sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Escola Livre de Teatro de Santo André sob ameaça - Redação - Carta Maior

Escola Livre de Teatro de Santo André sob ameaça

Integrantes da Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT), projeto artístico-pedagógico que se firmou como referência para a formação de atores no Brasil e que se aproxima agora dos seus 20 anos de enraizamento na cidade, denunciam que seu projeto pedagógico está seriamente ameaçado. No dia 8 de setembro, a prefeitura da cidade demitiu, sem justificativas, o coordedenador pedagógico da escola, o ator Edgar Castro.

Redação - Carta Maior

Data: 18/09/2009
Aprendizes da comunidade da Escola Livre de Teatro de Santo André, apoiados por artistas dos principais grupos do ABC e de São Paulo fizeram um grande movimento na Câmara Municipal de Santo André, nesta quinta-feira, durante a Sessão Plenária. Os aprendizes fizeram uso da Tribuna Livre para defender a Continuidade do Projeto Artístico-Pedagógico Original da Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT)

O movimento busca sensibilizar os representantes do Poder Legislativo para que eles sejam interlocutores junto ao Poder Executivo, que vem negando todas as reivindicações da comunidade e descumprindo os prazos de resposta acordados em reunião.

A Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT), projeto artístico-pedagógico que se firmou como referência para a formação de atores no Brasil e que se aproxima agora dos seus 20 anos de enraizamento na cidade, está com seu projeto pedagógico seriamente ameaçado.

No dia 8 de setembro de 2009, o coordenador pedagógico da ELT, o ator Edgar Castro – professor da escola há 11 anos e escolhido como coordenador pelo corpo de mestres, foi demitido sem justificativas.

Desde janeiro de 2009 a comunidade da ELT tem se reunido para conhecer o projeto cultural da atual gestão para a cidade de Santo André. No dia 28 de novembro de 2008 organizou um ato público: o Encontro Cultural da Cidade, quando se esperava como convidado principal o então candidato Aidan Ravin (PTB), que acabou sendo eleito prefeito. Ravin não compareceu, mas fez-se representar por assessores e pelo vereador recém eleito Gilberto do Primavera (PTB), que firmou publicamente seu compromisso com a cultura da cidade e com a manutenção do projeto original da ELT.

No entanto designaram para a Escola, como primeira medida, uma nova coordenadora não pertencente ao quadro de mestres e desconhecedora do projeto em curso. Em três de fevereiro de 2009 uma assembléia foi realizada com a presença de toda comunidade ELT, da nova coordenadora - Eliana Gonçalves - e do atual Secretário de Cultura, Edson Salvo Melo, que reiterou a afirmação anterior sobre a continuidade do projeto artístico-pedagógico.

Passados quase nove meses da nova gestão e de contínuas tentativas de diálogo entre a comunidade e a coordenadora Eliana Gonçalves, a comunidade foi surpreendida pela repentina e não justificada demissão do mestre Edgar Castro, feita pelo Diretor de Cultura, Pedro Botaro, no dia 8 de setembro de 2009.

No dia 11 de setembro, mais de trezentos artistas representantes dos principais coletivos de artes cênicas das cidades de Santo André e São Paulo - entre eles as atrizes Maria Alice Vergueiro, Leona Cavalli, Georgete Fadel, o ator Antônio Petrim, a diretora Cibele Forjaz – fizeram uma passeata da Praça Rui Barbosa, sede da Escola, até o Paço Municipal, onde foi entregue uma carta de reivindicações ao Secretário de Cultura do município.

No dia 14 de setembro uma comissão formada por mestres e aprendizes representantes da ELT, esteve com o Secretário de Cultura de Santo André, em reunião sugerida por ele, para obter a resposta sobre o ato realizado na semana anterior. O secretário discutiu cada ponto da carta entregue pelo Coletivo, mas negou as duas principais reivindicações, firmando a decisão de afastar Edgar Castro, tanto de sua função de coordenador quanto de mestre da escola, e de manter Eliana Gonçalves como coordenadora.

A comissão deixou claro que não aceitaria essa decisão - uma ameaça ao projeto pedagógico original, que tem a autogestão e a definição da coordenação pedagógica pela comunidade como principais características. Após três horas e meia de reunião, o Secretário prometeu encaminhar uma carta pública à comunidade nesta quinta-feira promessa não cumprida. Como estratégia de desmobilização o Secretário pediu dois a três dias para responder às reivindicações.

Por fim, no dia 17 de setembro, foi dada a resposta final: negaram todas as reivindicações. Ainda não entregaram nenhum documento oficial respondendo ou justificando nenhuma das atitudes tomadas pela prefeitura.

Dessa forma a comunidade decidiu ir em peso, à Câmara, pedir o apoio dos representantes do Poder Legislativo para a manutenção do projeto artístico-pedagógico original da Escola Livre de Teatro de Santo André, junto ao Poder Executivo do município.

Fonte: www.cartamaior.com.br

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