segunda-feira, 7 de junho de 2010

Estado Assassino: Israel mata cinco em ataque a barco palestino

Israel mata cinco em ataque a barco palestino

A Marinha israelense abriu fogo na madrugada desta segunda-feira contra um barco palestino na costa de Gaza, matando cinco pessoas, informou a rádio do Exército de Israel.

Esse é o barco que provocou todo esse medo a marinha israelense

As Forças Armadas do país disseram que o barco levava militantes armados, em roupas de mergulho, preparando-se para atacar Israel.

O Fatah, partido palestino que controla a Cisjordânia, disse que os corpos seriam de integrantes de seu braço militar e que um quinto integrante ainda está desaparecido.

O Hamas, movimento islâmico palestino que controla a Faixa de Gaza, confirmou o incidente, acrescentando que retirou quatro corpos do mar.

Segundo o jornal israelense Haaretz, o incidente seria o último de uma série de ataques recentes de grupos armados palestinos contra Israel. O país estabeleceu um bloqueio ao território palestino em junho de 2007, após o Hamas ter assumido o controle sobre a Faixa de Gaza.

Na semana passada, as Forças Armadas do país atacaram uma frota de barcos que carregava centenas de ativistas pró-Palestina, e tinha como missão levar ajuda humanitária para Gaza.

Israel disse que os barcos tinham finalidades terroristas. Nove pessoas morreram na operação.

Novas fotos

No domingo, uma organização não-governamental turca, IHH, divulgou fotos do ataque ao barco em que ocorreu a ação que levou à morte dos nove ativistas, o Mavi Marmara, de bandeira turca.

A ONG diz que as imagens mostram os ativistas sendo condescendentes e prestando primeiros socorros aos soldados israelenses feridos durante a operação.

Israel alega que as imagens apenas comprovam a versão israelense de que seus soldados agiram em legítima defesa ao serem atacados pelos ativistas.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, deve prestar uma homenagem aos mortos – oito turcos e um portador do passaporte americano criado na Turquia – em uma visita a Istambul, onde participa nesta segunda-feira de um encontro sobre segurança regional.

No domingo, o embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Oren, disse que seu país não pedirá desculpas à Turquia pela morte dos nove ativistas.

"Israel não pedirá perdão por ter tomado as medidas necessárias para defender seus cidadãos e não se desculpará por ter feito o que foi preciso para defender as vidas de nossos soldados", afirmou Oren à rede de TV americana Fox News.

Inquérito internacional
Oren disse ainda que Israel rejeita a proposta de um inquérito internacional sobre a operação.

"Rejeitamos uma comissão internacional", disse ele à Fox. "Israel tem a capacidade e o direito de se auto-investigar e não de ser investigado por qualquer comissão internacional."

A proposta de uma investigação envolvendo outros países foi discutida em um telefonema na manhã deste domingo entre o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o premiê de Israel, Binyamyn Netanyahu. Pelo plano, a comissão incluiria representantes dos EUA, Turquia e Israel, que reportariam suas conclusões ao primeiro-ministro da Nova Zelândia.

No domingo, os ministros do Exterior de França e Grã-Bretanha pediram a Israel que aceite no mínimo uma "presença internacional" na investigação do incidente.

"Acreditamos que deve haver no mínimo uma presença internacional na investigação", disse o ministro britânico, William Hague.

Já o ministro francês, Bernard Kouchner, sugeriu que a União Europeia adote um papel mais importante na provisão de ajuda humanitária para Gaza e na restrição à entrada de armas no território.

"A União Europeia deve participar mais, politicamente e concretamente, do que já faz - e já o faz bastante", disse Kouchner.

Fonte: BBC Brasil

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