Ramonet: quarto poder virou oligopólio. É hora do quinto poder
Livro "Mídia, poder e contrapoder: da concentração monopólica à democratização da informação" (Boitempo), que reúne artigos de Ignacio Ramonet, Dênis de Moraes e Pascual Serrano, faz uma reflexão crítica sobre o poder da mídia hoje. Para o editor da versão espanhola do Le Monde Diplomatique, a cumplicidade do quarto poder com os poderes domindantes representa um grave problema para a democracia e exige da cidadania a construção de um quinto poder, na forma de um jornalismo crítico e colaborativo.
“A cumplicidade do quarto poder com os poderes dominantes faz com ele deixe de funcionar como tal, o que representa um grave problema para a democracia, pois não é possível concebê-la sem o autêntico contrapoder da opinião pública. (...) Minha proposta é que todos nós participemos da criação de um quinto poder, que se expressaria mediante a crítica ao funcionamento dos meios de comunicação, papel que antes cabia ao quarto poder”.
O diagnóstico e a proposta são do jornalista Ignacio Ramonet, diretor da edição espanhola do Le Monde Diplomatique, no artigo “A explosão do jornalismo na era digital”, que integra o livro “Mídia, poder e contrapoder: da concentração monopólica à democratização da informação” (Boitempo Editorial), que reúne textos do próprio Ramonet e dos jornalistas Dênis de Moraes e Pascual Serrano.
Com lançamento previsto para maio, o livro organizado por Dênis de Moraes nasceu a partir de um debate que reuniu os três autores no Rio de Janeiro, em 2011. A obra reúne sete textos que procuram fazer uma reflexão crítica sobre o poder da mídia hoje, a cultura tecnológica, a comunicação globalizada, práticas de jornalismo contra-hegemônico e políticas públicas de democratização da comunicação na América Latina.
Para Ramonet, questionar a forma como a mídia expressa a realidade hoje tornou-se praticamente um dever de um cidadão mais ou menos ativo em uma sociedade democrática. Essa função crítica, defende, consiste em expor a falácia da suposta neutralidade da informação. Isso implica, diz Ramonet, “revelar a quem pertence essa informação, quem ela está ajudando, em que medida é expressão dos grupos privados que são seus proprietários”.
Essa é, acrescenta, uma maneira de se dizer para quem os meios de comunicação estão trabalhando. “Isso é criar um quinto poder”, resume.
Diante da crescente transformação dos meios de comunicação em grandes conglomerados comprometidos com os interesses econômicos de grupos privados, o jornalismo vai perdendo sua função pública e exigindo a sua própria reinvenção como atividade narrativa. Para os autores, é preciso investir na produção de um jornalismo crítico e colaborativo, um contrapoder na produção e na difusão de informação.
Para Pascual Serrano, diretor do portal Rebelión, de Madri, o debate sobre liberdade de imprensa posiciona-se hoje em meio a um contexto de coronelismo eletrônico e de hegemonia do capital financeiro, mas também das possibilidades de produção que confrontam essa lógica dominante. A retórica em defesa da liberdade de expressão, empregada hoje pelos grandes empresários da comunicação e seus funcionários, defendem os autores, dissimula a intenção de fazer prevalecer a liberdade de empresa sobre as aspirações coletivas e a perda da credibilidade da imprensa.
O diagnóstico e a proposta são do jornalista Ignacio Ramonet, diretor da edição espanhola do Le Monde Diplomatique, no artigo “A explosão do jornalismo na era digital”, que integra o livro “Mídia, poder e contrapoder: da concentração monopólica à democratização da informação” (Boitempo Editorial), que reúne textos do próprio Ramonet e dos jornalistas Dênis de Moraes e Pascual Serrano.
Com lançamento previsto para maio, o livro organizado por Dênis de Moraes nasceu a partir de um debate que reuniu os três autores no Rio de Janeiro, em 2011. A obra reúne sete textos que procuram fazer uma reflexão crítica sobre o poder da mídia hoje, a cultura tecnológica, a comunicação globalizada, práticas de jornalismo contra-hegemônico e políticas públicas de democratização da comunicação na América Latina.
Para Ramonet, questionar a forma como a mídia expressa a realidade hoje tornou-se praticamente um dever de um cidadão mais ou menos ativo em uma sociedade democrática. Essa função crítica, defende, consiste em expor a falácia da suposta neutralidade da informação. Isso implica, diz Ramonet, “revelar a quem pertence essa informação, quem ela está ajudando, em que medida é expressão dos grupos privados que são seus proprietários”.
Essa é, acrescenta, uma maneira de se dizer para quem os meios de comunicação estão trabalhando. “Isso é criar um quinto poder”, resume.
Diante da crescente transformação dos meios de comunicação em grandes conglomerados comprometidos com os interesses econômicos de grupos privados, o jornalismo vai perdendo sua função pública e exigindo a sua própria reinvenção como atividade narrativa. Para os autores, é preciso investir na produção de um jornalismo crítico e colaborativo, um contrapoder na produção e na difusão de informação.
Para Pascual Serrano, diretor do portal Rebelión, de Madri, o debate sobre liberdade de imprensa posiciona-se hoje em meio a um contexto de coronelismo eletrônico e de hegemonia do capital financeiro, mas também das possibilidades de produção que confrontam essa lógica dominante. A retórica em defesa da liberdade de expressão, empregada hoje pelos grandes empresários da comunicação e seus funcionários, defendem os autores, dissimula a intenção de fazer prevalecer a liberdade de empresa sobre as aspirações coletivas e a perda da credibilidade da imprensa.
Fotos: Divulgação
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