WWF alerta para crescimento de emissões até 2020
Estudo será distribuído durante as negociações climáticas que estão sendo realizadas na China e avisa que os limites recomendados para a liberação de gases do efeito estufa nos próximos dez anos serão ultrapassados em mais de 30%.
A ONG WWF irá começar a distribuir a partir desta quarta-feira (6) para os delegados presentes na rodada de negociações climáticas na cidade chinesa de Tianjin o estudo “Plugging the Gap” que detalha o crescimento das emissões nos próximos anos.
Segundo o IPCC o volume de emissões não pode ultrapassar as 40 gigatoneladas de CO2 equivalente em 2020 para que o planeta consiga evitar um aquecimento global de mais de 2ºC e por conseqüência os piores efeitos das mudanças climáticas
Porém, o WWF afirma que. se os países apenas se contentarem com as propostas feitas em Copenhague e não adotarem medidas mais ambiciosas, as emissões em 2020 serão da ordem de 47,9 a 53,6 gigatoneladas de CO2 equivalentes.
“É simples perceber que as políticas não estão acompanhando a realidade. Se deixarmos que as emissões cheguem a 50 gigatoneladas estaremos ultrapassando em muito as recomendações feitas pelos cientistas”, explicou Keith Allott, chefe de Mudanças Climáticas do WWF.
O estudo garante que ainda é possível ficar dentro do limite de emissões proposto para 2020, mas apenas se os países industrializados agirem rapidamente, chegando a um consenso sobre os cortes necessários e ajudando as nações mais pobres a também fazê-los.
“Precisamos reduzir em ritmo acelerado as nossas emissões, mas ainda temos tempo de fazer isso até 2020. Muitos países já estão se encaminhando para uma economia de baixo carbono, os delegados devem perceber que essa é a tendência a ser seguida”, resumiu Allott.
Enquanto isso em Tianjin...
O ritmo das conversas na China está tão lento que até o principal negociador norte-americano, país considerado o maior obstáculo nos diálogos, afirmou estar frustrado.
“Temos menos consenso do que poderíamos esperar a esse momento. Vamos ter que trabalhar muito para que até o fim da semana seja possível sair daqui com algo significante”, disse Jonathon Pershing.
O grande conflito segue sendo entre os países ricos, liderados pelos EUA, e os em desenvolvimento, representado pelo grupo dos BASIC - Brasil, África do Sul, Rússia, Índia e China.
Os chineses estão colocando pressão para que as nações ricas estabeleçam o quanto antes metas concretas e mais ambiciosas. Já os EUA demandam que os emergentes se comprometam em também adotar metas e a se submeterem a um regime de monitoramento de emissões.
“Não há dúvidas de que o BASIC pode adotar novas regras para monitorar suas emissões de forma transparente. Eles são responsáveis por boa parte da liberação dos GEEs e devem estar dispostos a aceitar esse tipo de política”, ressaltou Pershing.
Porém a China é contrária a tal ferramenta porque acredita que ela fere a soberania do país.
Essa disputa está prejudicando todas as conversas dessa que é a última rodada de negociações antes da Conferência do Clima em Cancún no final de novembro. Temas importantes como proteção florestal, transferência de tecnologia e financiamento estão praticamente estagnados.
Diante de todo esse dilema, o estudo do WWF ganha ainda mais importância por ser mais uma campainha para que os países acordem para a realidade de que o tempo está passando muito rápido.
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