segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Nota de denúncia e perseguição política de anarquistas no Rio Grande do Sul, ou, uma denúncia de “Apate” e sua perseguição a “Érebo” – A.N.A.

Nota de denúncia e perseguição política de anarquistas no Rio Grande do Sul, ou, uma denúncia de “Apate” e sua perseguição a “Érebo”
Iniciativa Federalista Anarquista no Brasil diante da operação policial Érebo contra anarquistas na Região do Rio Grande do Sul vem afirmar o direito e a liberdade humanos dos explorados e oprimidos se auto-organizarem economicamente, socialmente e politicamente.

O pensamento e a prática anarquistas não são crimes. Os indivíduos, coletivos e organizações anarquistas não podem ser criminalizados pelo Estado Brasileiro com base em sua escolha cultural, filosófica, social e econômica: o anarquismo.

Denunciamos ao mundo a tentativa de perseguir e criminalizar mais uma vez a livre expressão e a organização anarquistas no Brasil como já ocorrido no século vinte com as leis Adolfo Gordo (7 de janeiro de 1907) e Lei de Segurança Nacional (4 de abril de 1935) atualizada em 14 de dezembro de 1983 e em vigência. E aprimoradas nos dias de hoje com as leis do terrorismo (16 de março de 2016) e lei do crime organizado (2 de agosto de 2013).

Anarquistas, movimentos sociais e movimentos populares são alvo de infiltrações policiais, forja de provas, peças processuais ficcionais e investigações infundadas pois não partem de fatos e sim de ignorância, preconceitos, e as vezes de perseguição política e ideológica.

Lamentamos profundamente o cancelamento da 8ª Feira do Livro Anarquista em Porto Alegre. Um momento e um espaço singular para promoção da cultura, da vivência educacional, da celebração social. Um esforço construído com dedicação de pequenas editoras, poetas, escritores, trabalhadoras, estudantes, professores, artistas, pesquisadores, punks tendo como objetivo divulgar e promover a igualdade econômica, a justiça social e a liberdade.

Nos solidarizamos com os espaços invadidos e com as pessoas companheiras dos coletivos da Ocupa Pandorga, do O Instituto Parrhesia Erga Omnes e da Biblioteca Kaos afetados diretamente com a captura de computadores, telefones celulares, livros, brochuras e o mais absurdo que é a detenção com privação de liberdades de ativistas destes espaços. Também solidarizamos com a FAG por sua citação no mandado da operação e associação com os fatos ocorridos.

Exigimos divulgação e transparência no inquérito instalado na operação Érebo, exigimos a devolução dos equipamentos de computação e telefones móveis, exigimos a devolução das obras confiscadas na citada e injustificada operação.

Reafirmamos que o anarquismo não é crime no Brasil, na América, na África, na Europa, Ásia ou Oceania. O anarquismo, desde 1840 até nossos dias é uma expressão filosófica, política, social e econômica presente na cultura humana especialmente nos movimentos de trabalhadores, gays, lésbicas, transexuais, negros, quilombolas, do abolicionismo penal, indígenas, ambientalistas, saúde mental e tantos mais onde se luta pela justiça social, a igualdade econômica e a liberdade.

Repudiamos veementemente as sucessivas tentativas de criminalização dos anarquistas que ocorrem a partir das manifestações populares de 2013.

Denunciamos mundialmente o caráter de perseguição política e criminalização dos anarquistas no Rio Grande do Sul e no Brasil.

Afirmamos o direito dos anarquistas como todos outros neste planeta a se organizarem individual e coletivamente, de defenderem seus princípios, expressarem suas ideias, realizarem suas práticas sociais, educacionais, econômicas, políticas tendo em consideração que a liberdade do indivíduo se amplia no encontro com a liberdade do outro.

Iniciativa Federalista Anarquista

Novembro 2017


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o céu resfria
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