Barbárie: Elefantes mortos para extração de marfim: quando imagens dizem mais que palavras
No noticiário internacional, o assunto do massacre de elefantes para extração de marfim continua em evidência, e 2012 tem sido o ano de maior extermínio na última década. A revista National Geographic lancará uma edição em outubro com esse assunto em destaque. O Huffington Post elaborou uma prévia da reportagem da revista.
Restos mortais de elefantes mortos no massacre do Parque Nacional Bouba Ndjidah. Foto: National Geographic
A National Geographic conta que, no início do ano, mais de cem caçadores montados em cavalos invadiram o Parque Nacional Bouba Ndjidah em Camarões, na África, e abateram centenas de elefantes – famílias inteiras – em um dos massacres mais expressivos desde o início do comércio global de marfim, em 1989. Carregando fuzis AK-47, granadas e foguetes de propulsão, alvejaram os elefantes com precisão militar, o que lembrou uma chacina ocorrida em 2006 no Parque Nacional Zakouma Chade, quando milhares de elefantes foram mortos: dos 3 mil elefantes estimados, hoje são estimados apenas 500, de acordo com o Herald Tribune.
Kruba Dharmamuni, que mantém elefantes asiáticos em seu templo na Tailandia, é acusado por ativistas de deixar um elefante morrer de fome para usar seu marfim para amuletos. Ele rejeita a acusação. Foto: National Geographic
Mas até mesmo esses absurdos números parecem “pequenos” perto do que aconteceu na primeira fase da exploração comercial do marfim, entre 1979 e 1989: em dez anos, 700 mil elefantes foram caçados na África, segundo a Scientific American Brasil. De acordo com a National Geographic, 25 mil elefantes teriam sido abatidos no último ano.
Mercado clandestino de obtenção do marfim na África. Foto: National Geographic
“Vista do chão, cada carcaça de elefante é um monumento à ganância humana”, observa a National Geographic. Níveis de caça furtiva de elefantes são os piores da última década, e as apreensões de marfim ilegal estão em seu nível mais alto dos últimos anos. “Vistos de cima”, continua a revista, “os corpos espalhados também denunciam as cenas dos crimes sem sentido: pode-se ver que os animais fugiram, que as mães tentaram proteger seus jovens. Pode-se perceber como um rebanho aterrorizado de 50 elefantes caiu por terra ao mesmo tempo, os últimos rebanos das dezenas de milhares de elefantes mortos na África a cada ano. Visto a partir de um ângulo maior ainda, do ponto de vista da História, este campo de morte não é inédito, nem novo. É atemporal, e ao mesmo tempo ainda acontece agora”.
Mais uma foto do massacre ocorrido no Parque Nacional Bouba Ndjidah. Foto: environment360 – AFP/Getty Images
Embora o mundo tenha encontrado substitutos para cada uma das demandas de marfim (bolas de bilhar, teclas de piano, pentes), seu uso religioso está congelado em âmbar, e seu papel como símbolo político persiste. A reportagem da National Geographic cita algumas curiosidades: o Presidente do Líbano, Michel Sleiman, deu de presente ao Papa Bento XVI um turíbulo de marfim e ouro, no ano passado. Em 2007, Gloria Macapagal-Arroyo, Presidente das Filipinas, deu uma imagem de Santo Nino de marfim ao Papa Bento XVI. Para o Natal, em 1987, o Presidente Ronald Reagan e Nancy Reagan compraram uma Madonna de marfim para oferecer como presente de Estado ao Papa João Paulo II. Todos estes presentes viraram manchetes internacionais. Até mesmo o Presidente do Quênia, Daniel Arap Moi, pai da proibição do marfim global, uma vez deu ao Papa João Paulo II uma presa de elefante. Mais tarde, Arap Moi realizou um grande gesto simbólico, incendiando 13 toneladas de marfim queniano, talvez o ato mais icônico na história pela preservação dos elefantes.
Elefante morto para extração de marfim em Chad. (Foto: SOS Chad/Stephanie Verignault para a Environment360)
Embora os números sejam expressivos, as imagens a seguir falam por si, dizem mais que as palavras, embora mostrem apenas cenas finais de uma triste tragédia que o ser humano promove e que está levando rapidamente ao dia em que não haverá mais elefantes vivos na natureza. As imagens são fortes.
Fonte: http://www.anda.jor.br/
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