sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Afeganistão: soldados matavam civis “por esporte”

Afeganistão: soldados matavam civis “por esporte”
(Chico Villela) Além de matar civis escolhidos ao acaso, costumavam posar para fotos ao lado dos cadáveres, e um dos soldados euamericanos colecionava um dedo de cada vítima como lembrança.

O coletivo Wikileaks de denúncias de atos aéticos e criminosos de governos e corporações revelou recentemente cerca de 75 mil registros militares e diplomáticos da guerra do Afeganistão. Uma das revelações mais impactantes foi a da existência de comandos da CIA/Pentágono, Task Force 373, dedicados a assassinatos de inimigos.

A Task Force 373 deriva de um grupo de elite, Joint Special Operations Command, JSOC, formado em 1980 no âmbito do Comando de Operações Especiais das forças armadas dos EUA. Suas atribuições incluíam harmonização de técnicas e equipamentos, e planejamento e treinamento para operações especiais. Com a chegada dos neocons fascistas e seus representantes Cheney-Bush, comandos do JSOC foram transformados em comandos de assassinatos de “inimigos” mundo afora, sob controle direto do gabinete do você-presidente. Este ano, BHObama estendeu seu direito de morte a cidadãos do país “suspeitos” de terrorismo.

No Afeganistão, os comandos da Task Force 373 só agem à noite, apoiados por armamento pesado e helicópteros, e seu resultado registrado até então era de algumas dezenas de combatentes e milhares de civis inocentes mortos, a maioria de mulheres e crianças.

Agora surge numa base militar da província sulista de Kandahar uma notícia paralela, divulgada em primeira mão no mundo pelo jornal inglês Guardian. Cinco soldados da brigada de infantaria de combate Ramrod, com apoio de outros sete, dedicavam-se a assassinar civis escolhidos ao acaso. As acusações oficiais vão além: posavam para fotos ao lado dos cadáveres e um deles colecionava um dedo de cada vítima como lembrança.

A história teve início com a chegada do sargento Calvin Gibbs, vindo do Iraque. Gibbs em pouco tempo convenceu alguns colegas ao falar sobre o prazer que sentia quando assassinava civis indefesos no Iraque durante patrulhas. Os assassinos também foram acusados por colega, que foi severamente agredido por eles, de fumarem haxixe apreendido com um civil morto. Segundo o denunciante, a posse e o uso da droga eram comuns entre eles, e a denúncia foi detonada após surpreender os soldados fumando haxixe no contêiner que lhe servia de casa.

A cena militar, mesmo restrita, expõe o padrão ético e moral que reina entre as tropas de combate do império decadente. A questão tem de ser vista desde a origem. As forças armadas dos EUA são profissionalizadas, e o recruta enxerga o serviço militar como carreira para a vida. As compensações são atraentes: pagamentos sólidos, assistência médica e psicológica, moradia, possibilidade de estudar, etc.

Um mote recorrente no país é de que os soldados são em maioria pessoas que, ou não tiveram outras chances, ou ‘não deram certo’ na sociedade. O nível de formação e informação é mínimo. E a brutalidade das guerras de invasão do império, ou pedem soldados empedernidos, ou tornam seus combatentes insensíveis à maioria dos temas éticos e sociais da época.

Outra explicação para a miséria moral das forças euamericanas é que, com falta de tropas nos muitos teatros de guerras de agressão pelo mundo afora, as exigências para o recrutamento têm sido drasticamente rebaixadas. Há notícias de centenas de skinheads que entram atualmente para as tropas com o intuito de praticar suas inclinações de selvageria e violência na guerra. Também imigrantes vêem uma chance de regularizar sua situação no país e tornarem-se cidadãos.

Mais um troféu legítimo para o governo BHObama pós-Cheney-Bush. As penas possíveis, se condenados em corte marcial, será a morte ou a prisão perpétua. O que não deixa de ser ironia: a morte sistemática de civis pela Task Force 373 em quase nada difere da campanha dos assassinos em foco. Talvez o prazer seja menor…

Fonte: http://novae.inf.br/

2 comentários:

Anônimo disse...

nossa, quando leio coisas assim, fico tão chocada, que me enfio de nvo na ignorância do desconhecimento.

Provos Brasil disse...

Obrigado pela visita Suleiman, com um nome desses só esperamos que você seja também "Magnifica"!

Essa é a crua realidade dos povos que foram invadidos pelos assassinos americanos, o que esperar destes cretinos!

E o mais engraçado é que coisas pequenas acontecem e a mídia faz um carnaval... e um assunto tão grave como esse nem mencionado é... porque?