Israel derruba casas de palestinos em Jerusalém Oriental - por Pedro Aguiar
Crianças palestinas observam local onde ficava uma das casas destruídas por Israel-EFE
Autoridades de Israel destruíram três casas de famílias palestinas em Jerusalém Oriental nesta terça-feira (13/7), um dia depois que foi aprovada a construção de 32 novas residências de judeus no lado da cidade que fica dentro dos territórios ocupados.
As três moradias palestinas eram barracos humildes - duas delas, ainda em obras - e na remoção foram usadas escavadeiras. Em uma das casas vivia uma família de sete pessoas. De acordo com o jornal israelense Yedioth Ahronoth, todas vinham sendo erguidas irregularmente no bairro de Jabel Mukaber, lado leste da cidade. No total, seis estruturas ilegais foram demolidas em Jerusalém Oriental na terça-feira.
Em outro bairro, Beit Hanina, um fotógrafo da Reuters assistiu a uma família palestina retirar seus pertences da casa antes de a escavadeira israelense invadir e destruir a residência.
A ordem para a remoção partiu da câmara municipal de Jerusalém, administrada pelos israelenses, mesmo órgão que, na véspera, aprovou a construção de 32 apartamentos para judeus em um enclave judaico em Jerusalém Oriental.
"Eles podem construir centenas de assentamentos, mas eu não tenho o direito de morar em um barraco?", questionou a moradora palestina Linda al-Rajabi, citada pelo jornal israelense Haaretz.
Em reação, segundo o Yedioth Ahronoth, os moradores da comunidade Silwan, em Jerusalém Oriental, atiraram pedras contra um veículo israelense no Jardim do Rei, causando pequenos danos. Um jipe da guarda de fronteira também foi atacado com pedras. Não houve feridos.
De acordo com o Haaretz, desde o final de 2009 não ocorriam demolições de casas palestinas na cidade, ações que são internacionalmente condenadas.
Todos os assentamentos em terras que Israel ocupou em 1967 são ilegais sob a lei internacional.
Mais assentamentos
Ontem, o jornal noticiara que autorização para novos assentamentos judaicos fora dada pela comissão de planejamento municipal de Jerusalém, apesar da oposição declarada do governo dos Estados Unidos a novas construções na parte leste da cidade, além da chamada "linha verde".
A autorização foi para o assentamento de Pisgat Ze'ev, em Jerusalém Oriental, que é isento do congelamento. A mais 48 unidades habitacionais deverão ser aprovadas na próxima semana.
"Vamos continuar a planejar e construir em todos os bairros desta cidade e não vamos permitir que forças externas para intervir", disse Eliseu Peleg, um membro da Secretaria Municipal de Planejamento de Jerusalém e do comitê de construção.
Fonte: Opera Mundi
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