No México exigimos a liberdade de Mumia Abu-Jamal, 29 anos após a sua detenção Em 9 de dezembro, aos 29 anos da prisão de Mumia Abu-Jamal, exigimos a sua liberdade em frente à embaixada dos Estados Unidos, na Cidade do México e nos protestos contra a COP-16, em Cancún.
Em Cancún, uma impressionante apresentação cultural atraiu a atenção dos ativistas resistentes à destruição do planeta para a urgência da situação atual de Mumia, no qual o Tribunal Federal de Apelações do Terceiro Circuito está considerando um pedido, da promotoria da Filadélfia, para executar Mumia sem qualquer audiência. Se optarem por não matá-lo agora, a única outra opção que o sistema de "injustiça" dos Estados Unidos oferece é a morte lenta na prisão.
Na Cidade do México, revestimos a parede da embaixada com faixas e exigimos a libertação de Mumia com a distribuição de folhetos, mensagens de solidariedade, música e dança. Contamos com a palavra dos companheiros e companheiras que têm demonstrado muita dignidade ante a tortura e/ou assédio por parte do Estado, incluindo a ex-presa política em Atenco Edith Rosales, Elvira Madrid da Brigada Callejera e do ativista e sociólogo Ramses Villareal. Estamos solidários com os presos políticos do México, como Alberto Patishtán e Abraham Ramírez Vásquez, e com os prisioneiros políticos em todo o mundo, especialmente os palestinos. O evento foi energizado com o rap de Lírica Podrida e de Van-T, a dança dos b-boys e b-girls da Twisted Flavors e Mutha Funk Girls e o canto de Jimena, com a percussão de compas do Auditório Che Guevara.Recebemos a seguinte mensagem da coordenadora do Comitê Internacional de Mumia desde a Filadélfia, Pam África: "A movernos, México! Em 9 de dezembro, quero dizer obrigado por vocês sempre estarem aí na linha de frente, estando nas ruas por Mumia, e também agradecer por mandar pessoas até a Filadélfia para estar conosco, nesta luta pela liberdade do nosso irmão Mumia Abu-Jamal e contra a repressão racista deste governo. Uma coisa é certa: da mesma forma que enfrentamos aqui nos Estados Unidos o governo para apontar a inocência de Mumia, agradecemos vocês por pressionar o governo e difundir o caso na mídia de seu país, e por estarem nas ruas para mostrar que Mumia Abu-Jamal deve sair da prisão, não só porque não teve um julgamento justo, mas porque as evidências indicam que ele é inocente. A movernos! Abaixo com a pena de morte racista! Liberem todas e todos os prisioneiros políticos!"
Também lemos uma mensagem de Ramona África da organização MOVE, que disse: Mumia não está na prisão ou no corredor da morte devido à acusação de homicídio. As autoridades querem que as pessoas acreditem que sua meta seja a justiça, que são contra o assassinato e que acham que um assassino deve ser executado, ou pelo menos deveria passar a vida na prisão. Mas nós do MOVE (e milhares de outras pessoas) somos a prova viva do contrário. O governo dos Estados Unidos bombardeou nossa casa e queimou 11 pessoas do MOVE vivas, incluindo crianças, mas sequer um único oficial foi acusado de um só crime, e nenhum oficial pisou na prisão. Nenhum destes assassinos se encontra no corredor da morte ao lado de Mumia e nenhum está na cadeia com uma sentença de 100 anos, como é o caso dos "9 do MOVE”, que são minha família. Eles e elas são 9 membros da organização MOVE, condenados por ter disparado contra um policial uma bala de uma arma, mesmo quando tal coisa é impossível. Além disso, o juiz (não um júri, apenas um juiz) os considerou culpados e condenou as minhas irmãs e irmãos à pena de 30 a 100 anos... Agora Mumia está no último estágio de suas apelações e é mais importante do que nunca que as pessoas mantenham a pressão sobre as autoridades, deixando-as saber que há pessoas, em todas as partes do mundo, que estão observando tudo e que não vão aceitar nada que não seja a liberdade de Mumia. Seu destino está em nossas mãos.”A companheira Elvira pediu uma "saudação" (vaias) ao governo dos Estados Unidos e apoio a todos os presos e presas políticas, incluindo os 5 cubanos presos em um país que promove atos terroristas contra Cuba e em todo o globo.
Num texto escrito para o comício, Jaime Montejo da Brigada Callejera disse: "Mumia nos fala hoje, como há muitos anos, do corredor da morte; nós falamos de outro corredor da morte: as margens escuras da Merced na Cidade do México, onde as mortes por balas, facas, enforcamentos e AIDS, não chamam a atenção da imprensa comercial, nem dos seus governantes. Mumia nos fala do poder do amor para manter sua saúde mental, nas condições de privação de liberdade a que foi submetido. As companheiras da Rede Mexicana de Trabalho Sexual, mostra-nos os fatos, o poder do amor, nascido da solidariedade e do apoio mútuo... Desde a calçada da Avenida Reforma, renovada pelo governo esquerdista da Cidade do México para que os gringos e mexicanos que se venderam ao império se sintam como em sua casa, com tudo e drogas no varejo, o tráfico e a exploração sexual ao seu redor (em frente da embaixada dos Estados Unidos), eu me junto com a Brigada Callejera, a Campanha Global pela Vida e a Liberdade de Mumia Abu-Jamal, que agora está em grave perigo de ser assassinado a sangue frio pelo imperialismo yanque.”
O companheiro Victor de Amig@s de Mumia disse: "A aplicação da pena de morte no caso de Mumia é apreciada em um ambiente cada vez mais fascista nos EUA, onde a vigilância dos movimentos sociais aumenta e vários ataques contra os espaços desses movimentos são levados a cabo sob o governo de Obama. O fundador do Wikileaks é considerado um "terrorista" por ter revelado segredos do governo que todos nós temos o direito de conhecer, e membros do Congresso chamam para o seu assassinato. Ao mesmo tempo, o movimento conservador "Tea Party" (Partido do Chá), conseguiu alguns avanços nas últimas eleições legislativas, em função do racismo em grandes segmentos da população que nem sequer suporta a idéia de um presidente de ascendência africana.”
"Mais uma vez: A vida de Mumia Abu-Jamal está em perigo. Os recentes pareceres da Suprema Corte dos Estados Unidos são muito perversos e está claro que a intenção dos promotores, policiais e juízes da nação é assassiná-lo."
"No entanto, o governo não é invencível e a pressão pública pode forçá-lo a mudar seus planos. Acabamos de ver isso no caso Atenco, onde o governo do México não conseguiu encerrar os companheiros por toda a sua vida. Da mesma forma, em 1995 e 1999, as mobilizações nacionais e internacionais impediram a execução de Mumia. Lembremos também de outros momentos em que os movimentos sociais conseguiram a libertação dos presos políticos, incluindo quase 100 zapatistas aqui em 2001. Não sabemos quando o Terceiro Tribunal de Apelações emitirá o seu parecer no caso de Mumia, mas sabemos que é um momento crucial para aumentar os pedidos de sua liberdade. Estaremos aqui e em outros lugares públicos, quantas vezes forem necessárias, até vê-lo na rua”.
agência de notícias anarquistas-ana
Encontro fugaz.
Neblina abraça o velho
lampião de gás.
Rogério Viana
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