“Os Estados Unidos estão perdendo o controle” Por Redação
O escritor e filósofo estadunidense Noam Chomsky assinalou que os Estados Unidos estão perdendo o controle no mundo e indicou que a América Latina, região que a nação norteamericana considerou por décadas como “quintal”, está se aproximando da sua independência e da integração.
“Agora estamos em um momento dramático porque os Estados Unidos estão perdendo o controle em todas as partes. O Oriente Médio é o lugar mais importante. Mas a China é outro caso, assim como é o hemisfério ocidental”, indicou Chomsky.
Acrescentou que “sempre se deu por certo que o chamado quintal estaria sob controle. Se você olhar os documentos internos, durante os anos de [ex-presidente estadunidense Richard ] Nixon, quando estavam planejando a derrocada do governo de [Salvador] Allende [ex-presidente chileno derrubado pelo ditador Augusto Pinochet], disseram exatamente que, se não podiam controlar a América Latina, como iriam controlar o resto do mundo”.
“Já não podem controlar a América Latina. De fato, passo a passo, a América Latina, pela primeira vez, está se aproximando da sua independência e da integração”, sublinhou.
Recordou que, em fevereiro, realizou-se a Cúpula da Unidade da América Latina e Caribe, em Cancún, no México, em que foi aprovado um organismo regional que reúne os países da América Latina e Caribe sem a participação dos Estados Unidos nem Canadá, com o objetivo de integrar a região, isso “foi um tapa” para ambos países norteamericanos.
“Por enquanto, somente é formal. Mas se chega a ser operativo, elimina a OEA [Organização dos Estados Americanos] que é dirigida pelos Estados Unidos. É como se dissessem aos Estados Unidos que se retirem de nossos assuntos. E há outras medidas que estão sendo tomadas. Por exemplo, a China superou os Estados Unidos como importador do Brasil e provavelmente o superará como sócio comercial. É uma grande notícia”, acrescentou.
A seguir, a entrevista na íntegra realizada com o escritor e filósofo estadunidense Noam Chomsky.
Quero começar perguntando-lhe sobre o Irã, os Estados Unidos estão pressionando para que o Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] imponha-lhe sanções mais duras. Até onde vão os Estados Unidos ou Israel, poderiam invadir ou atacar o Irã?
Israel não é previsível. Particularmente, nos últimos dois anos, tem agido de maneira muito irracional, com muita paranóia, em uma situação em que não se pode saber o que vão fazer. Não creio que nem eles saibam o que vão fazer. Estão chegando a um ponto onde podem não ter outra saída a não ser bombardear o Irã. Mas não podem fazer isso sem o apoio dos Estados Unidos. Assim, a pergunta é se os Estados Unidos autorizarão.
Tecnicamente, Israel poderia fazê-lo. Tem submarinos, que conseguiram da Alemanha, com mísseis nucleares profundamente submersos no Golfo Pérsico.
Teoricamente, poderiam atacar ao Irã sem passar pelo espaço aéreo. Mas quase todos os ataques que se podem conceber passariam pelo espaço aéreo de algum país, assim seria difícil o fazerem sem algum tipo de autorização pelo menos tácita. A Turquia não vai consentir. A pergunta é se os Estados Unidos a autorizaria contra o Iraque. E a outra pergunta é a Arábia Saudita. É concebível que tentaria. Eu acredito que seria uma loucura. E os Estados Unidos? [Barack] Obama, que avançou com os programas de [George W.] Bush, junto com seus assessores, também está se metendo em uma situação onde poderia não ter opção. Porque criaram essa ideia de ameaça do Irã. A ilha mais importante é Diogo García, uma ilha africana onde a Grã-Bretanha expulsou todos os habitantes para que os Estados Unidos pudessem construir uma base militar grande, e é uma das bases militares para atacar o Oriente Médio na Ásia Central. E Obama avançou ali. Enviou centenas de artilharia com penetração profunda chamada “rompe-bunkers”, que estão apontados para o Irã. Enviou instalações para apoiar submarinos nucleares com mísseis Tomahawk. Tudo isso representa uma ameaça direta ao Irã. E as sanções estadunidenses estão ficando mais duras. Mas chama a atenção que fora da Europa e do Japão ninguém está prestando muita atenção. Esses países estão de acordo em ser servis aos Estados Unidos.
Não é o caso do resto do mundo. Os países não alinhados, que são a maioria dos países do mundo, têm apoiado fortemente o direito do Irã em enriquecer o urânio. Mas ninguém presta atenção a eles. São as colônias. Mas é cada vez mais difícil de evitá-los. Turquia, o poder regional mais importante, está construindo oleodutos através do Irã. Está aumentando o comércio com o Irã. Opuseram-se às sanções. O Paquistão acaba de abrir oleodutos para o Irã. Mas o que mais preocupa os Estados Unidos é a China. A China simplesmente não presta atenção às ordens dos Estados Unidos. E se acreditam que são o dono do mundo, isso dará medo. De fato, o governo de Obama está desesperado por isso. Apenas há duas semanas, o Departamento de Estado emitiu advertências à China, dizendo que, se querem ser aceitos no mundo civilizado, tem que cumprir com suas responsabilidades internacionais. O que são as responsabilidades internacionais? Seguir as ordens dos Estados Unidos. Obedecer às sanções dos Estados Unidos. Essas sanções não têm nenhuma força, exceto os meios de violência por detrás delas.
A China está satisfeita em obedecer às sanções da ONU [Organização das Nações Unidas] porque são fracas. Os Estados Unidos não podem fazer com que aprovem sanções sérias na ONU. Assim, a China aprova as sanções da ONU e não tem nenhuma responsabilidade de seguir as sanções dos Estados Unidos. O mais provável é que estejam rindo na Chancelaria porque os Estados Unidos não podem fazer nada.
Igual à Rússia, seguem com suas relações econômicas. Estão desenvolvendo suas terras para gás natural etc. É provável que a China esteja de acordo com as sanções dos Estados Unidos porque abre oportunidades a eles. Não tem que competir com empresas dos Estados Unidos e Europa. E as empresas estadunidenses e europeias provavelmente estão furiosas por isso. Mas é uma política de Estado. Isso também está se passando com as manobras navais. A China criticou que os Estados Unidos estejam fazendo manobras navais perto da costa da China. Estavam muito incomodados pelo plano de enviar um porta-aviões nuclear Aircraf avançado, com o nome de George Washington, ao mar Amarelo com capacidade para atacar Pequim [capital da China] com mísseis, segundo os chineses. Aqui nos Estados Unidos não dão importância. Mas nós não reagiríamos dessa forma se a China estivesse realizando manobras no Caribe. De fato, a reação dos Estados Unidos é muito interessante, tanto do governo como da imprensa. A China não está sendo razoável. Estão interferindo na liberdade dos mares, é dizer, nossa liberdade de realizar manobras militares perto de sua costa.
Claro que ninguém tem esse direito, somente nós. E estão possivelmente estão interferindo com nosso desenvolvimento avançado perto da sua costa. Ninguém tem esse direito perto da nossa costa. Todas essas coisas são reflexo de uma ideologia imperialista profundamente arraigada, que diz que é nosso mundo, nós somos os donos e, se alguém interfere com nosso direito de fazer o que queremos, é sua culpa. E quando a China não aceita, a China é considerada uma ameaça. Não seguem ordens e exercem sua própria soberania, e isso não se pode tolerar. E se nos voltarmos para o Irã, é a mesma coisa.
Segunda-feira [13], o Wall Street Journal anunciou que os Estados Unidos estão acelerando seus planos para um enorme envio de armas a Arábia Saudita. Helicópteros, aviões F-15 etc, projetado cuidadosamente para que Israel consiga armas avançadas e a Arábia Saudita consiga as armas inferiores. No entanto, é enorme. Talvez a maior venda de armas na história. Supostamente é para se defender contra o Irã. Mas o que é exatamente a ameaça iraniana? É interesante. Sempre se fala disso.
É considerado, pelos analistas da política externa dos Estados Unidos e pelo governo estadunidense, de ser um problema maior para a ordem mundial. De fato, tem se chamado o ano do Irã porque é um problema tão grande. Assim, qual é a ameaça? Na verdade, temos uma resposta definitiva para isso.
Desgraçadamente os meios não cubrirão isso. A cada ano, o Pentágono e os Serviços de Inteligência nos Estados Unidos entregam informes ao Congresso analisando a situação global de insegurança.
Acabam de fazê-lo em abril passado. Há uma seção sobre o Irã. O que dizem é muito interessante e, por isso, os meios não cobrem. Dizem que o Irã tem gastos militares muito baixos, inclusive em comparação com outros países da região. Portanto não está claro por que a Arábia Saudita necessita de helicópteros e F-15. O Irã não tem praticamente nenhuma capacidade de mobilizar forças no exterior. Sua doutrina militar é puramente defensiva, projetada para postergar uma invasão do Irã por tempo suficiente para permitir a diplomacia.
Os informes afirmam também que se o Irã está desenvolvendo uma capacidade nuclear, que não quer dizer uma arma nuclear necessariamente, seria parte da estratégia de uma força dissuasiva. Necessitam uma força dissuasiva que não é surpreendente porque há dois países em suas fronteiras ocupados por uma superpotência hostil. Israel e Paquistão têm armas nucleares. Assim, estão em uma situação de perigo. Portanto, se supõe que isso seria parte de sua estratégia de uma força dissuasiva, se estão fazendo isso. Assim, qual a ameaça? Os informes explicam a ameaça. A ameaça é que estão exercendo sua soberania. Estão tentando estender sua influência para países vizinhos, como o Afeganistão e o Iraque. E isso não se pode tolerar porque nós somos os donos desses países. Se nós invadimos esses países, está tudo bem. Mas se eles tentam influenciá-los, chama-se de desestabilização. Impomos a estabilidade. É uma terminologia comum. É tão comum que um editor de uma publicação de relações internacionais uma vez escreveu, sobre o golpe de Estado no Chile contra Allende, que desgraçadamente tivemos que desestabilizar o Chile para estabelecer a estabilidade. E não estava se contradizendo porque tivemos que desestabilizar ao depor o governo e impor uma ditadura, e o resultado é estabilidade porque o novo governo segue ordens e sua visão do mundo. Cada artigo do jornal que lê, cada publicação acadêmica sobre as relações internacionais, dão por certa essa perspectiva. É uma perspectiva natural se acredita que é o dono do mundo. E se você olha os documentos internos dos Estados Unidos, têm suas origens há muito tempo, desde a Segunda Guerra Mundial, quando os assessores de Roosevelt se deram conta de que os Estados Unidos saíam de uma guerra com um poder mundial dominante substituindo a Grã-Bretanha. E estabeleceram diretrizes que são explícitas e nunca são discutidas porque são demasiado explícitas. Dizem que os Estados Unidos devem controlar uma vasta área, pelo menos no hemisfério ocidental, o anterior império britânico, que inclui o Oriente Médio, o Extremo Oriente e, talvez mais, e dentro dessa área nenhum país pode exercer sua soberania se interfere com os planos dos Estados Unidos. Os Estados Unidos devem ter poder absoluto.
Professor Chomsky, o império dos Estados Unidos está acabando?
Agora estamos em um momento dramático porque os Estados Unidos estão perdendo o controle em todas as partes. O Oriente Médio é o lugar mais importante. Mas a China é outro caso, assim como é o hemisfério ocidental.
Sempre se deu por certo que o chamado pátio estaria sob controle. Se você olhar os documentos internos, durante os anos de [ex-presidente estadunidense Richard] Nixon, quando estavam planejando a derrocada do governo de [Salvador] Allende [ex-presidente chileno derrubado pelo ditador Augusto Pinochet], disseram exatamente que, se não podiam controlar a América Latina, como iriam controlar o resto do mundo.
Já não podem controlar a América Latina. De fato, passo a passo, a América Latina, pela primeira vez, está se aproximando da sua independência e da integração.
Por enquanto, somente é formal. Mas se chega a ser operativo, elimina a OEA [Organização dos Estados Americanos] que é dirigida pelos Estados Unidos. É como se dissessem aos Estados Unidos que se retirem de nossos assuntos. E há outras medidas que estão sendo tomadas. Por exemplo, a China superou os Estados Unidos como importador do Brasil e provavelmente o superará como sócio comercial. É uma grande notícia.
Professor Chomsky, no caso de Honduras, o golpe de Estado do ano passado. Esse não foi um golpe duro para a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e uma grande vitória para os Estados Unidos?
A América do Sul avançou em direção à independência e a integração. A Unasul [União de Nações Sul-americanas], por exemplo, não é uma organização somente escrita no papel. Não faz muito, mas se opôs às bases estadunidenses na Colômbia. Apoiou a [presidente boliviano Evo] Morales quando estava sob atraque da velha elite nas províncias do leste.
O Banco do Sul poderia chegar a ter importância e o Mercosul [Mercado Comum do Sul] está se formando. Assim a América do Sul está saindo do controle dos Estados Unidos, o que é muito significativo. Mas a América Central está sob controle até agora. Foi devastada pelas guerras terroristas de [Ronald] Reagan, incluindo Honduras, e apenas está emergindo disso. Porém tem estado disciplinada pelos Estados Unidos.
Com a Nicarágua tem sido um pouco diferente, mas também não tem incomodado muito os Estados Unidos. Honduras é sério. E uma razão é a base de Palmerola. É a única base militar importante que os Estados Unidos têm nessa região. Foi a principal base para atacar a Nicarágua durante a guerra dos Contras. E os Estados Unidos querem mantê-la. E como disse, Honduras é a república bananeira tradicional. Se não podemos mantê-la, estamos com problemas sérios.
Assim, Obama apoiou o golpe de Estado astutamente. Nas palavras, estavam contra, mas nas ações, mostravam que apoiavam. E conseguiram fazer isso. Foi um golpe militar de Estado exitoso. Mas se você fizer uma comparação com o passado, a forma como foi realizado explica muito.
Em anos passados, se os Estados Unidos quisessem apoiar um golpe militar de Estado, simplesmente diriam às Forças Armadas que derrubassem o Governo, e o fariam por si mesmos. Desta vez, se obrigaram a fazê-lo de uma forma mais astuta e indireta que poderia chegar a ser aprovada na Europa.
A Europa é tão obediente aos Estados Unidos. A Europa poderia dizer que não gostou, mas poderia dizer que se manteve dentro da lei, o que por certo não é verdade por certo. Mas não puderam fazer algo assim com o resto do mundo e não puderam fazer como faziam no passado.
São sinais da debilidade crescente dos Estados Unidos, de impor o que chamam de estabilidade no hemisfério. Se fixar nesta década, houve três tentativas de golpe de Estado. O primeiro na Venezuela, apoiado abertamente pelos Estados Unidos, foi revertido. O segundo, no Haiti, os Estados Unidos conseguiram levar a cabo. Estados Unidos, França e Canadá, de fato, levaram a cabo um golpe militar no Hati. Sequestraram o presidente e o enviaram á África Central e baniram seu partido, que ganharia qualquer eleição. Foi um golpe militar de Estado verdadeiro. O Haiti é um Estado fraco, assim puderam fazer isso. E o terceiro foi em Honduras.
São três em uma década. Mas não tem nada a ver com a época em que os Estados Unidos podiam derrubar governos à vontade.
Nada a ver, por exemplo, com John F. Kennedy, que pôde organizar um golpe militar de Estado no Brasil, que ocorreu justamente depois de seu assassinato, mas foi organizado pelos Kennedy. O Brasil é um país grande, não é um lugar pequeno, e não foi um grande problema. Instalaram um de seus primeiro países assassinos de segurança nacional que depois se estendeu como uma praga por todo o continente.
Esses dias acabaram. E está causando muita preocupação entre os formadores da política externa dos Estados Unidos. Inclusive um país tão poderoso como os Estados Unidos já não podem manter o tipo de dominação mundial que foi projetada depois da Segunda Guerra Mundial e implementá-la em grande medida.
Professor Chomsky, você escreveu um livro muito importante há 20 anos sobre a fabricação do consenso feito por grandes meios comerciais. A capacidade dessas empresas de controlar o pensamento das pessoas mudou nesse período?
Tomamos os exemplos da Telesur, RT, Press TV ou Al-Jazeera, que é o maior. Vemos um exemplo real, como a invasão israelense a Gaza, que foi uma invasão israelense e estadunidense a Gaza porque os Estados Unidos participaram plenamente. Foi possível conseguir uma cobertura ao vivo 24 horas de Gaza da Al Jazeera. E havia dois povos nos Estados Unidos de onde se poderia ver. Um está em Michigan [centro-norte] onde há uma grande população árabe e outro é um pequeno povo no norte de Nova Hampshire.
No resto do mundo, foi possível ver a cobertura 24 horas do evento mais importante desse período. Nos Estados Unidos, foi proibido. Se por acaso estivesse nesses povos, poderia ver pela televisão a cabo. Se foi suficientemente inteligente para encontrar pela internet, podia encontrar pela internet. Mas quanto ao impacto sobre a população, teve mais êxito sobre os que viviam na União Soviética. Havia muito mais gente escutando a BBC na União Soviética, escutando fontes no exterior.
Um grande número estava conseguindo suas notícias da BBC e pela Voz da América. Sabemos isso por estudos que foram realizados. Aqui está essa voz alternativa, e se sabe o que busca e faz um esforço, pode encontrar. Isso é bom, porém só alguns aproveitam.
A internet tem muito valor se você sabe o que está fazendo. Mas para a maioria da população, é como se você quisesse ser biólogo e eu diga que vá a bibliotecas de Harvard e leia todas as revistas sobre biologia. Não vai aprender nada. Estão ali. No entanto, tem que saber o que está buscando. E as pessoas nos Estados Unidos não sabem porque tem havido uma campanha extremamente exitosa, especialmente nos últimos 20 anos, de fragmentação para as pessoas, subordinando-as.
Professor Chomsky e a mudança climática, a possibilidade de uma guerra nuclear, a crise alimentar, os desastres naturais, nesse sentido o mundo é assustador. Você tem esperança?
O mais surpreendente é que quase não há uma forma de abordar a mudança climática com as instituições já existentes. Os Estados Unidos realmente não têm um sistema de mercados, nenhum país poderia sobreviver com um sistema de mercados. Mas têm um sistema de mercados parcial. E na medida em que funciona um sistema de mercados, você perdeu. Se você é executivo de uma empresa, está obrigado por lei a maximizar as ganâncias em curto prazo e ignorar as externalidades, por exemplo, o destino da espécie humana.
Não faz isso porque é uma pessoa má, talvez lhe importe o destino da espécie. Mas não pode importar em teus negócios. Se você decide ser uma pessoa decente, está fora, e se incorpora outra pessoa que vai fazer o que se requer institucionalmente. O efeito nos Estados Unidos é que há campanhas de propaganda importantes dirigidas a um mundo dos negócios que tentam convencer as pessoas a esquecer. O que não está se passando, o que os humanos não têm que ver, o que seja. É uma sentença de morte.
E as mesmas pessoas que estão fazendo essa campanha sabem bem disso. Sabem igualmente como eu, você e outros que é muito sério. Mas estão presos. Estão nessa estrutura institucional e não podem sair. E isso é sério. Se você vê o mundo, há duas trajetórias. Há a trajetória que está sendo perseguida, lentamente, irregular, de que na América Latina há mais independência em direção aos horríveis problemas internos da pobreza massiva e o sofrimento e a desigualdade. Há passos tímidos para essa direção. É uma trajetória positiva. Há outra trajetória que conduz à destruição. A mudança climática é um caso. A guerra nuclear é outro. E há outros. A pergunta é qual trajetória acabará dominando. Não tem sentido especular.
(*) Entrevista publicada originalmente pela Telesur, e reproduzida no Brasil de Fato. Tradução: Patrícia Benvenuti
Fonte: http://www.fazendomedia.com
sábado, 25 de setembro de 2010
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