terça-feira, 9 de agosto de 2011

[Espanha] Javi Povés, jogador do Sporting de Gijón, pendura as chuteiras: “A única coisa a fazer é ir aos bancos e queimá-los” - por ANA

[Espanha] Javi Povés, jogador do Sporting de Gijón, pendura as chuteiras: “A única coisa a fazer é ir aos bancos e queimá-los”Um exemplo atípico, praticamente desconhecido, em um circo, o futebol, onde tudo é comprado e vendido a golpes de talões de cheque. Curiosamente, ainda existem mentes despertas entre os atletas, poucos para não dizer inexistente, que decidiram não seguir no mais do mesmo do gigantesco negócio capitalista, muitas vezes opaco e irregular, que envolve o chamado esporte "rei". Não se distingue o futebol por ter jogadores comprometidos com a causa do anticapitalismo e das lutas sociais. O último exemplo talvez seja a do jogador do FC Barcelona, Oleguer Presas, atualmente no Ajax de Amsterdã, onde continua participando de manifestações em favor do movimento okupa. Rara ave em um mundo dominado pelo capitalismo mais predatório e um meio esportivo que tem o mesmo cheiro direitista e fascista que seus irmãos políticos.

Javi Povés se colocou a gosto contra o capitalismo e decidiu pendurar as chuteiras. Entre outras coisas, disse que: “...O futebol profissional é só dinheiro e corrupção. É capitalismo, e o capitalismo é morte. Não quero estar em um sistema baseado em pessoas que ganham dinheiro com a morte dos outros”, garantindo que “meu eu interior me impede seguir nisto”. Toda uma declaração de admiráveis princípios.

E não só isso, seus princípios foram muito mais longe. Como mostra esta passagem. Em certa ocasião o clube deu-lhe um carro, no dia seguinte o devolveu. "Sentia-me mal em ter dois carros - dirige um Smart. Eu não precisava dele”. Além disso, quando recebeu a sua primeira folha de pagamento como jogador do Sporting foi até a sede do clube e solicitou que não lhe pagassem por transferência bancária. “Eu não quero que especulem com meu dinheiro nem por um segundo. Eu não vou usar um banco”.

Se isso não fosse satisfatório, o movimento 15-M¹ parece-lhe insuficiente para enfrentar a raiz dos males endêmicos do fascismo capitalista. Tanto que não compartilha absolutamente nada com este movimento tão em voga e que muitos vêem com ceticismo. Javier diz sem tirar um pelo da boca: “não compartilho absolutamente nada com eles”, pois “é um movimento criado a propósito pelos meios de comunicação para canalizar esse mal estar social que existe e para que esta centelha não se torne perigosa e incontrolável para o sistema, uma lavagem de cara para o sistema capitalista, mas não uma mudança radical, que seria o que faria falta”.

Outra de suas pérolas é a seguinte. Afirma que não vota porque repudia “totalmente a política e o atual sistema parlamentar. O problema é que ou você é de direita ou de esquerda. Eu não sou nada, eu sou anti tudo isso. Não sei qual palavra me define, creio que chamam de anti-sistema...”

A cereja do bolo afirma com essas declarações. “Em vez de tanto 15-M e tanta hóstia, o que tem que fazer é ir aos bancos e queimá-los, cortar cabeças. Claramente lhe digo. A sorte desta parte do mundo é a desgraça dos outros”.

Prometheo
[1] Movimento que tomou as ruas de diversas cidades da Espanha em protesto contra a situação política, econômica e social existente no país.

agência de notícias anarquistas-ana
Anoitece

Atrás da colina

O sol adormece

RôBrusch

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