estudante do palanque. Como um dos oradores disse antes do protesto, “As autoridades querem a paz antes da justiça, mas nós sabemos que não funciona assim. Sem justiça não há paz!”.

No caminho de volta para os correios os manifestantes fizeram ecoar este sentimento, e as percussões permaneceram rufando quando chegaram. Um cacofônico soar dos tambores, assovios e vozes assinalaram o fim do evento.

Para saber de futuros protestos, envie um e-mail para: fromfergusontochapelhill@riseup.net.

Tradução > Malobeo

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agência de notícias anarquistas-ana

Laranjais em flor.
Ah! que perfume tenuíssimo…
Esperei por ti…
Fanny Dupré

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