terça-feira, 2 de abril de 2013

Absurdo: Estados americanos defendem caça em áreas fechadas - Por Patrícia Tai

Absurdo: Estados americanos defendem caça em áreas fechadas
Foto: Reprodução
Legisladores em Indiana estão considerando uma proposta para legalizar uma série de áreas silvestres chamadas “áreas preservadas”. Mas estas não são áreas onde os animais ficariam protegidos dos humanos, e sim regiões fechadas, onde caçadores pagam milhares de dólares para atirar em animais que estarão dentro delas.
Trata-se de manter animais domesticados ou quase mansos presos em uma área cercada, onde caçadores podem atirar neles como se fosse um esporte.
O Departamento de Recursos Naturais de Indiana (DNR) decretou, em 2005, que esta caça em áreas fechadas é ilegal, mas os proprietários de cinco reservas ganharam uma liminar naquele mesmo ano que lhes permitiu continuar operando e mantendo as áreas privativas de caças para veados, faisões e outros animais selvagens. As informações são da Care2.
Uma lei do senado, apresentada pelo Dep. Matt Ubelhor, iria proibir a abertura de outras áreas de reserva para caça, mas tornaria o procedimento legal para os que já operam nas áreas existentes.
Os defensores da lei argumentam que a legislação é necessária para resolver o processo que já é debatido há oito anos, e os proprietários das terras estão argumentando que eles precisam proteger as centenas de milhares de dólares que investiram nestas áreas com a aprovação do Estado.
O DNR defende o fim das áreas de reserva de caça, juntamente com outras associações de caça, que alegam que a manutenção das reservas aumenta a propagação de uma doença dos animais, chamada Chronic Wasting Disease (CWD).
Parecida com a doença da “Vaca Louca”, a CWD é muito contagiosa e, geralmente, fatal. Desde que apareceu em um cervo cativo em Colorado, na década de 60, a doença se espalhou para mais de 20 estados norte americanos e duas províncias canadenses, dizimando populações nativas de cervos e alces e custando milhões de dólares em programas de erradicação. Muitos acreditam que as áreas fechadas de caça funcionam como incubadoras para a doença, pois animais podem ser “importados” para as áreas, e a super população pode aumentar a possibilidade de contágio.
Os grupos também pontuam que as áreas reservadas tiram a “perseguição justa” da caça, uma vez que aos cervos criados em fazendas faltaria um medo instintivo dos seres humanos.
Ubelhor disse que estes ”bons negócios” devem continuar abertos, pois são uma oportunidade para as pessoas que não podem praticar o hobby de outra maneira, de conseguirem uma “caça garantida”.
Este tipo de caça foi proibida em vários estados, enquanto muitos continuam confusos sobre por que alguém iria querer participar deste tipo de caça que chamam de ”enlatada”.
O diálogo entre os defensores da prática e as impressões emitidas pelos mesmos é um tanto surreal.
É impressionante que, em pleno século XXI, os animais humanos continuem se comprazendo de tirar a vida de animais selvagens como se tentassem, dessa forma, provar a si mesmos a sua “superioridade” – algo talvez tão questionável, ou deixar aflorar um instinto que remonta à Pré História.
Nota da Redação: A possibilidade de uma caça “enlatada” ser prejudicial do ponto de vista biológico ou por não existir uma perseguição “justa” em meio fechado é algo tão falacioso, quanto o próprio ato de se infligir sofrimento e morte aos animais, o combate a prática deve se pautar primeiramente na questão da senciência e consciência desses animais, que são sujeitos de direitos como nós, algo cada vez mais comprovado pela ciência e perfeitamente visível e perceptível aos nossos olhos. Além do mais, donos de propriedades privadas não podem ter práticas como essa legalizada, o fato de terem adquirido as terras, não lhes concede o direito de usar como bem entendem, usar o espaço como se fosse uma terra sem leis, onde o imoral passa a ser moral apenas por uma questão de autoridade. Assassinato é assassinato, independente do local onde é feito.

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