País atrasado: Brasil nega proposta para proibir testes em animais
Em reunião
em Brasília, na última quinta-feira (20), o Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal (Concea), que pertence ao Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCT), negou proposta apresentada pela ONG Humane Society
International (HSI) para acabar, de uma vez por todas, com os testes de
cosméticos em animais.
De acordo
com a organização, esse tipo de procedimento em bichos é antiético, uma vez que
causa dor aos animais em nome do consumo de produtos dispensáveis, e pode ser
substituído por outras técnicas, que já são adotadas por empresas da indústria
da beleza que se desassociaram desse tipo de prática.
No entanto,
apesar do parecer técnico que provava a viabilidade da proibição e de petição
com dezenas de milhares de assinaturas, o Concea não aprovou a proposta, cuja
votação havia sido prometida para outubro.
O Conselho
preferiu propor novo regulamento geral que obriga os laboratórios a utilizar
alternativas para testes em animais, cinco anos depois de serem validadas pelo
governo. Segundo a HSI, a medida é um retrocesso, uma vez que essa regra já
existe no Brasil desde 1998, com uma diferença: antes da nova decisão do
Concea, ela deveria ser cumprida pelos laboratórios imediatamente após a
validação do método alternativo, e não no prazo de cinco anos.
“Dois
terços dos brasileiros apoiam a proibição dos testes e 170 membros do Congresso
Federal também defendem a ideia. É uma vergonha que os reguladores brasileiros
não consigam respeitar a opinião da população e de seus representantes, que
manifestaram de forma consistente sua forte oposição aos testes em animais para
a indústria da beleza”, diz Helder Constantino, porta-voz brasileiro da
campanha Liberte-se da Crueldade, da HSI. Agora, a organização pede apoio ao
ministro da Ciência e Tecnologia, Clélio Campolina Diniz, para intervir na
decisão do Concea.
Enquanto o
governo não bane a prática, as atitudes dos consumidores têm grande peso.
Assista, abaixo, à animação em português que a HSI fez para conscientizar as
pessoas a respeito das crueldades que podem estar por trás dos produtos de
beleza que são levados para casa. A instituição têm campanhas parecidas em
outros países, como Austrália, China, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Rússia.
Fonte: http://www.anda.jor.br/
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