quinta-feira, 30 de setembro de 2010

[EUA] Apelo para uma semana de Manifestações anti-FMI a nível mundial, de 8 a 11 de outubro - por ANA

[EUA] Apelo para uma semana de Manifestações anti-FMI a nível mundial, de 8 a 11 de outubro

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial têm a (merecida) reputação de serem os "tubarões à serviço" do capitalismo global. Ambas as instituições têm a fama de forçar os países pobres do Sul a arruinar as suas próprias economias, a fim de enriquecer ainda mais as Corporações e as Bolsas do Norte. As nações que recusam o dinheiro emprestado a taxas de juros exorbitantes e não aceitem o mendigar do seu povo (ou pior, nações que decidam suspender a sua dívida) estão sujeitas a sanções comerciais que têm vindo a ser descritas como "o equivalente econômico a uma bomba nuclear”.

O regime neoliberal representado pelo FMI gerou uma intensa e amplamente bem-sucedida resistência em todo o mundo. Imediatamente após a aprovação do tratado do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), os e as Zapatistas formaram o seu próprio território autônomo no estado mexicano de Chiapas, que se mantém até hoje, resistindo a uma repressão contínua do governo. Na América do Norte e na Europa, protestos massivos confrontam-se com a elite neoliberal a cada nova Cúpula, desde Seattle, em 1999 – durante a da reunião da Organização Mundial do Comércio, quando esta foi completamente paralisada e cancelada. Em 2001, em Barcelona, o Banco Mundial cancelou uma Cúpula devido ao receio da magnitude dos protestos. Na Argentina, uma revolta popular, em resposta à recessão econômica de 2001, causada pela estrita observância da política neoliberal, provocou a queda de três governos, em um só mês. Piqueteros ergueram barricadas com pneus em chamas nas estradas, trabalhadores tomaram as suas fábricas, e o "Que se vayan todos!" converteu-se no grito de guerra de uma nação inteira.

Mais recentemente, “líderes mundiais” têm se ocupado a restabelecer o neoliberalismo, sob o pretexto de ser necessário recuperar do colapso econômico (que eles mesmos causaram). O FMI foi recapitalizado com 1,1 trilhões de dólares, fornecidos pelo grupo de nações do denominado G20.

Empregadores, em toda a parte, impuseram redução de salários, ao mesmo tempo em que os governos foram fazendo cortes nos serviços sociais, justificando-se tudo isto por ser necessário "compartilhar a crise”. A resistência intensificou-se, em conformidade com esta situação intolerável.

As greves selvagens (greves sem convocatória sindical) em Bangladesh debilitaram a indústria do vestuário, onde os trabalhadores exigem melhorias de segurança e pagamento de salários atrasados. Manifestantes na Romênia realizaram inúmeros protestos contra as medidas de austeridade impostas pelo governo.

Toda a Grécia ficou praticamente ingovernável devido à revolta pela morte de Alexis Grigoropoulos, um jovem de 15 anos, assassinado por um policial, em dezembro de 2008. Motins, greves gerais e ataques insurgentes tornam-se ocorrências comuns naquele país. Agricultores bloquearam a fronteira da Bulgária com seus tratores e banners foram colocados na Acrópole. O anúncio, em abril, de que o governo grego estaria instituindo medidas de austeridade, como parte do resgate monetário do FMI e da União Européia, confrontou-se com 200 mil trabalhadores, imigrantes, anarquistas e radicais nas ruas de Atenas.

Aqui, nos Estados Unidos, marco zero para o neoliberalismo, a reação à crise foi relativamente débil. Os recentes protestos não têm tido nem o tamanho nem a intensidade dos da era antiglobalização. A Rede de Resistência ao FMI existe para ajudar a mudar isso. Somos um grupo antiautoritário da costa Este, dedicado a mobilizar e organizar manifestações contra o FMI e o Banco Mundial e as suas reuniões em Washington DC. A sua próxima Cúpula será de 9 a 11 de outubro deste ano.

Estão todo/a convidados/as.

Visitem imfresistance.org para mais informações ou para contato.

Nos vemos nas ruas!

Rede de Resistência ao FMI

agência de notícias anarquistas-ana
Num banco de praça
a sombra de um velho assombra
o vento que passa.

Luciano Maia

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