Navios
partiram em segredo: Japoneses preparam matança de baleias na Antártica
(Foto: Divulgação)
Três
navios, sendo dois destinados à matança de baleias e um à vigilância partiram
para o mar Antártico, para caça anual ao mamífero, segundo a imprensa japonesa.
As informações são do Econoticias.
Kyodo News
disse que os três barcos partiram desde o porto ocidental de Shimonoseki para
se juntar a outros dois navios e caçar até 935 baleias-minke-antárticas e até
50 rorquais ou baleia-de-bossa, até março de 2014.
A agência
de pesca havia mantido a data de saída da frota em secreto como medida de
precaução contra a obstrução dos grupos de defensa animal do Japão e de outros
países.
No início
deste ano, as autoridades de Nova Zelândia visitaram o local para apoiar as
ações de Austrália contra o programa de caça de baleias de Japão.
O governo
australiano espera que a equipe de 16 juízes consiga proibir a caça anual de
Tóquio, argumentando que a caça não acontece “para apoiar a investigação
cientifica”, como permite o articulo oito da Convenção Internacional de 1946
para a Regulação da Caça de Baleias.
Os
caçadores japoneses têm matado a mais de 14 mil baleias em nome da ciência
desde 1986, a maior parte no Oceano Austral.
O grupo
defensor de animais Sea Shepherd foi até a Antártica durante nove
temporadas tratando de deter o que eles descrevem como “matança comercial”.
O único
navio-fábrica de carne de baleia no mundo, que é utilizado pelo governo do
Japão. (Foto: Sea Shepherd Australia/Tim Watters)
Segundo o
Dr. Sidney Holt, membro do Sea Shepherd, os criadores dos programas de caça às
baleias estabelecem um “cálculo” científico de quantas baleias devem morrer
para que pesquisas sobre a conservação destes animais possam ser concluídas,
entretanto, Dr. Holt explica que cálculos estatísticos, com base na morte de
uma parte da população de uma espécie, nunca foi um tipo de teste
cientificamente eficaz (e nem ético).
Os
programas JARPA e JARPA II se justificam justamente por esses cálculos que não
podem ser mostrados à corte responsável por avaliar as ações de caça do Japão,
mas Holt questiona, além da veracidade do método empregado pelas pesquisas, a
sua honestidade em relação aos animais. Para o cientista, os cálculos são
feitos com base na demanda de mercado da carne de baleia.
O Instituto
de Pesquisa de Cetáceos (ICR), localizado em Tokyo, é o responsável pelo
monopólio de toda a carne retirada nos dias de expedição (como é chamado o
momento em que a indústria de pesca está conectada ao período de matança na
Antártica), além de ditar os preços a que esses produtos, após serem processados,
serão vendidos e de aumentarem ou diminuírem a propaganda para públicos-alvo
determinados (como restaurantes).
Foto: Sea
Shepherd Australia/Tim Watters
“Os
comentaristas na mídia dizem ficar surpresos ao saber que há material de
pesquisa científica em seus pratos, entretanto, não o que se espantar, já que o
governo japonês nunca apoiaria nesta escala as “pesquisas” feitas com baleia”,
alerta Dr. Holt. Segundo o membro da Sea Shepherd, o governo japonês nunca
realizou uma pesquisa séria sobre as baleias. Portanto, o programa de pesquisa
seria uma fachada para a continuação do comércio de baleias para o consumo
humano.
Segundo
comunicado do Sea Shepherd, entre as baleias e os navios de caça há somente
três barcos da organização. São só eles que tentam, de alguma forma, realizar
ações para impedir ou denunciar a matança praticada pelos programas de pesquisa
científica japonesa, e que, junto com os cetáceos da região, também são
agredidos pelos caçadores.
São 23
países representados pelos navios da organização, incluindo o Brasil, Irlanda,
Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, França, República Tcheca,
Índia, Equador e Hungria. Ativistas de todos os continentes se juntaram à causa
animal contra o massacre feito em nome da ciência, o que mancha o nome da
ciência com o sangue destes animais e que prejudica também o Japão, um país que
poderia agir com mais responsabilidade a respeito dos direitos animais.
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