domingo, 31 de outubro de 2010

Charge do dia!


Fonte: http://chargesbruno.blogspot.com/

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Papa Bento XVI oferece a bispos do Brasil hóstia consagrada por José Serra - Por Latuff


Fonte: http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff

Almoço Mensal do Espaço Ay-Carmela dia 31/10/2010


Super Almoço Mensal do AY com Alan do VIDA VEGAN como Chef Convidado! Toda a renda é revertida para manutenção do Espaço! O alimento arrecado será revertido para as ocupações da FLM no centro de São Paulo. Não percam a deliciosa feirinha de hortifruti orgânicos do assentamento Irmã Alberta do MST a partir das 9h. O almoço começa a ser servidor as 13h e vai até as 15h. Mas o espaço estará aberto a partir das 9h.
Fonte: http://ay-carmela.birosca.org/

Inauguração da nova sede da Biblioteca Terra Livre acontece neste domingo 31/10/2010 - ANA‏

Inauguração da nova sede da Biblioteca Terra Livre acontece neste domingo‏

Neste domingo (31 de outubro) a Biblioteca Terra Livre estará realizando a inauguração da sua nova sede, em São Paulo. O evento ocorrerá a partir das 14 horas e contará com um coquetel.

“Após diversos meses procurando uma sede para a Biblioteca Terra Livre finalmente encontramos uma sala para abrigar o acervo dos livros da biblioteca e os grupos de estudos”, conta um dos animadores da Biblioteca.

Ele diz ainda que “todos que tiverem interesse em comparecer para conhecer um pouco mais dos projetos da Biblioteca e dar uma olhada no acervo de livros, filmes, jornais e periódicos são bem-vindos”.

Quem tiver interesse em ajudar na organização, catalogação, grupos de estudo e contribuir com a Biblioteca entrem em contato ou apareçam no endereço abaixo.

Biblioteca Terra Livre
Rua Engenheiro Francisco Azevedo, 841, sala 07- Perdizes - São Paulo (a 2 quadras do metrô Vila Madalena).

Mais infos: http://bibliotecaterralivre.wordpress.com/

agência de notícias anarquistas-ana
aqui também essa desconhecida
e ansiosa e breve coisa
que é a vida

Jorge Luis Borges

A democracia brasileira dos poderosos!

Amicus Curiae Virtual - A ação cautelar da Folha de S.Paulo
Com indisfarçável interesse de interferir no processo eleitoral, a Folha de S.Paulo ajuizou uma ação cautelar no STF para ter acesso ao processo que a ditadura militar moveu contra Dilma Rousseff. A Carta Maior (cujo nome é inspirado, justamente, na Constituição Federal do Brasil) abriu o espaço para que um amigo da Corte (figura rotineira em nosso sistema jurídico) possa expor a verdadeira intenção da Folha, aliada à falta de fundamento legal de sua pretensão. Entre fraudar o processo eleitoral e expor desnecessariamente a cidadã Dilma ou “dar um novo xerox” à Folha, não se podem ter dúvidas: preserva-se o processo democrático e a pessoa humana. O artigo é do advogado Márcio Mello Casado.
Márcio Mello Casado( *)

A Folha de São Paulo ajuizou em 25 de outubro de 2010 uma ação cautelar no Supremo Tribunal Federal (nº 2727), cuja intenção é obter o acesso às cópias do processo penal número 366/70, no Superior Tribunal Militar, em que foi ré a candidata Dilma Roussef.

A Ação cautelar foi distribuída à Ministra Cármen Lúcia. Ao receber o processo, ela determinou que fosse ouvido o Presidente do Superior Tribunal Militar, bem como que a Folha juntasse cópias do recurso extraordinário que citava no corpo da petição inicial.

O Presidente do Superior Tribunal Militar e a Folha atenderam aos pedidos da Ministra e a cautelar, neste momento, está nas mãos dela e pode ser despachada a qualquer momento.

POR QUE A FOLHA, NA ANTE-SALA DO VOTO, QUER TRAZER DE VOLTA AO DEBATE O PROCESSO IMPOSTO PELA DITADURA MILITAR CONTRA A CANDIDATA DILMA ROUSSEFF?

Carta Maior, cujo nome é inspirado justamente na Constituição Federal do país, abriu espaço para que um Amicus Curiae – um amigo do tribunal ou, em termos literais, um amigo da corte - possa expor a verdadeiro objetivo desta ação, aliado à falta de fundamento legal para o seu pleito.

A figura do amicus curiae, o amigo do Tribunal, tornou-se rotineira no sistema jurídico através da Lei 9.868/99, art. 7º, Parágrafo 2º (O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades).

Em uma medida cautelar como a que a Folha ingressou, o amicus curiae formal dificilmente seria aceito, visto que a admissão dele estaria vinculada às Ações Direta de Inconstitucionalidade e Declaratória de Constitucionalidade.

No entanto, um amigo do Tribunal, alguém que tenha interesse em informá-lo e, por que não, também à sociedade, pode fazê-lo fora dos autos.

Desorganização ou má intenção?
A Folha está preocupada em informar o cidadão brasileiro sobre a vida e a militância da candidata Dilma Rousseff durante a ditadura militar. Tais informações, segundo alega, somente podem ser obtidas por meio do acesso aos arquivos que estão no Superior Tribunal Militar.

Há, aí, desde logo, um problema ético. A atuação da candidata Dilma Rousseff durante a ditadura não pode ser medida pela régua de um processo dirigido pela supremacia do torturador sobre a vítima indefesa.

Qualquer informação contida nestes arquivos estará parcial ou, mais provavelmente, contaminada na íntegra por esse indutor de violência conhecida e comprovada. Ademais, qualquer condenação que tenha sido imposta à candidata Dilma, por um Estado de Exceção, foi acobertada pela Lei da Anistia.

Mas a Folha está preocupada em informar o cidadão brasileiro, o que, além de louvável, não deixa de ser uma surpresa. Justo neste momento, a Folha resolveu colocar-se como defensora da liberdade de imprensa e reputa como de indiscutível interesse público informações contidas em um processo penal dirigido e com provas obtidas pelas mãos e métodos criminosos.

Ressalvadas as deformidades das informações aí contidas, é evidente, no entanto, que se trata de documento –até para a ilustração do regime que o promoveu-- dotado de algum interesse histórico. O acesso a ele deveria ser franqueado a todos, assim como todos os arquivos da época da ditadura deveriam ser abertos ao público, que tem o direito à memória e à história da sociedade em que vive.

Visto desse ângulo, teria pertinência o pedido da a Folha de acesso aos autos, justo neste momento?

A resposta é não, por dois motivos:
a) em primeiro lugar porque ela já obteve o que reivindica. Em 12 de Marco 2009, por meio da jornalista Fernanda Odilla, o jornal já extraiu cópias do processo em questão;

b) sobretudo, porém, não há interesse público algum neste material datado e induzido pelo regime de exceção, no momento. Exceto o interesse unilateral da Folha e, eventualmente, o da própria candidata Dilma Rousseff que, todavia, jamais se manifestou nesse sentido.

Há, no entanto, circunstâncias antecedentes que autorizam suspeitar das motivações mais profundas que orientam o pleito do veículo paulista.

A Folha, em 2009, produziu a matéria intitulada: “Grupo de Dilma planejava seqüestrar Delfim”. Esta matéria foi rechaçada, de forma veemente, pelo jornalista Antonio Roberto Espinosa (http://www.torturanuncamais-rj.org.br/noticias.asp?Codnoticia=214&ecg=).

Ou seja, quando teve acesso aos documentos do processo da candidata Dilma, a Folha já fez deles um uso distorcido que reforçam as suspeitas em torno dessa segunda investida, em curso há dois meses.

A verdade é que os reais interesses que movem a Folha não são pautados pelo interesse público. A Folha deseja, como já o fez, elaborar matéria depreciativa, partindo de dados (que já tem, porém legitimados pela autorização desta Corte) produzidos há quarenta anos por métodos e motivações de um regime de exceção instruído com elementos de prova produzidos por criminosos travestidos de agentes do Estado.

Interesses individuais foram argüidos pelo STM ao negar o novo acesso, no meio da campanha eleitoral. Entretanto, estes são os direitos mais caros aos cidadãos e que são os pilares de uma democracia: privacidade, dignidade da pessoa humana, honra e imagem. Ou um candidato à Presidência da República não pode ter tais direitos preservados? Evidente que sim. A candidata Dilma é, antes, a pessoa humana Dilma.

Ela estava no Brasil, lutando pela democracia. Foi perseguida, presa, torturada e processada por seus algozes. A Folha quer agora surfar eleitoralmente nos resultados de um processo violento pautado pelo pau-de-arara, choques e agressões morais.

A Folha jamais poderá ter acesso a tais documentos? Estamos convencidos que o acesso deve ser franqueado; a Folha pode produzir a matéria que bem entender sobre a candidata Dilma ou qualquer outro candidato. Mas, neste momento, o que está sendo chamado de liberdade de imprensa serve justamente para fraudar o processo da liberdade democrático em um de seus mais sagrados momentos: o voto universal dos brasileiros e brasileiras.

Sejamos francos, a Folha tem os documentos do processo. Certamente, não os perdeu. Deseja novas cópias para esquentar e legitimar a matéria já citada que, no ano passado, foi ridicularizada pela opinião política do país.

Nem a revista Veja, que pediu cópia do mesmo processo, em 26 de fevereiro de 2010, por meio do repórter Luiz Otávio Bueno Cabral, teve coragem de prosseguir na empresa de violar a vida privada, a intimidade, a honra e a imagem da candidata Dilma.

Dentro de uma idéia de proporcionalidade e choque de interesses, todos protegidos pela Constituição Federal (liberdade de imprensa, dignidade da pessoa humana e liberdades individuais), neste momento, parece-nos que liberar para cópias um processo penal, cuja processada já foi anistiada, é subverter a Carta Maior. Depois de publicada a matéria, nenhuma Ação de Indenização será capaz de restabelecer não só a honra da candidata, mas o processo eleitoral que pode restar irremediavelmente viciado. Tais riscos, certamente, estão acima dos interesses INDIVIDUAIS da Folha.

Não cabe a Cautelar no STF
Do ponto de vista processual, a cautelar apresentada pela Folha não é cabível. E quem afirma isto é o próprio Supremo Tribunal Federal, em inúmeros julgados anteriores, que culminaram na edição das súmulas 634 e 635, as quais, expressamente, determinam, sucessivamente: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na origem” e “Cabe ao Presidente do Tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso extraordinário ainda pendente do seu juízo de admissibilidade”.

Ademais, o próprio recurso extraordinário apresentado pela Folha é completamente vazio de fundamento, eis que se opõe a pedido de vistas, regimentalmente previsto no STM. O mérito do mandado de segurança da Folha ainda não foi decidido. Haverá supressão de um grau de jurisdição se a cautelar pretendida pela Folha for concedida.

Qualquer medida cautelar necessita, para sua concessão, além de fumaça de um bom direito (e aqui não há nenhuma) do denominado perigo na demora. O caso em exame traz um pedido da Folha para ter acesso a fatos ocorridos há quarenta anos atrás, aos quais –repetimos-- ela já teve acesso; quer agora usar esta Corte para legitimar o que já possui! Pior, são fatos, do ponto de vista do Estado Democrático de Direito, não mais relevantes, visto que a eventual condenação foi objeto de anistia.

Conclusão
Entre fraudar o processo eleitoral e expor desnecessariamente a cidadã Dilma Rousseff ou “dar um novo xerox” à Folha , que almeja um endosso desta Corte para seus objetivos escusos, não se podem ter dúvidas: preserva-se o processo democrático e a pessoa humana.
(*) Advogado. Mestre em Direito PUC/SP. Doutorando em Direito PUC/SP.
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ATENÇÃO MULHERES! Seus úteros agora são PROPRIEDADE ECLESIÁSTICA! - por Latuff


Fonte: http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff

[EUA] Alerta: Mumia Abu-Jamal está sob risco de ser condenado à morte novamente - ANA

[EUA] Alerta: Mumia Abu-Jamal está sob risco de ser condenado à morte novamente
Em 9 de novembro, na Filadélfia, o 3° Circuito de Apelações dos EUA irá ouvir argumentos orais, se Mumia irá ou não ser executado sem um novo julgamento de sentença, como o Fiscal do Distrito está querendo fazer. A decisão do tribunal pode ser decretada a qualquer momento após as falas. Se a decisão for contra Mumia, então ele poderá ser executado brevemente.

O principal advogado de Mumia, Robert R. Bryan, disse que Mumia agora está “correndo o maior risco desde sua prisão em 1981.” Em 2001 o juiz da Corte Distrital Willian Yohn meio que revogou a pena de morte (Mumia nunca deixou o corredor da morte) e decretou que, se o Fiscal do Distrito ainda quiser a execução, primeiramente deve haver um novo julgamento com júri, onde as evidências de inocência possam ser apresentadas, mas o júri só pode se decidir entre a execução ou prisão perpétua, sem mais. Esse decreto de 2001 foi confirmado pelo 3° Circuito de Apelações dos EUA, mas em janeiro de 2010, a Suprema Corte dos EUA revogou a decisão e mandou o caso novamente para o 3° Circuito para reconsideração.

Parem a execução de Mumia!
É hora de aumentar a pressão nacional e internacional para que as autoridades estadunidenses interrompam o linchamento contra Mumia.

O Comitê Internacional de Amigos e Familiares de Mumia Abu-Jamal (ICFFMAJ, sua sigla em inglês) está convocando uma manifestação em frente ao Tribunal Federal na Filadélfia no dia 9 de novembro.

Durante a semana internacional de aniversário da detenção de Mumia, 9 de dezembro de 1981, vão acontecer em alguns pontos do planeta atos de apoio a Mumia. Em São Paulo está sendo organizada uma jornada de ação e solidariedade a Mumia nos dias 10, 11 e 12 dezembro, em breve informações mais detalhadas.

Contudo, é importante ficarmos alertas com a decisão do Tribunal de Apelações no dia 9 de novembro. Será preciso agir imediatamente caso os juízes decidam condenar novamente Mumia à morte, pois ele poderá ser executado em poucos dias. Fiquemos de sobreaviso!

Assine o abaixo assinado on-line em apoio a Mumia e contra a pena de morte:

› http://www.petitiononline.com/Mumialaw/petition-sign.html

agência de notícias anarquistas-ana
Chega a manhã

Flor a se espreguiçar

É época de primavera.

Melissa de Britto

Ficha Limpa em pleno vigor - por Walter Fanganiello Maierovitch

Ficha Limpa em pleno vigor. Com grosserias, Gilmar Mendes tirou presidente do TSE do sério e agrediu a sociedade e o Parlamento
–1. O Supremo Tribunal Federal (STF), depois de horas de hesitações e intermináveis citações de julgados e de doutrinadores, vivos e mortos, nacionais e estrangeiros, voltou a surpreender.

Todos imaginavam que a questão central, no julgamento de ontem e referente ao recurso extraordinário ajuizado por Jader Barbalho, seria a escolha de um critério para o desempate da votação.

Afinal, no caso Joaquim Roriz, os ministros discutiram à exaustão se a Lei da Ficha Limpa (Lei complementar 135, de 7 de junho de 2010) deveria ou não ser aplicada nas eleições de 2010. Na ocasião, o STF ficou dividido, ou seja, a votação restou empatada com cinco votos para cada lado.

Na sessão de ontem, tava na cara que ocorreria novo empate sobre a imediata aplicação da Lei da Ficha Limpa.

Como desempatar? Isso era o que mais importava aos cidadãos brasileiros e aos pendurados fichas sujas. Aqueles cujos registros das candidaturas foram indeferidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com votos para se eleger ou ocupar uma suplência, eles diziam não saber o que fazer da vida. Poderiam, até, entender em deixar o país. Lógico, com exceção a Paulo Maluf, que, se sair do Brasil, será preso por força de mandado internacional de captura.

Os ministros que anteriormente (caso Roriz) votaram pela imediata aplicação da Lei da Ficha Limpa foram comedidos nas exposições dos seus votos.

O relator, ministro Joaquim Barbosa, proferiu voto sintético e os que o acompanharam declararam que mantinham o entendimento já exposto no julgamento do caso Roriz e, por escrito, juntavam aos autos as várias laudas dos ilustrados votos.

Igual proceder não adotaram os ministros que divergiram dos ministros Joaquim Barbosa, Ayres Brito, Ellen Gracie, Ricardo Lewandovsky e Carmem Lúcia. Ou melhor, aqueles mesmos ministros que, no caso Roriz, já haviam entendido, em demoradas explanações, que a lei complementar só se aplicaria depois de um ano da sua publicação e não poderia retroagir.

Durantes horas, os ministros, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello, repetiram anteriores pronunciamentos. Marco Aurélio, que também é juiz no Tribunal Superior Eleitoral e lá foi o único voto vencido sobre a questão da aplicação da Lei de Ficha Limpa, não poupou ninguém da repetição.

Gilmar Mendes, além de repetir as teses já conhecidas, incorporou o papel de tribuno. Cadenciou a voz e, no entusiasmo, ultrapassou o sinal e atacou a iniciativa popular geradora da lei e os parlamentares que a adequaram e a aprovaram.

“Sandice e desatino” — e disso Gimar Mendes conhece de cátedra –, foram termos definidores por ele do móvel dos iniciadores e aprovadores do texto legal da “ficha limpa”.

O moralismo, disse Gilmar Mendes, pode conduzir ao fascismo. E a lei, casuística e oportunista, restou feita apenas para solucionar situação no Distrito Federal, disse Gilmar Mendes.

De toda a sua exposição, deve-se louvar o acerto de uma sua assertiva: “Não há limites para o absurdo”. Essa conclusão, encontrável pintada em algumas traseiras de caminhões, veio na seqüência de uma pérola, de fazer tremer constitucionalistas nas sepulturas: “O povo não é soberano nas democracias constitucionais”. Depois dessa de Gilmar, fui conferir se democracia ainda era palavra grega, cujo étimo significa povo e poder.

Com efeito. Às 19h30 os ministros chegaram à conclusão de que o empate por cinco votos tinha novamente acontecido.

Até aí, Jader Barbalho, o espertalhão que havia renunciado ao mandato popular para evitar a cassação e a perda dos direitos políticos, não podia afirmar surpresa. Aliás, nem Paulo Maluf e nem o paraense Paulo Rocha, as novas bolas da vez, no STF.

Alguns ministros, como Mendes, Marco Aurélio e Tofolli, aquele que foi reprovado em concurso para ingresso na magistratura estadual e serviu para o STF, entendiam que a sessão deveria ser suspensa. E o desempate, após o preenchimento da vaga aberta com a aposentadoria do ministro Eros Graus, de triste memória.

Com a reação dos demais, o presidente Cezar Peluso resolveu colocar em votação se o julgamento deveria continuar e findar naquela mesma sessão plenária. Novamente deu-se a intervenção de Gilmar Mendes e a entonação à Cícero só foi trocada pela gagueira, quando levou um tranco do ministro Ricardo Lewandovsky. Por maioria de votos, os ministros entenderam em continuar e encontrar uma solução.

Para irritação de Gilmar, Marco Aurélio e Tofolli, venceu o critério de desempate apresentado pelo ministro Celso de Mello. Uma analogia a dispositivo contido no Regimento Interno do STF. Critério expresso para solução de empate, quando em julgamento ações de inconstitucionalidade: no empate, prevalece a constitucionalidade da lei atacada. Por analogia, entendeu-se que a Lei da Ficha Limpa teria aplicação imediata e retroativa, pois era constitucional.

Não faltou nem apagão na sessão. Às 21 horas, as transmissões de imagens e sons do STF foram interrompidas. Era o horário político obrigatório. Os telespectadores, infelizmente, ficaram sem o final da fala de Gilmar Mendes.

O presidente Peluso acompanhou, depois de justificativa louvável, o ministro decano, Celso de Mello.

–2. PANO RÁPIDO. As duas teses sobre a aplicabilidade ou não da Lei da Ficha Limpa eram respeitáveis e bem fundadas.

Agora, a repetição ninguém agüentava. E a tentativa de não se chegar a uma decisão final levaria, caso vingasse, o STF ao descrédito. Disso não se deram conta Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Tofolli.

Depois de tudo, a sociedade saiu vitoriosa e pode gritar: Bye-bye, Jader, Maluf e demais fichas sujas.

Walter Fanganiello Maierovitch
Fonte: http://maierovitch.blog.terra.com.br

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um adeus a Romeu Tuma - por Marcelo Fonseca

Um adeus a Romeu Tuma - por Marcelo Fonseca
No Brasil os calhordas que mordem o osso do poder, permanecem grudados a ele até o fim de seus dias. Ficam lá como os carrapatos no pêlo gorduroso e sujo de um vira-lata. A máscara de "bom-mocismo" de serviços prestados para a nação esconde os pecados hediondos, que só um país de moral torta como o nosso poderia bater palmas. Os lázaros da ditadura que compõem esse ossário político, estão vestidos nas mais variadas cores. Temo os zumbis direitosos que invés de comerem cérebros, desfilam cagando pela boca sua falácia repetida. Do outro lado temos a esquerdalha despreparada, perdida em meio aos cacos do que foi um dia. Cega, atrasada e burra. A Social Democracia não esconde mais seu namoro de Extrema Direita. Aliás casamento mesmo. O pobre diabo, médio-classista. Reacionário, Cristão, Atrasado. O momento político não podia ser outro, senão fruto dessas contradições. Cria das bestas.O poder seduz. O poder corrompe. Pelo poder se mata, é assim desde o início da história do homem. Não adianta todas as páginas gastas, toda filosofia, e todo humanismo pensado. Não sejamos cínicos e hipócritas. A mão "vermelha" da esquerda afaga a miséria iletrada a fim de garantir um eleitorado passivo e acrítico. A mão "social-democrata"mente, manipula, doa aos ricos mais fartura, mantêm a propagação de manter TUDO como sempre esteve: as senzalas periféricas lotadas, assim como as cadeias, e as escolas onde não se repete, e se fabricam cérebros ocos.

No turbilhão mais imundo de nossa política fica a notícia que o ilustre Romeu Tuma se foi. Torturador conhecido, assassino diplomado, chegou seu fim em dor. Espero que todo sofrimento tenha sido pouco. Que lhe tenham assombrado no leito todos os prejudicados por suas mãos. Que apodreça no inferno se é que ele existe. Pois a este a punição maior seja mesmo ser alimento para os mais nobres vermes dessa terra. E como diria o bordão do radialista: Um canalha a menos...
Fonte: http://www.homemcomum.org/

Estado Assassino: Soldados de Israel assaltam geladeira e queimam Alcorão - por Georges Bourdoukan

Estado Assassino: Soldados de Israel assaltam geladeira e queimam Alcorão - por Georges Bourdoukan
Páginas do Alcorão queimadas por soldados de israel

Foi em Qalquilya, Cisjordânia.

Soldados Israel invadiram uma casa palestina, trancaram os moradores num banheiro e aproveitaram para assaltar a geladeira.

Depois de se refestelar queimaram os dois exemplares do Alcorão que estavam sobre uma mesa num quarto.

Para não sair de mãos vazia, detiveram dois moradores da casa sem nenhuma acusação.

Procuradas, as autoridades de Israel confirmaram apenas a detenção.

Quanto ao roubo de alimentos e a queima dos dois Alcorões, afirmaram desconhecer o assunto.

E olha que isso foi na Cisjordânia, e não Gaza.

A Cisjordânia, como se sabe, é governada por Mahmoud Abbas, que faz das tripas coração para negociar alguma acordo com os israelenses.

A agressão dos israelenses visa, na verdade, alguma retaliação dos habitantes da Cisjordânia.

Para em seguida, e sempre com o apoio da mídia, invadir e matar como habitualmente tem feito em Gaza.

Ou seja, como se já não bastasse profanar cemitérios muçulmanos e queimar mesquitas, queimam agora o Alcorão na esperança de que algum palestino resolva defender sua fé com algum atentado.

Pobres palestinos.

Pobre humanidade.

Por Georges Bourdoukan
Fonte: http://blogdobourdoukan.blogspot.com/

Charge para Esther - por Latuff


Fonte: http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff

Arte, aspirinas e urubus - por Leonardo Brant

Arte, aspirinas e urubus - por Leonardo Brant

Qual a importância da arte em nossa sociedade? Como responder a essa pergunta quando sequer conseguimos definir o que é arte? Qual a função política da arte? Podemos atribuir um papel a ela? Cidadania, cultura, educação: o que isso tudo tem a ver com arte?

Precisamos deixar de enxergar a arte (e consequentemente, o artista) por sua fragilidade, delicadeza, como algo que precisa ser sustentado pela sociedade. Estamos acostumados a colocar a arte numa redoma, num lugar de proteção, de cuidado. O artista, então, passa a ser visto como alguém descontectado do mundo real, alguém que precisa tratamento especial, precisa ser protegido, celebrado, celebrizado. E, portanto, aprisionado.

A arte sustenta a sociedade, oferece sentido, significado, razão e emoção. Sem ela, não sabemos por que existimos, o que estamos fazendo aqui, para onde vamos, como devemos olhar e se relacionar com o outro, com a natureza.

Subordinada a qualquer instância de poder (de cunho religioso, ideológico, do Estado ou da economia) a arte, tanto quanto a filosofia e a ciência (não seriam formas de arte?), tornam-se poderosos instrumentos de manipulação. Uma arte moral, a serviço de determinada visão de mundo, desconectada de uma ética mais profunda, universal.

Precisamos (e podemos) redimensionar o tempo e o lugar da arte nas sociedades contemporâneas (videocráticas, do consumo, do espetáculo). A política, o mercado (se é pelo capitalismo, usemos suas armas), o processo de formação (cultural e educacional) são nossos meios de construção de uma nova ética que catapulte a arte e o artista a outro patamar. Mas estão cada vez mais consumidos por grupos de interesses (econômicos, partidários, ideológicos).

Uma arte livre e democrática não tem a ver apenas com a liberdade de criação dos artistas e com a manutenção de espaços de expressão dessa liberdade. Tem a ver, sobretudo, com o estímulo e o desenvolvimento da capacidade artística do cidadadão, com a conquista de sua autonomia e independência, permitindo-o escolher e definir seus próprios referenciais estéticos, éticos e identitários, frente à enxurrada de informações e mensagens subliminares, presentes em todos os tipos de arte, do cinema à publicidade, passando pelas paisagens urbanas e pelos ritos e ritmos da vida cotidiana, que nos permite viver sem pensar, sem sentir, sem olhar.

Precisamos formar artistas. Não artistas de profissão (isso é escolha de cada um). Precisamos criar cidadãos capazes de ler, de compreender o sentido mais profundo da vida, de encontrar este sentido nas atitudes mais simples. De viver e conviver com ética e verdade.
Fonte: http://www.culturaemercado.com.br/

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Robert Fisk: A vergonha dos Estados Unidos exposta

Robert Fisk: A vergonha dos Estados Unidos exposta

Como de costume, os árabes sabiam. Eles sabiam tudo sobre as tortura em massa, o promíscuo tiroteio de civis, o escandaloso uso do poder aéreo contra casas de famílias, os cruéis mercenários norte-americanos e britânicos, os cemitérios de mortos inocentes. Todo o Iraque sabia. Porque eles eram as vítimas.
Só nós poderíamos fingir que não sabíamos. Somente nós, no Ocidente, poderíamos rechaçar cada acusação, cada afirmação contra os norte-americanos ou britânicos, colocando algum digno general - vêm à mente o pavoroso porta-voz militar dos EUA, Mark Kimmitt, e o terrível chefe do Estado Maior, Peter Pace - a nos cercar de mentiras.

Se encontrávamos um homem que tinha sido torturado, nos diziam que era a propaganda terrorista; se descobríamos uma casa cheia de crianças mortas em um ataque aéreo dos EUA, também era propaganda terrorista, ou dano colateral, ou uma simples frase: Nós não temos nenhuma informação sobre isso.

Claro, nós sempre soubemos que eles tinham sim. E o oceano de memorandos militares que foi revelado no sábado voltou a demonstrar. A Al Jazeera tem chegado a extremos para rastrear as famílias iraquianas cujos homens e mulheres foram mortos em postos de controle estadunidenses - eu identifiquei alguns porque relatei, em 2004, o carro cravado de balas, os dois jornalistas mortos, até o nome do capitão local estadunidense - e foi o The Independent on Sunday o primeiro a alertar o mundo sobre as hordas de pistoleiros indisciplinados que eram levados a Bagdá para proteger os diplomatas e generais. Estes mercenários, que abriram caminho assassinando nas cidades do Iraque, me insultaram quando lhes disse que estava escrevendo sobre eles, em 2003.

É sempre tentador ignorar uma história dizendo que não há nada de novo. A ideia da história antiga é usada pelos governos para esfriar o interesse jornalístico, pois serve para cobrir a inatividade jornalística. E é verdade que os repórteres já tinham visto antes algo assim. A evidência de envolvimento iraniano na fabricação de bombas no sul do Iraque foi vazada pelo Pentágono para Michael Gordon, do New York Times, em fevereiro de 2007.

A matéria-prima, que agora podemos ler, é muito mais duvidosa do que a versão produzida pelo Pentágono. Em todo o Iraque havia material militar iraniano da guerra Irã-Iraque de 1980-1988, e a maioria dos ataques aos americanos foram realizados nesta fase por insurgentes sunitas.

De fato, os relatórios que sugerem que a Síria permitiu que insurgentes atravessassem seu território estão corretos. Eu falei com famílias de atacantes suicidas palestinos, cujos filhos vieram para o Iraque, a partir do Líbano, por meio da aldeia libanesa de Majdal e, depois, pela cidade nortenha síria de Alepo, para atacar americanos.

Mas, ainda que escrita em concisa linguagem militar, aqui está a evidência da vergonha estadunidense. É um material que pode ser usado por advogados em tribunal. Se 66.081 - me encantou esse 81 - é o número mais alto disponível de civis mortos, então, a cifra real é infinitamente maior, uma vez que este registro só se aplica para os civis dos quais os EUA tinham informações.

Alguns foram levados para o necrotério de Bagdá na minha presença, e foi o oficial a cargo que me disse que o Ministério da Saúde iraquiano tinha proibido os médicos de realizar autópsias dos civis levados por soldados dos EUA. Por que foi dada esta ordem? Teria algo a ver com os 1300 relatórios independentes dos EUA sobre a tortura nas instalações policiais iraquianas?

Os americanos não tiveram melhores resultados da última vez. No Kuwait, as tropas dos EUA podiam ouvir como os kuwaitianos torturavam palestinos nos quartéis de polícia depois que a cidade foi libertada das legiões de Saddam Hussein, em 1991. Até mesmo um membro da família real kuwaitiana participou de atos de tortura.

Os estadunidenses não intervieram e se limitaram somente a queixar-se à família real. Aos soldados sempre dizem que não intervenham. Depois de tudo, o que disseram ao tenente do Exército israelense, Avi Grabovsky, quando ele informou ao seu superior, em setembro de 1982, que falangistas aliados de Israel acabavam de matar mulheres e crianças? Nós já sabemos, nós não gostamos, não intervenha. Isso foi durante o massacre no campo de refugiados de Sabra e Chatila.

A citação vem do relatório da Comissão Kahan de Israel em 1983; sabe Deus o que leríamos, se Wikileaks conseguisse pôr as mãos nos arquivos do Ministério da Defesa de Israel (ou a versão síria, para o caso). Mas, é claro, naqueles dias, não sabíamos como usar um computador, muito menos escrever nele. E isso, naturalmente, é uma das lições importantes de todo o fenômeno Wikileaks.

Na Primeira Guerra Mundial, na segunda, ou no Vietnã, a pessoa escrevia seus informes militares em papel. Talvez os apresentasse triplicado, mas poderia enumerar as cópias, rastrear qualquer espionagem e evitar vazamentos. Os documentos do Pentágono estavam realmente escritos em papel. Mas o papel sempre se pode destruir, molhar, despedaçar até a última cópia.

Por exemplo, depois da guerra de 1914-1918, um segundo tenente Inglês matou um dos trabalhadores chineses que haviam saqueado um comboio militar francês. O chinês tinha ameaçado com uma faca ao soldado. Mas, durante o registro de 1930, o expediente dos soldados britânicos foi censurado três vezes, fato pelo qual não ficou do incidente maior rastro que um diário de guerra de um regimento que relatava o roubo, pelo chineses, do trem francês de suprimentos. A única razão pela qual eu estou ciente dessa morte é porque meu pai era o tenente britânico, e ele me contou a história antes de morrer. Naquele tempo não havia Wikileaks.

No entanto, suspeito que esta grande revelação de material da guerra no Iraque tem implicações sérias para jornalistas e exércitos também. Qual é o futuro dos Seymour Hershes e do jornalismo investigativo da velha escola, que o diário Sunday Times costumava praticar? Que sentido tem enviar equipes de jornalistas para investigar crimes de guerra e reunir-se com gargantas profundas militares se, de repente, quase meio milhão de documentos secretos vão acabar flutuando na frente de alguém em um monitor?

Nós ainda não atingimos o fundo da história da Wikileaks, e suspeito que há mais do que alguns soldados americanos envolvidos nesta última revelação. Quem sabe se não chega ao topo? Em suas investigações, por exemplo, a Al Jazeera encontrou um extrato de uma conferência de imprensa de rotina do Pentágono, em novembro de 2005.

Peter Pace, o nada inspirador chefe do Estado Maior conjunto, informa aos repórteres como os soldados deveriam reagir ante o tratamento cruel de prisioneiros, assinalando com orgulho que o dever de um soldado americano é intervir se observar sinais de tortura.

Em seguida, a câmera se move até a figura muito mais sinistra do secretário de Defesa Donald Rumsfeld, que, de repente, interrompe quase num sussurro, para desespero de Pace: Eu não creio que queira o senhor dizer que os soldados são obrigados a interrompê-la fisicamente. Seu dever é denunciá-la.

Desde então, o significado desse comentário - enigmaticamente sádico à sua própria maneira - se perdeu nos diários. Mas agora o memorando secreto Frago 242 lança mais luz sobre essa conferência de imprensa. Presumivelmente enviada pelo general Ricardo Sanchez, a instrução aos soldados é: Supondo que a denúncia inicial confirme que as forças dos EUA não estavam envolvidas no abuso de prisioneiros, não se realizará maior investigação, a menos que o ordene o alto comando.

Abu Ghraib aconteceu sob a supervisão de Sanchez no Iraque. Sanchez também foi, claro, quem não pôde explicar-me, durante uma conferência de imprensa, por que seus homens mataram os filhos de Saddam Hussein em um tiroteio em Mosul, ao invés de capturá-los.

A mensagem de Sanchez, ao que parece, deve ter tido a aprovação de Rumsfeld. Da mesma forma, o general David Petraeus, tão amado pelos jornalistas norte-americanos, teria sido responsável pelo aumento dramático dos ataques aéreos dos EUA no decurso de dois anos: de 229 sobre o Iraque, em 2006, para 447 mil, em 2007. Curiosamente, os ataques aéreos dos EUA no Afeganistão aumentaram 172% desde que Petraeus assumiu o comando militar.

Tudo isso torna ainda mais surpreendente que o Pentágono agora rasgue as vestimentas porque Wikileaks poderia ter sangue nas mãos. O Pentágono tem estado manchado de sangue desde que deixou cair uma bomba atômica sobre Hiroshima em 1945, e, para uma instituição que ordenou a invasão ilegal do Iraque em 2003 - acaso o número de civis mortos não foi ali de 66 mil, de acordo com suas próprias contas, de uns 109 mil registrados? - é ridículo afirmar que Wikileaks é culpado de assassinato.

A verdade, claro, é que se este vasto tesouro de relatórios secretos tivesse demonstrado que o número de mortos era muito menor do que o que a imprensa proclamava, que as tropas dos EUA nunca toleraram a tortura pela polícia iraquiana, que raramente dispararam contra civis nos postos de controle e sempre levaram os assassinos mercenários à justiça, os generais americanos teriam entregado esses registros para a mídia, sem qualquer encargo, nas escadarias do Pentágono. Não só estão furiosos por terem quebrado o sigilo ou porque se tenha derramado sangue, mas porque eles foram pegos dizendo mentiras que nós sempre soubemos que diziam.

Fonte: The Independent

Novo e importante filme sobre o caso Mumia Abu-Jamal é lançado nos EUA - ANA

Novo e importante filme sobre o caso Mumia Abu-Jamal é lançado nos EUA - ANA

Estreou em 21 de setembro passado em dois locais diferentes na Filadélfia o documentário Justice on Trial (A Justiça em Julgamento), narrado pelo ex-colega de Mumia Abu-Jamal, Juan Gonzalez, do Democracy Now, e feito por Johanna Fernandez, que diz que o documentário oferece "uma versão alternativa do caso Mumia".

A professora de História da Universidade Baruch, disse à mídia local que ficou quatro anos trabalhando no filme, viajando pelo país realizando diversas entrevistas, inclusive com a irmã de Mumia.

Ela e Kouross Esmaeli, da Big Noise Films, tomaram a decisão de acelerar a produção deste documentário para "elevar a qualidade do diálogo sobre o caso". Seu documentário analisa as violações graves no caso de Abu-Jamal - parcialidade judicial, improbidade do Ministério Público, a discriminação racial na escolha do júri, a corrupção policial e manipulação de provas para uma condenação - o que não são exclusivas para este caso. Ao contrário, são amplamente praticadas no sistema de justiça estadunidense, e que explicam o encarceramento desproporcionado de afro-americanos e latinos nos Estados Unidos. O caso de Mumia Abu-Jamal é um microcosmo de problemas maiores no sistema de justiça nos Estados Unidos atualmente. O foco em muitas das violações fazem do caso Mumia Abu-Jamal um dos mais importantes episódios de direitos civis de nosso tempo.

Durante uma discussão após a estréia do documentário no National Constitution Center, Mumia falou por telefone ao público, provocando efusivos aplausos de todos os presentes. Ele mencionou as palavras do já falecido juiz Albert Sabo, que presidiu o seu julgamento em 1982 e uma audiência de apelação (do seu próprio veredicto) em 1995. No verão de 1995, Sabo disse no tribunal que “a justiça é apenas um sentimento emocional...”.

“Suas palavras me deixaram assombrado... E ele estava certo. A justiça não é uma realidade. É apenas uma palavra fácil de escrever, dispor, como “os direitos constitucionais” ou “o processo legal”... Em suma, a justiça não existia em seu tribunal”, contou Mumia.

Trailer do filme:

› http://bignoisefilms.org/films/tactical-media/114-justice-on-trial

agência de notícias anarquistas-ana
manhã na floresta

ouvindo o canto dos pássaros

passeio nas trilhas

Linney Jeanne Palma

[França] Dois caminhões de transporte de animais são incendiados - ANA

[França] Dois caminhões de transporte de animais são incendiados - ANA

A ALF (Animal Liberation Front - Frente de Libertação Animal), assumiu a responsabilidade por um ataque incendiário ao matadouro de aves Ronsard, em Jouy, durante a madrugada de 16 de outubro. Dois caminhões cheios de gaiolas vazias foram destruídos pelas chamas. Os bombeiros conseguiram deter o fogo antes que ele se espalhasse para um escritório próximo.

Os ativistas escreveram num comunicado:

"Nós queimamos dois caminhões em um abatedouro em Jouy, um pequeno povoado na França, a cerca de 75 km de Paris. O objetivo era queimar completamente o matadouro, mas não conseguimos. Apenas esses dois caminhões."

ALF francesa

agência de notícias anarquistas-ana
violetas à mesa

brasas azuis

violenta beleza

Bernardo Souto

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Depois de 31 anos a Sony encerra a fabricação do walkman de fita cassete!

Depois de 31 anos a Sony encerra a fabricação do walkman de fita cassete!

Quem com mais de 35 anos que nunca possuiu um desse não sabe o que é o bom e velho rock´roll através das fitas cassetes.

No final dos anos oitenta na Galeria do Rock (SP) tinha um pequena lojinha de LP´s, camisetas e afins dos imortais Lyps e Quinha – quem não tinha grana era só passar por lá e comprar um fita dos monstros sagrados Black Flag, Bad Brains, Fugazi, Suicidal Tendencies etc. bons tempos aqueles.

Teia de espiões cerca o PSDB - por NaMariaNews

Teia de espiões cerca o PSDB - por NaMariaNews

No dia 23 de outubro, o Presidente do PT José Eduardo Dutra disse o seguinte:

(versão Estadão)
"O trabalho dele (Amaury) foi para se contrapor a uma central de espionagem liderada pelo Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), central de espionagem essa que era aliada do Serra. Por isso fizemos um aditamento para que a Polícia Federal investigue também tudo isso ."

(versão G1)
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou nesta quarta-feira (20) que investigações da Polícia Federal mostram que a quebra de sigilo fiscal de dirigentes do PSDB e de pessoas ligadas ao candidato tucano à Presidência da República, José Serra, teria acontecido por pessoas ligadas ao próprio PSDB.
A PF divulgou nesta tarde que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a violação de sigilo fiscal de pessoas ligadas a Serra e de dirigentes do PSDB. O jornalista disse que fez a investigação após descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria realizando investigações contra o então governador Aécio Neves (PSDB-MG) a serviço de Serra. Na época das violações, em setembro e outubro de 2009, o jornalista trabalhava no jornal "O Estado de Minas".

(versão Terra)
"O que o Sérgio Guerra não quer levantar é que o depoimento do Amaury fala que começou a investigar esse assunto porque tinha uma central de espionagem comandada pelo PSDB e pelo Marcelo Itagiba. Por isso que nós fizemos um aditamento ao pedido do inquérito. Porque esse inquérito está acontecendo por um pedido nosso. Nós fizemos um aditamento para que se investigue essa tal central de espionagem. Nisso o Sérgio Guerra não quer tocar". (Dutra)

(versão R7, em 20/outubro e 23/outubro)
"- Não temos nem tivemos qualquer responsabilidade nesse episódio. Pedimos o primeiro inquérito, fizemos aditamento e agora a partir do que foi informado hoje estamos solicitando investigação dessa central de espionagem comandada pelo deputado Marcelo Itagiba, que além de tucano é araponga contumaz." (Dutra)



Momento reload
O NaMaria News foi o primeiro que mostrou os contratos do candidato José Serra, ainda governador de São Paulo, entre a PRODESP e a empresa Fence Consultoria Empresarial LTDA, de propriedade do ex-dirigente do SNI, o coronel reformado do Exército Sr. Ênio Gomes Fontenelle, em dois textos (Coincidências do Dossiê 2002 nos Negócios de SP, e Os contratos da Fence com o Governo de SP). A assinatura do maior contrato, sem licitação, foi em 27 de maio de 2008 (o tal 014/2008), por R$ 858.640,00, fora os extras. Nele está previsto que se buscará por "intrusões eletrônicas" dentro das áreas da PRODESP, em 113 ramais de PABX e 7 linhas diretas, além de 60 salas. Mas também prevê que pode-se procurar em áreas fora de sua sede - ou em outras localizações de seu interesse. A PRODESP cuida de toda, eu disse toda a rede de dados do Estado de São Paulo, com o tal INTRAGOV (a internet governamental).

José Serra e Marcelo Zaturansky Nogueira Itagiba se conhecem de priscas eras e muitos serviços mútuos prestados. Serra o chamou porque foi Coordenador do Centro de Inteligência da Polícia Federal, sabia muito, demais. Portanto Itagiba tinha cacife para "montar um aparato de inteligência" em seu ministério tão saudável, na ANVISA. Ele então carregou para a tarefa mais alguns delegados da Polícia Federal, entre eles o Sr. Onézimo das Graças Souza. Quando o troço todo começou a feder e vazar demais, José Serra, sempre profissional, acaba com a farra (dezembro/2000) e contrata Ênio Fontenelle e sua Fence Consultoria. Serra terceiriza e amplia as sondagens.

Desde 1997, a Fence está na profissional varrição da política. Diz a matéria do Correio Brasiliense de 14/março/2002:

Nos últimos meses, Fontenelle esteve várias vezes no Ministério da Saúde, onde encontrou-se com Serra. Hoje, cerca de 600 telefones e ambientes (salas de reunião e gabinetes) são monitorados pela Fence no ministério.
A empresa rastreia, principalmente, a existência de grampos ou emissores de rádio clandestinos, com capacidade de transmitir conversas para um interceptador posicionado a até 100 metros de distância. (...)
O coronel tem outro conhecido comum com Serra: o delegado da Polícia Federal Marcelo Itajiba. O delegado foi assessor do candidato tucano em Brasília. Mas, antes de desempenhar essa função burocrática, era chefe do Centro de Inteligência da PF, a mais produtiva instaladora de grampos legais a serviço do governo. No ministério, Itajiba montou uma mini-central de inteligência, que contou com a participação dos delegados da PF Onésimo e Hercídio.
Itajiba é da copa e cozinha do ex-ministro. Serra tentou, sem sucesso, fazê-lo diretor-geral da Polícia Federal, em 1999. Hoje, o delegado está no Rio, assim como Fontenelle. ‘‘Conheço o delegado, mas apenas de contatos superficiais’’, disse Fontenelle ao Correio". (...)

Coincidentemente, o contrato feito entre o Ministro da Saúde José Serra e a Fence, também previa "a verificação de intrusões eletrônicas". Igualzinho ao da PRODESP. O serviço para José Serra, por R$1.872.576,00, foi rompido no começo de 2003 pelo Ministro Humberto Costa, já no governo Lula. Só que antes disso, em 2002, estraçalhou com Roseana Sarney e Serra saiu candidato.

Outros contratantes da varrição eletrônica de Fontenelle foram o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal Militar e o Tribunal Superior Eleitoral. Em 2005 foi a vez do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rescindir "amigavelmente" o contrato com a Fence do Fontenelle com valor que passava dos R$280 mil. O rastreamento de grampos eram nos telefones do tribunal, nos gabinetes e nas residências de seus 33 ministros e do diretor-geral.

O Tribunal de Contas da União, também cliente da Fence, fez auditorias. Embora "não tenha descoberto irregularidades" nas contas/contratos com a EMBRATUR, Caixa Econômica Federal, CONAB e Correios, mostrou que verificações de intrusões eletrônicas da Fence eram executadas bem longe de onde foram previamente contratadas: em residências de diretores de órgãos que não lidam com informações com o mesmo grau de sigilo, caso, por exemplo, de dirigentes dos Correios e da Fundação Nacional de Saúde. E que a Fence, a título de "cortesia" para o Superior Tribunal Militar, varria 26 locais e cobrava apenas por 15. (fonte)

É fundamental refletir muitíssimo sobre o que o jornalista Amaury Martins Ribeiro Júnior declarou à Polícia Federal, em 15 de outubro de 2010, página 647, para desvendar de vez a trampa dos dossiês do PSDB e outras mumunhas mais. Amaury diz que fica sabendo do grupo "clandestino de inteligência" atrás de Aécio Neves, em dezembro de 2007; em 2008 Amaury retoma as antigas pesquisas das privatizações. Preste atenção:

Justo em 2008, nas mesma bases, na mesma configuração legal, mesmo período crítico, até quase na mesma faixa de preço, a Fence está em pleno governo de São Paulo, trazida pelo mesmo homem que a levou à Brasília na era Fernando Henrique Cardoso, usada antes e quando também queria ser eleito: José Serra.

Pode ser tudo completa coincidência, como sempre diz o candidato do PSDB, quando o horror bate à sua porta e grita verdades. Mas, sem dúvida, é muito esquisito.

PS- A Polícia Federal vai dar uma olhada nisso também?

Fonte: www.namarianews.blogspot.com

Semear ódio não ajuda - por Ladislau Dowbor

Semear ódio não ajuda - por Ladislau Dowbor

Há momentos de posições declaradas. E há limites para tudo. Segundo o video de Arnaldo Jabor, está sendo preparada uma ditadura, e os culpados seremos nós, se votarmos na Dilma. Isto com dramático acompanhamento musical, o Jabor parecendo aqueles antigos personagens do Tradição, Família e Propriedade dos anos 1960 anunciando a apocalipse política.

Caso mais sério, segundo a CBN, o futuro governo Dilma seria dirigido pelo José Dirceu, isto dito em tom pausado de reportagem séria. Nos e-mails religiosos aprendo que o futuro governo vai matar criancinhas. Quanto à Veja, não preciso ser informado, pois já a capa mostra um monstruoso polvo que vai nos engolir. E naturalmente, temos o aborto, último reduto da direita, instrumento político de profunda covardia, para quem sabe o que é a indústria do aborto clandestino. Aborto aliás já utilizado na campanha do Collor contra o Lula, anos atrás.

Argumentos patéticos desta mídia podem ser rejeitados como fruto de uma fase histérica de quem quer recuperar o poder a qualquer custo. Mas há uma dimensão que assusta. Muitos dos textos e vídeos exalam e estimulam um ódio doentio. E são produzidos e reproduzidos aos milhões, coisa que as tecnologias modernas permitem. Os grandes grupos da mídia, e em particular as quatro grandes familias que os controlam, não só aderiram de maneira irresponsável à fogueira ideológica, como jogam com gosto lenha e gasolina, ainda que sabendo que se trata de comportamentos vergonhosos em termos éticos, e perigosos em termos sociais. O poder a qualquer custo, vale a pena?

Semear e estimular o ódio é perigoso. Porque com o atual domínio de tecnologias de comunicação, o ódio pode ser espalhado aos grandes ventos, e os órgãos que controlam a mídia não se privam. Espalhar o ódio pode ser mais fácil do que controlá-lo. O tom da grande mídia se assemelha de forma impressionante aos discursos às vésperas da ditadura. Que aliás foi instalada em nome da proteção da democracia. Fernando Henrique Cardoso, que não teve grandes realizações a apresentar, entregou o governo dizendo que tinha consolidado a democracia. Herança importante. Vale a pena colocá-la em risco?

O governo Lula tem méritos indiscutíveis. Abriu espaço não só para os pobres, mas para todos. À dimensão política da democracia acrescentou a dimensão econômica e social. Tornou evidente para o país que a massa de pobres deste país desigual, é pobre não por falta de iniciativa, mas por falta de oportunidade. E que ao melhorar o seu nível, pelo aumento do salário mínimo, pelo maior acesso à universidade, pelo maior financiamento da agricultura familiar, pelo suporte aos municípios mais pobres, e até por iniciativas tão elementares como o Bolsa Família ou o Luz para Todos, mostrou que esta gente passa a consumir, a estudar, a produzir mais. E com isto gera mercado não só no andar de baixo, mas para todos.

Esta imprensa que tantas manchetes publicou sobre o “aerolula”, hoje sabe que a diversificação do nosso comércio internacional, a redução da dependência relativamente aos Estados Unidos, e a prudente acumulação de reservas internacionais, que passaram de ridículos 30 bilhões em 2002 para 260 bilhões atualmente, nos protegeram da crise financeira internacional. Adquirimos uma soberania de verdade.

E no plano ambiental, só em termos da Amazônia o desmatamento foi reduzido de 28 para 7 mil quilómetros quadrados ao ano. Continua a ser uma tragédia, mas foi um imenso avanço. Realização onde o trabalho de Marina Silva foi importante, sem dúvida, como foi o de Carlos Minc. Mas foi trabalho deste governo, que nomeou na área ambiental realizadores e não ministros decorativos. E a sustentabilidade ambiental não é apenas verde. Os investimentos do PAC nas ferrovias e nos estaleiros são vitais para mudar a nossa matriz de transporte, hoje dependente de caminhões. A construção de casas dignas é política ambiental, que não pode ser dissociada do social. Os investimentos em saneamento do programa Territórios da Cidadania, em cerca de 2 mil municípios, articulam igualmente soluções ambientais e sociais, como o faz o programa Luz para Todos. Tentar dissociar o meio ambiente e o progresso social é um feito real que a direita conseguiu, divide pessoas que batalhavam juntas por um futuro mais decente. Mas é ruim para todos.

O bom senso indica claramente o caminho da continuidade, equilíbrando as dimensões econômica, social e ambiental. Absorver a dimensão crescente dos desafios ambientais, e expandir as dinâmicas do governo atual articulando os três eixos. Mas discutir isto envolveria uma campanha política em torno de argumentos e programas, onde a direita só tem a oferecer o argumento de que seria mais “competente”. O importante, é saber a serviço de quem seria esta competência.

A continuidade das políticas é vital para o Brasil. O que tem a direita a oferecer? Mais privatizações? Mais concentração de renda? Mais pedágios de diversos tipos? Leiloar o Pre-Sal? A última iniciativa do Serra foi tentar privatizar a Nossa Caixa, felizmente salva pelo governo federal. Como teria sido o Brasil frente à crise sem os bancos públicos? Os jornalistas sabem, mas quando falam, como Maria Rita Kehl, e escrevem o que sabem, são sumariamente demitidos. Que recado isto manda para o jornalismo?

A opção adotada foi bagunçar os argumentos políticos, buscar a desestabilização, assustar as pessoas, semear ódio. Qualquer coisa que tire da eleição a dimensão da racionalidade, da opção cidadã. Porque pela racionalidade, o próprio povo já sabe onde estão os seus interesses, e os resultados são evidentes. O caminho adotado é baixar o nível, sair da cabeça, ir para as tripas. Não o próprio candidato, porque este precisa parecer digno. Mas os esperançosos herdeiros de poder em torno dele, ou a própria família. O ódio que esta gente espalha está aí, palpável. E funciona. A maior vítima desta campanha eleitoral ainda pode ser o resto de credibilidade deste tipo de mídia, e os restos de ilusão sobre este tipo de política.

Eu voto na Dilma com a consciência tranquila. Fiz inúmeras avaliações de governos, profissionalmente, no quadro das Nações Unidas. E fiz a avaliação de políticas sociais do governo de FHC, a pedido de Ruth Cardoso, nas reuniões que tínhamos com pessoas de peso como Gilberto Gil e Zilda Arns. Sem remuneração, e com isenção, como o faço hoje. Eram políticas que nunca se tornaram políticas de governo, porque a base política não permitia que ultrapassassem a dimensão da boa vontade real da primeira dama. A base política do candidato Serra, desde a bancada ruralista até os negociantes das privatizações, é a mesma. E se assumir o vice, como tantas vezes já aconteceu, não será apenas um atraso generalizado para o país, será uma vergonha mundial.
(Envolverde/http://dowbor.org)
Fonte: http://www.envolverde.com.br

3 Encontro de Zineiros na loja Combat Rock!‏ - dia 06/11/2010

3 Encontro de Zineiros na loja Combat Rock!‏

Caros amigos,

Vai rolar o 3 Encontro/Exposição de Fanzines na loja Combat Rock. E também um exposição com flyers/cartazes de shows de bandas nacionais, entre os anos '80 e '90! Quem quiser trazer material para expor/trocar/vender fique á vontade!

Também queria uma força de vocês para ajudar a divulgar esse evento no orkut,blog,myspace,etc,ou simplesmente repassando o flyer para outras pessoas interessadas no assunto.

Conto com apresença des vocês no dia! Mais informações no flyer!

Abraços!

Márcio.

sábado, 23 de outubro de 2010

Com Netanyahu não tem paz - por Luiz Eça

Com Netanyahu não tem paz - por Luiz Eça
("Eu conheço a América. A América pode ser facilmente levada para a direção certa", Bibi Netanyahu, no assentamento de Offra - vídeo veiculado em Israel)

Para alguns desavisados, pode parecer positiva a proposta do primeiro-ministro de Israel de prorrogar o congelamento dos assentamentos em troca do reconhecimento de Israel pelos árabes. Não é bem assim.

Essa prorrogação seria apenas de dois meses e não impediria uma única obra. Quando acabou o prazo de 10 meses do congelamento, o governo de Tel-aviv aprovou rapidamente planos de construção de 1.600 edificações, garantindo sua execução, pois o congelamento só cobre obras ainda não aprovadas.

E o reconhecimento que Netanyahu deseja é o de "Israel, Estado judeu". Com isso, os árabes, que são 20% da população do país e ali vivem há centenas de anos, seriam considerados estrangeiros em sua própria terra. E se legitimaria a expulsão dos 700 mil residentes árabes nas guerras de independência, negando-se seu direito de voltar.

Evidentemente, a Autoridade Palestina recusou tal proposta e reafirmou que, sem congelamento, era o fim das negociações. Inaceitável para Obama.

Daqui a dois meses serão realizadas eleições legislativas nos EUA e o Partido Republicano aparece como favorito. Rompimento das negociações de paz seria péssimo para as chances do Partido Democrata.

Ciente de que sem congelamento a Autoridade Palestina vetaria as negociações, Obama vinha pressionando Netanyahu para aceitar renová-lo.

Ao mesmo tempo, prodigalizou-lhe ofertas das mil e uma noites. Segundo Michael Oren, embaixador de Israel nos EUA, declarou ao Washington Post na semana passada, foram generosos "incentivos" diplomáticos, financeiros e na área de segurança em troca dos ambicionados dois meses a mais. Incentivos explicitados por Uri Avnery em "His Father´s Boy" (Anti War, 11/10): "Armas, dinheiro, apoio político, todo um conjunto de garantias nas conversações que ainda nem começaram".

Netanyahu disse não. Ele quer mais. Como a mídia israelense informou na semana passada, o objetivo do primeiro-ministro israelense é que os EUA ratifiquem a promessa, que Bush teria feito, de que no futuro acordo de paz a Casa Branca não pediria a retirada de Israel dos territórios tomados aos árabes em 1967.

Até aí Obama não vai porque o colocaria contra decisão do Conselho de Segurança da ONU, a opinião pública mundial e também seus aliados no mundo árabe – Egito e Arábia Saudita, especialmente, além do Iraque, cujo apoio ele disputa com o Irã.

Obama prefere pressionar também a Autoridade Palestina. Qualificou a oferta de Netanyahu como "construtiva", apelando para que os palestinos retribuíssem com alguma concessão. Foi o que eles fizeram. Aceitariam eventualmente reconhecer Israel do jeito proposto. Antes, porém, o governo de Tel-aviv deveria definir os limites desse Estado. Se fossem os estabelecidos pela ONU, sem os territórios ocupados, tudo bem.

Claro, nenhuma das duas propostas era para valer. Netanyahu sabia que os palestinos jamais trocariam o reconhecimento pelo congelamento. Os quais, por sua vez, não tinham dúvidas de que renunciar aos assentamentos na Cisjordânia estava fora das intenções israelenses.

A jogada israelense visava provar que eles eram os "good guys" que queriam a paz, rejeitada pela intolerância dos "bad guys" palestinos. A contra proposta árabe mostrou que esse rótulo era imerecido.

A única concessão da Autoridade Palestina foi dar um mês para os EUA convencerem Israel a continuar o congelamento. Difícil de acontecer.

Obama sente-se fraco diante de Netanyahu, maciçamente apoiado pelos judeus americanos - 62%, conforme pesquisa recente da American Jewish Opinion. Apesar de representarem apenas 3% dos eleitores, eles pesam muito em estados como Nova York e Flórida, onde estão mais concentrados. E, o que é mais importante, estima-se que judeus americanos fornecem 40% das contribuições das campanhas eleitorais do Partido Democrata, além de sua causa ter a simpatia da maioria da grande mídia e dos padres e pastores fundamentalistas.

Para agradar esse público, tanto quanto para adoçar Netanyahu, o governo americano apressou-se a manifestar-se favorável ao reconhecimento internacional de Israel como "Estado judeu". Oficialmente, pelo porta-voz do Departamento de Estado, P. J. Crowley: "Nós reconhecemos a especial natureza do Estado israelense. É um Estado para o povo judeu". Exatamente o que postula o sionismo.

Por sua vez, o governo de Israel vem de aprovar a exigência de que os novos habitantes não-judeus jurem lealdade a Israel como "Estado judeu" para serem aceitos como cidadãos do país. Há ainda ameaças de desdobramentos indesejáveis, ministros do governo atual insistem em que essa exigência deva ser estendida também aos não-judeus residentes.

Comentando a exigência, declarou Ahmed Tibi, parlamentar árabe-israelense: "Nenhum Estado do mundo forçaria cidadãos ou aqueles que buscam a cidadania a jurar fidelidade a uma ideologia (sionismo). Israel provou que é uma democracia para judeus, não para árabes". O político trabalhista judeu Isaac Herzog foi até mais incisivo: "O fascismo está devorando as bordas da sociedade".

Tudo isso desfez as esperanças nas negociações de paz, dos poucos palestinos que as tinham.

Agora, eles se voltam para os EUA e a União Européia. Em reunião com os ministros do Exterior da França, Espanha e Finlândia, na Jordânia, Abbas, da Autoridade Palestina, pediu o apoio deles para uma declaração unilateral da independência da Palestina.

É um lance corajoso. Mas as primeiras reações da Europa foram animadoras. Kouchner, ministro do Exterior da França, afirmou que, embora preferindo que a paz saísse de negociação entre as duas partes, apoiaria a discussão da independência da Palestina no Conselho de Segurança da ONU.

Mas e os Estados Unidos? Ilusões à parte, Obama dificilmente topará.

Tudo indica que ele não topará brigar com o establishment do seu partido, a maioria dos deputados e senadores democratas, ora disputando eleições com financiamento dos lobbies judeu-americanos e/ou a maioria da mídia e dos padres e pastores de extrema-direita.

Até agora ele só fez ignorar os novos rumos da opinião pública do seu país. Pesquisas recentes mostram que ela não é mais pró-Israel como costumava ser: 66% dos americanos preferem não tomar partido no contencioso árabe-israelense; 62% são contra os assentamentos na Cisjordânia; para 43%, Israel é apenas um pouco importante para os EUA, contra 33% que acham importante. Finalmente, por 50% a 47%, vence a idéia de que, em caso de ataque a Israel, os EUA não devem mandar tropas.

Apesar desta mudança, Obama não tem tido coragem de mudar em relação a Tel-aviv, usando de ameaças para pôr os israelenses na linha. Prefere procurar acreditar que Netanyahu é um parceiro na busca de uma paz justa na Palestina. Embora os fatos não parem de provar o contrário.

Luiz Eça é jornalista.
Fonte: http://www.correiocidadania.com.br/

Nova revelação do WikiLeaks: Ianques ocultaram torturas e milhares de mortes de civis no Iraque - por Diário Liberdade

Nova revelação do WikiLeaks: Ianques ocultaram torturas e milhares de mortes de civis no Iraque
Diário Liberdade - O site WikiLeaks voltou a apresentar documentação filtrada dos serviços secretos dos Estados Unidos, demonstrando as suas práticas criminosas no Iraque.

O novo vazamento de informações secretas dos Estados Unidos nesta sexta-feira revela como o comando da ocupação norte-americanas no Iraque evitaram atuar contra os crimes cometidos pelas suas tropas no Iraque.

São quase 400 mil arquivos que evidenciam todo o tipo de abusos e torturas contra detidos, execuções sumárias e estupros cometidos por policiais e soldados iraquianos.

Tão importante como isso, os documentos mostram que Washington evitou qualquer investigação sobre verdadeiros crimes de guerra, que resultaram em 15 mil civis mortos sobre os quais não existia registro durante o conflito no país do Oriente Médio.

Depois da revelação em julho de mais de 70 mil arquivos secretos dos EUA relativos à guerra do Afeganistão, agora o WikiLeaks apresenta um lote bem maior, relativo à guerra do Iraque. Somado ao anterior, este vazamento significa a maior violação do sigilo militar da história norte-americana, que até agora a Casa Branca e o Pentágono não conseguiram impedir apesar das suspeitas sobre a tentativa de "caçar" o responsável pela publicação das informações comprometedoras.

O aviso da nova publicação foi feito público através do Twitter, junto a um comentário eloquente: "É um momento extraordinário no jornalismo".

Crimes ianques dados a conhecer
qNos documentos oferecem-se dados reveladores sobre mortes: 109.000, das quais 63% civis.
Abusos não punidos: Centenas de denúncias de abuso, tortura, estupro e assassinato pela polícia e pelo Exército do Iraque foram ignoradas pelo comando norte-americano, permitindo a continuidade dessas práticas sem qualquer punição.

Entre os casos relatados referimos o de um prisioneiro ajoelhado ao chão, com os olhos tapados e as mãos amarradas, recebendo pontapés de soldados iraquianos no pescoço. Tudo isso observado por um fuzileiro americano, que depois, ao reportar com detalhes o incidente, afirmou que "nenhuma investigação era necessária".

No entanto, esse é um dos incidentes mais "suaves" e menos brutais. Salientemos também os disparos às pernas de pessoas acusadas de "terroristas", no momento da detenção. Costelas quebradas, lacerações e chicotadas nas costas também ficavam sem qualquer sanção por parte dos responsáveis de tais práticas contra civis iraquianos.

Aparecem 15.000 civis mort@s d@s quais não existia constância oficial
A documentação filtrada recolhe mais de 15 mil civis que morreram em "incidentes" antes desconhecidos. Os documentos deixam claro que a maioria dos civis foi morta por outros iraquianos. Nesse sentido, dois dos piores dias da guerra foram 31 de agosto de 2005, quando uma explosão em uma ponte de Bagdá matou mais de 950 pessoas, e 14 de agosto de 2007, quando caminhões-bomba deixaram mais de 500 mortos numa área rural próxima à fronteira com a Síria.

A violência sectária surgida após a invasão imperialista do país, levou os índices de mortes a seu ponto mais alto em dezembro de 2006, o pior mês da guerra. De acordo com os arquivos secretos, 3.800 civis foram mortos, além de 1.300 policias, insurgentes e soldados da coalizão.

O Irã apoia milícias iraquianas
Em 22 de dezembro de 2006, autoridades militares norte-americanas em Bagdá emitiram um alerta secreto: o comandante da milícia xiita que tinha organizado o sequestro do funcionários do Ministério de Educação Superior iraquiano, preparava o sequestro de soldados ocupantes.

Relatórios de inteligência confirmavam que o iraquiano Azhar al-Dulaimi tinha sido treinado por mestres das artes negras das operações paramilitares no Oriente Médio: a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e o Hezbollah, seu aliado libanês.

Cinco meses depois, Dulaimi foi morto em um bombardeio americano a Bagdá - não antes, no entanto, de quatro soldados americanos serem sequestrados de um quartel-general iraquiano em Kerbala e executados em uma operação militar com "as impressões digitais de Dulaimi".

Ianques assassinam civis iraquianos em postos de controle
Um dos dossiês publicados pela WikiLeaks narra casos de civis iraquianos mortos por soldados norte-americanos em postos de controle, estradas e em batidas a residências.

O motivo aduzido dos assassinatos é que as vítimas, muitas vezes mulheres e crianças, tinham desrespeitado as sinalizações e advertências dadas pelos oficiais. Os documentos minimizam as mortes, classificando-as como "escaladas de incidentes de força", descrevendo como os soldados seguiram fielmente as regras de conduta preestabelecidas: primeiro, sinalizar; depois, dar tiros de advertência; e, como último recurso, abrir fogo para desativar qualquer ameaça iminente.

A norma imperialista de evitar o reconhecimento de vítimas civis e crianças verifica-se no caso da invasão ianque do Iraque.

Insurgentes rendidos assassinados
Um helicóptero Apache dos EUA atacou e matou, em 2007, dois insurgentes que estavam no solo mesmo depois de os tripulantes terem recebido a informação de que ambos já tinham se rendido. A ordem de atacar partiu de um militar especialista em leis, que teria dito a eles que combatentes em solo não podem se render a uma aeronave.
Fonte: http://www.diarioliberdade.org/

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Truculência do reitor da Unicamp, Fernando Costa - por Latuff


Fonte: http://twitpic.com/photos/CarlosLatuff

Charge do dia!


Fonte: http://chargesbruno.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ramonet: "protestos exprimem legitimidade social"

Ramonet: "protestos exprimem legitimidade social"
Sarkozy rompeu unilateralmente o contrato moral que tinha feito com os franceses, acusa Ignacio Ramonet, presidente da associação Memória das lutas. Para ele, "seria necessária uma jornada europeia de ação"
Por Laurent Etre, L`Humanité

Face à surdez e à arrogância do governo francês, Ignacio Ramonet, presidente da associação Memória das lutas, apela para a legitimidade social e para a legitimidade da democracia participativa.

Na sua opinião, o que representa a amplitude da mobilização pela defesa das aposentações?
Ignacio Ramonet – Pouco a pouco, todos vão ganhando consciência de que o projeto governamental vai atingi-los e que, num sentido, isto vai pagar-se em anos de vida. Para além disso, há um mal-estar social mais global, que não se pôde exprimir desde que se desencadeou a crise, financeira e depois econômica, em 2008. Observamos igualmente a rejeição de um certo modo de governo, feito de arrogância, de soberba, de auto-suficiência. Do que se pode chamar de “espírito de Fouquet”, que foi ilustrado recentemente pelo caso Woerth. O poder obstina-se a negar o envolvimento de um ministro num caso que o liga a milionários, a classes extremamente favorecidas. A população começa a ficar farta. E tenho a impressão que, à medida em que se sucedem as jornadas de protesto, cada cidadão toma consciência de que pode associar-se ao movimento. Assim, este vai ganhando amplitude. Progressivamente, o movimento traduz o mal-estar de cada um.

Ontem, Nicolas Sarkozy estimou que o dossiê reformas estava fechado. Que fazer diante de uma tal surdez?
Ramonet - No plano da legalidade parlamentar, o espaço de tempo é relativamente curto porque se estima que de hoje até quinta o Senado acabará por votar esta lei, que voltará então à Assembleia. E daqui a uma dezena de dias, do ponto de vista desta legalidade parlamentar, o caso estará fechado. Mas em democracia, há também outras legitimidades. Vemos assim exprimir-se, neste momento, a legitimidade social, aliás reconhecida pela Constituição através do direito de greve e do direito de manifestação. Mesmo que o poder se mantenha surdo, esta legitimidade é maioritária no país, como mostram todas as sondagens. Seria imprudente por parte do governo teimar em não levar em conta senão uma única legitimidade e não reconhecer as outras, perfeitamente legais em democracia. Além disso, ninguém ignora que o presidente da República afirmou, no seu programa presidencial, que não tocaria na reforma aos 60 anos. Ele rompeu unilateralmente o contrato moral que tinha feito com os franceses. Por isso, temos o direito de invocar ainda uma outra legitimidade, a da democracia participativa: já que o presidente muda o seu programa, deve submetê-lo aos eleitores. É por isso que há quem peça, a meu ver com razão, a realização de um referendo.

Outros movimentos desenvolvem-se na Europa, atualmente, num grande número de países, contra os planos de austeridade. A sequência do braço-de-ferro em França vai ocorrer do lado das mobilizações à escala europeia?
Ramonet - Há manifestações muito importantes num grande número de países, na Espanha, em Portugal, na Itália, na Romênia... Na Grécia, houve seis greves gerais. Logo, realmente, seria necessária uma jornada europeia de ação. Acrescento a isso que alguns dos países onde os protestos estão sendo mais fortes são governados pela social-democracia. Por isso, muitos cidadãos se perguntam se a social-democracia, quando está no poder, acaba por aceitar ela própria as diretivas do Fundo Monetário Internacional, ele mesmo dirigido por um social-democrata. Há, consequentemente, uma hipoteca, que os sociais-democratas devem levantar. Em relação a isto, só podemos alegrar-nos de que, na França, o PS anuncie que, se voltar ao poder, restabelecerá a idade legal de 60 anos. Mesmo que não descarte a possibilidade de fazer uma reforma do sistema de reformas.

Em que sentido podemos dizer que a questão das reformas é um assunto de civilização?
Ramonet - Construímos sociedades mais avançadas, mais civilizadas, na medida em que criamos sistemas de reforma que permitissem eliminar um dos grandes terrores do Ocidente, a angústia dos velhos. Hoje, é isso que está sob ameaça. Todos sabem que a questão das reformas implica o conjunto das famílias, consequentemente a sociedade, portanto a civilização. É preciso sublinhar que, em certos países, uma das medidas que a esquerda implanta, quando chega ao poder, é precisamente a redução da idade de ida para a reforma. A Bolívia de Evo Morales reduziu-a de 65 para 58 anos! Isso corresponde a uma aspiração profunda das populações.

Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net.
Fonte: http://www.revistaforum.com.br/

Revoluções: Debate reúne Michael Löwy e Silvio Tender

Revoluções: Debate reúne Michael Löwy e Silvio Tender

Atividade reunirá sociólogo e cineasta que participarão do lançamento do livro "Revoluções" e do documentário "Utopia e Barbárie" e debaterão significado de seus obras. Evento será realizado no dia 26 de outubro, a partir das 18h30min, no Teatro Tuca, em São Paulo. "Revoluções" reúne os principais registros fotográficos dos processos revolucionários do final do século XIX até a segunda metade do século XX. "Utopia e barbárie" fala da geração que viveu as revoluções de esquerda e da contracultura, as guerras de independência na África e na Ásia, a guerra do Vietnã, as ditaduras latino-americanas, a queda do muro de Berlim, a globalização e o neoliberalismo.

Redação
O sociólogo Michael Löwy e o cineasta Silvio Tender estarão reunidos no próximo dia 26 de outubro, no Teatro Tuca, em São Paulo, numa atividade que conjugará lançamento de livro, exibição de documentário e debate. O lançamento do livro “Revoluções” (Boitempo), de Michael Löwy, e a exibição do filme “Utopia e Barbárie”, de Silvio Tender, ocorrerá às 18h30min. Já o debate está marcado para iniciar às 20h30min, no Teatro Tuca/PUC-SP (Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes, São Paulo).

Sobre o livro
Em um esforço inédito de compilação, Revoluções reúne os principais registros fotográficos dos processos revolucionários do final do século XIX até a segunda metade do século XX. O livro convida o leitor a percorrer a diversificada experiência das lutas populares por meio de imagens raras, como as fotografias da Comuna de Paris, e clássicas, como as de Lenin e Trotski na Rússia. Para Michael Löwy, organizador da obra, “as fotos de revoluções revelam ao olhar atento do observador uma qualidade mágica, ou profética, que as torna sempre atuais, sempre subversivas. Elas nos falam ao mesmo tempo do passado e de um futuro possível”.

Além da documentação iconográfica, os acontecimentos históricos são narrados por intelectuais como Gilbert Achcar, Rebecca Houzel, Enzo Traverso, Bernard Oudin, Pierre Rousset, Jeanette Habel e o próprio Löwy. São ensaios ágeis que, a partir de registros fotográficos, retratam a Comuna de Paris, as revoluções Mexicana (1910-1920), Russas (1905 e 1917), Alemã (1918-1919), Húngara (1919), Chinesas (1911 e 1949), Cubana (1953-1967) e a Guerra Civil Espanhola (1936).

A obra resgata, assim, a trajetória daqueles que viveram movimentos contra hegemônicos e de inspiração igualitária, aliando rostos de anônimos que protagonizaram as lutas de classe a registros de dirigentes eternizados pela história, como Vladimir Lenin, Felix Dzerjinski, Leon Trotski, Béla Kun, Emiliano Zapata, Pancho Villa, Che Guevara e Fidel Castro.

Sobre o documentário
Um dos documentaristas mais respeitados do país e dos que mais se dedicam à política, Sílvio Tendler lançou-se, há 19 anos, num ambicioso balanço dos sonhos e decepções de sua geração – aquela que nasceu logo depois da Segunda Guerra Mundial.

O resultado está em "Utopia e barbárie". O filme fala da geração que viveu as revoluções de esquerda e da contracultura, as guerras de independência na África e na Ásia, a guerra do Vietnã, as ditaduras latino-americanas, a queda do muro de Berlim e a disseminação da globalização e do neoliberalismo, funcionando como um “pensamento único”.

A atividade tem a promoção e o apoio das seguintes entidades: Boitempo Editorial, Teatro Tuca, Programa de Estudos Pós-Graduados em História da PUC-SP, Departamento de História da PUC-SP, Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP e Núcleo de Estudos de História, Trabalho, Ideologia e Poder da PUC-SP.
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/

Governo encerra a Rádio Proletária em Chiapas - Por Índio Andante

Governo encerra a Rádio Proletária em Chiapas - Por Índio Andante
Nem tudo é autogoverno das comunidades zapatistas, autogestão material e simbólica. Por Índio Andante
Dias 15, 16 e 17 de outubro

Comecei uma parte mais roots da viagem, estou ainda na casa de um companheiro da Rádio Proletária de Chiapas. Está interessante aqui, porque estou podendo observar, um pouco mais além das utopias, como funcionam outras lutas sociais no México. E que nem tudo é autogoverno das comunidades zapatistas, autogestão material e simbólica. Porque se o dinheiro do Estado foi retirado dos trabalhadores, então é um direito socializar esse dinheiro, reivindicar esse dinheiro para quem trabalha de fato. Algo muito mais próximo daquilo que faz o MST. Se a gestão dos recursos públicos acaba encaminhando o movimento para uma burocratização, isso já é um outro debate, que talvez aqui não esteja em questão.

De fato, desde sexta estou em um morro de Tuxtla, uma área de ocupação urbana chamada “12 de novembro”, onde está a Rádio Proletária e onde a OPEZ (Organização Proletária Emiliano Zapata), um braço do movimento agrário que existe em todo o México, possui dois ou três espaços da organização, em meio às moradias. O bairro aqui é uma ocupação. Precário, falta água e tudo o mais, mas já tem algum asfalto, uns cibercafés, videocassetes, uns carros loucos… Lembra muito as periferias do Brasil… viu?

Bom, o fato é que a polícia fechou a Rádio Proletária na terça-feira, dia 13 de outubro, alegando que estavam dando voz às manifestações da OPEZ em frente ao palácio do governo de Chiapas, onde reivindicavam a libertação dos presos políticos que foram detidos em 16 de julho e 22 de agosto, ambos dirigentes da OPEZ.

A OPEZ faz parte do Movimento de Libertação Nacional (MLN), que se formou a partir de uma fusão de sindicatos, camponeses, indígenas, jovens e estudantes no ano de 2007. Estive conversando com um grupo de pessoas do movimento - igualzinha (mas diferente) àqueles com que esbarramos por aí no MST, no MTST… Tem o beberrão expansivo, o malandro mulherengo “come quieto” [“que se faz de santo”], as mulheres sempre de luta, o sério militante que só fica fitando o pessoal de longe, etc… O problema é entender o espanhol matuto [sertanejo] que eles falam. Mas estou conseguindo me comunicar, sim.

De noite os caras da rádio exibem um filme na praça pública da comunidade. Ontem exibiram documentários sobre San Salvador Atenco (cidade próxima do DF México, onde um movimento camponês pró-zapatista resistiu contra a construção de um novo aeroporto e foi brutalmente reprimido por cerca de 3000 policiais, agentes P2, paramilitares do PRI, etc., com cobertura escrota [reles, grosseira] da TV AZTECA e da TELEVISA - respectivamente propriedades do segundo e do primeiro mais ricos do México).

Também passaram um filme sobre o movimento zapatista, da época do levante, coisa de revirar o estômago.

A gente jovem do OPEZ sonha com os EUA, os mais velhos já estão aqui de novo, porque ou já trabalharam como coyotes (facilitadores da migração para os EUA) na fronteira do Rio Negro ou porque já foram deportados pelos putos [pela bófia] da LA Migra estadunidense. Essa é a dura realidade mexicana, tão longe de Deus e tão perto dos EUA. Os camponeses da OPEZ habitam um ejido [propriedade agrária de uso comunal] autogestionado em Herradura, a duas horas de carro de Tuxtla, cujas casas foram construídas pelos próprios membros do movimento (OPEZ) e bancadas [pagas] com dinheiro do Estado…

Adeus. Hasta luego cabrones y chicas!

Encerramento da Rádio Proletária em Chiapas é inconstitucional
Comunicado oficial da Rádio Proletária de Chiapas

Enquanto em outros países é legal e legítima a utilização de rádios comunitárias por crianças, jovens, adultos e idosos, em nosso país se reprime e se prende todos aqueles que utilizam o espectro rádio-elétrico, sabendo que este é um bem comum e um direito de todos. O ar de quem trabalha.

Cada dia que passa fica mais evidente a forma ilegal como atuou o governo de Juan Sabines no estado de Chiapas, ao desmantelar a rádio comunitária da cidade de Tuxtla Gutierrez. A Procuradoria de Justiça do estado realizou uma ação que não lhe compete e que representa um delito muito grave, já que implica um abuso de poder, ou seja, a Procuradoria do estado exerceu uma ação que só compete ao poder federal.

O mau governo do estado comete um grave delito ao atuar dessa forma e inculpar a Rádio Proletária de roubo de fluido rádio-elétrico, acusação totalmente carente de fundamentos legais.

Desta forma vemos como mais uma vez no estado de Chiapas o governo manipula o sistema judiciário, querendo aplicar uma sanção penal à rádio comunitária. Ora, isto é aberrante se considerarmos que no México esse é o mesmo estado que tem se negado a legislar a favor das rádios comunitárias, querendo impor a elas os mesmos critérios das rádios comerciais, que por sua vez se beneficiam economicamente com a utilização e exploração do espectro rádio-elétrico, concentrado nas mãos de um pequeno grupo de beneficiários como Televisa e Tv Azteca (em nível nacional) e Rádio Núcleo (em Chiapas).

Diante de todas estas violações da lei por parte do mau governo do estado, as mídias livres e a sociedade civil se perguntam o que dirá o Poder Judicial da Federação e seu tão mencionado Estado de direito, ao ver como em Chiapas se inventam delitos para criminalizar e reprimir o protesto social.

Nas palavras dos companheiros advogados que conduzem a defesa da Rádio Proletária, os delitos cometidos pelo estado de Chiapas são extremamente graves no que diz respeito à violação das competências de âmbito federal, e também afirmam que em alguns casos anteriores a Suprema Corte de Justiça do país sancionou de maneira contundente tais delitos.

Protestar é um direito, reprimir um delito!
Somos rebeldia, somos povo organizado!
Rádio Proletária de Chiapas
Fonte: http://passapalavra.info/