EUA x IRÃ: como a paz tornou-se possível
Mulheres
iranianas diante de imagem anti-EUA. Como gesto de boa vontade, cartazes como
este estão sendo retirados das ruas, pela prefeitura de Teerã
Para horror
dos que ganham com a guerra, Teerã tem liderança esclarecida e Washington já
não pode suportar mais um conflito
Os gestos
de aproximação entre Teerã e Washington multiplicam-se rápido. Uma nova era parece
começar. Agora, parece possível uma solução política, para pôr fim ao conflito
a respeito da energia nuclear que opõe, há mais de trinta anos, o Irã e os
Estados Unidos. De repente, gestos recíprocos de conciliação tomaram o lugar
das ameaças e ofensas proferidas durante décadas. A ponto de a opinião pública
se perguntar como passamos tão depressa de uma situação de enfrentamento
constante à perspectiva, agora plausível, de um acordo.
Há apenas
dois meses, no início de setembro passado, estávamos – uma vez mais – à beira
da guerra no Oriente Médio. Os meios de comunicação de alcance global
anunciavam em seus títulos o “ataque iminente” dos Estados Unidos contra a
Síria, grande aliado do Irã, acusada de ter cometido, em 21 de agosto, um
“massacre químico” na periferia de Damasco.
A França,
por razões ainda enigmáticas, estava na linha de frente. Pronta a participar
desse ataque, sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, sem solicitar a
concordância de seu Parlamento e sem esperar o relatório dos especialistas das
Nações Unidas… David Cameron, primeiro-ministro britânico, estava igualmente
empenhado nesta nova “coalizão internacional” decidida a “punir” Damasco como
ela havia “punido” (com o apoio da OTAN), em 2011, a Líbia do coronel Kadhafi…
Diversos Estados vizinhos – Arábia Saudita (grande rival regional do Irã),
Catar, Turquia –, já muito engajados na guerra civil síria ao lado dos
insurgentes, apoiavam o projeto dos “ataques aéreos”.
Tudo
apontava para um novo conflito. No centro de uma “zona de todos os perigos”,
ele arriscava transformar-se rapidamente em conflagração regional. Pois a
Rússia (que dispõe de uma base naval geoestratégica em Tartus, na costa síria,
e é fornecedor maciço de armas a Damasco) e a China (em nome da soberania dos Estados)
tinham avisado que oporiam seus vetos a qualquer pedido, no Conselho de
Segurança, em favor do ataque. De sua parte, Teerã denunciava o uso de armas
químicas e temia a intervenção militar, receando que ela permitisse a Israel
aproveitar para atacar o Irã e destruir suas bases nucleares… Era portanto o
barril de pólvora do Oriente Médio (incluindo o Líbano, o Iraque, a Jordânia e
a Turquia) que ameaçava explodir.
Mas de
repente, sem transição, esse projeto de “ataque iminente” foi abandonado – para
grande estupor de todos os partidários da guerra… Por quê? Por, pelo menos,
quatro razões.
Em primeiro
lugar, a recusa das opiniões públicas ocidentais, majoritariamente hostis a um
novo conflito, cujos principais beneficiários locais seria certamente os grupos
jihadistas ligados à Al Qaeda. Grupos estes, aliás, que os ocidentais combatem
na Líbia, no Mali, na Somália, no Iraque, no Iêmen, entre outros países… Houve
em seguida, no dia 29 de agosto, a humilhante derrota de David Cameron no Parlamento
britânico, que tirou o Reino Unido do jogo. Depois, em 31 de agosto, veio a
reviravolta de Barack Obama, que decidiu, para ganhar tempo, solicitar um sinal
verde do Congresso estadunidense, do qual ele não tinha qualquer necessidade…
Enfim, em 5 de setembro, durante a cúpula do G-20 em São Petersburgo, Vladimir
Putin propôs formalmente colocar a operação sob controle da ONU e destruir o
arsenal químico sírio.
Essa
solução (uma indiscutível vitória diplomática de Moscou) servia bem tanto a
Washington quanto a Paris, Damasco e Teerã. Paradoxalmente, ela significava, em
contrapartida, uma derrota para… vários aliados dos Estados Unidos (inimigos do
Irã), a saber: Arábia Saudita, Catar e Israel.
Evidentemente,
uma saída como essa – inimaginável apenas dois meses atrás – deveria
transformar a atmosfera diplomática geral e acelerar a aproximação entre
Washington e Teerã.
Na
realidade, tudo havia começado em 14 de junho, com a eleição de Hassan Rohani à
presidência do Irã, sucedendo o controverso Mahmoud Ahmadinejad. Desde sua
posse, em 4 de agosto, o novo presidente declarou que um momento distinto
começava, e que ele procuraria, pelo “diálogo”, tirar seu país do isolamento
diplomático e da confrontação com o Ocidente sobre a questão nuclear. Seu
principal objetivo: afrouxar as sanções internacionais que estrangulam a
economia.
Essas
sanções estão entre as mais duras já impostas a um país em tempos de paz. A
partir de 2006, o Conselho de Segurança, agindo amparado no capítulo VII da
Carta das Nações Unidas 1, adotou quatro resoluções muito
rígidas – 1.737 (2006), 1.747 (2007), 1.803 (2008) e 1.929 (2010) – em resposta
aos riscos de proliferação que o programa nuclear iraniano supostamente
implicaria.
Essas
restrições foram reforçadas em 2012 por um embargo petroleiro e financeiro dos
Estados Unidos e da União Europeia, que isolaram do mercado mundial o Irã, que
está sentado sobre a quarta maior reserva mundial de petróleo e a segunda de
gás 2.
Tudo isso
degradou brutalmente as condições de vida. Aproximadamente 3,5 milhões de
iranianos estão, desde então, desempregados (ou seja, 11,2% da população ativa
), uma cifra que poderia aumentar até 8,5 milhões segundo o ministro da
Economia. O salário mínimo mensal é de apenas 6 milhões de rials (200 dólares),
enquanto os preços ao consumidor mais que dobraram. E os produtos de base
(arroz, azeite, frango) permanecem caros demais. Os medicamentos importados são
inencontráveis. A taxa anual de inflação é de 39%. A moeda nacional perdeu 75%
de seu valor em 18 meses.
Nesse
contexto de mal-estar social agudo, o presidente Rohani multiplicou rapidamente
os sinais de mudança. Libertou uma dezena de prisioneiros políticos, entre os
quais Nasrin Sotoudeh, militante dos direitos humanos. Em 25 de agosto, houve,
pela primeira vez em décadas, a visita a Teerã de um diplomata norte-americano
– Jeffrey Feltman, secretário geral adjunto da ONU, enviado para examinar, com
o novo chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, a situação na Síria.
Ninguém tem dúvida de que eles trataram também das relações Irã-Estados Unidos…
Na sequência, produziu-se o insólito: Hassan Rohani e Barack Obama trocaram
cartas nas quais se diziam prontos a conduzir as “discussões diretas” para
tentar encontrar uma “solução diplomática” para a questão nuclear iraniana.
A partir
daí, Hassan Rohani pôs-se a dizer frases que, há anos, os ocidentais queriam
ouvir. Durante uma entrevista à CNN, diante de uma questão sobre o Holocausto,
o presidente iraniano declarou: “Todo crime contra a humanidade, incluindo os
cometidos pelos nazistas contra os judeus, é repreensível e condenável.” Ou
seja, o contrário exato do que Mahmoud Ahmadinejad tinha martelado durante oito
anos. Para a NBC, Rohani afirmou: “Nunca tentamos produzir uma bomba nuclear e
não temos a intenção de fazê-lo”. Por fim, em artigo publicado no Washington
Post, o presidente iraniano propunha procurar, pela negociação, soluções de
tipo “ganha-ganha”.
Em
resposta, Barack Obama, ao discursar na ONU, em 24 de setembro, citou 25 vezes
o Irã, pronunciando igualmente as palavras que Teerã queria ouvir. Que os
Estados Unidos “não querem mudar o regime” iraniano, e que Washington respeita
“o direito do Irã de aceder à energia nuclear para fins pacíficos”. Sobretudo,
pela primeira vez, ele não ameaçou o Irã e não repetiu a frase fatídica: “Todas
as opções estão sobre a mesa”.
No dia
seguinte, um secretário de Estado norte-americano (John Kerry) e um ministro
das Relações Internacionais iraniano (Mohammad Javad Zarif) reuniram-se pela
primeira vez, desde a ruptura de relações diplomáticas entre os dois países em
7 de abril de 1980 (em seguida à prisão de reféns na embaixada dos Estados
Unidos, em 4/11/1979), para tratar da questão nuclear iraniana. E
reencontraram-se em Genebra a partir de 15 de outubro, para a reunião do Grupo
dos Seis (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, mais a Alemanha),
com a incumbência de debater, no ambiente da ONU, a questão iraniana.
Por fim, um
encontro “muito produtivo” entre o Irã e a Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA) ocorreu em Viena, em 30 de outubro. Estabeleceu, segundo
afirmaram as duas partes em rara declaração comum, “avanços na questão do
programa nuclear iraniano, permitindo vislumbrar as próximas negociações com um
certo otimismo”. Acrescentaram, além disso, que “na sequência de discussões
substanciais, foi decidido que uma nova reunião aconteceria em 11 de novembro,
em Teerã3”. [Nota da Redação: o resultado
positivo desse novo encontro está relatado
aqui]. Essa atmosfera de frases distensionadoras e pequenos passos no
caminho da reconciliação 4 converteu-se em cena espetacular no
célebre contato telefônico de 27 de setembro, entre Barack Obama e Hassan
Rohani.
No entanto,
resta o nó do problema. Washington formula três exigências: 1) que Teerã pare
de enriquecer urânio a mais de 20%, um percentual considerado relativamente
próximo do nível militar; 2) que os iranianos permitam inspeções mais
avançadas; 3) que o Irã conserve, sob seu controle, quantidades muito limitadas
de urânio enriquecido. Por seu lado, Teerã reclama que lhe reconheçam seu
direito a um programa atômico civil e quer obter um alívio das sanções
internacionais que estrangulam sua economia.
De parte a
parte, a desconfiança é grande. Quando, em 2006, o Conselho de Segurança da ONU
infligiu a Teerã as primeira sanções por causa de seu programa nuclear, o Irã
contava com apenas 200 centrífugas para enriquecer seu urânio. Esse número,
desde então, multiplicou-se por cem: o país disporia atualmente de cerca de 20
mil centrífugas… Destas, metade teria sido instalada ao longo dos dois últimos
anos. Entre os últimos aparelhos, mil seriam de nova geração, com capacidade de
produção muito mais forte. Eles permitiriam ao Irã, se assim desejasse, elevar
seu urânio enriquecido ao nível militar em prazos muito curtos.
O Irã
estaria em condições, desde já, de obter urânio suficientemente enriquecido
para fabricar uma bomba em alguns meses… Ignora-se, contudo, se dispõe de uma
ogiva nuclear que possa ser eficazmente adaptada a seus mísseis. Quanto a isso,
um relatório de 2011 da AIEA5 [5afirmou que a Agência dispunha de
provas de que o Irã teria efetuado, ao longo dos anos precedentes, “pesquisas
importantes com vistas a desenvolver uma ogiva nuclear”. Segundo esse mesmo
relatório, Teerã teria igualmente avançado no sentido de produzir um reator
nuclear de água pesada capaz de produzir plutônio para fabricar uma ogiva
nuclear. De maneira que os iranianos disporiam de dois caminhos possíveis para
construir um artefato atômico bélio: a do urânio e a do plutônio. Aos olhos das
potências ocidentais, esses dois caminhos são linhas vermelhas que Teerã não
deve ultrapassar.
O Irã
sempre negou que seu programa nuclear tinha metas militares. Seu objetivo
declarado é civil. Dominar o ciclo da energia atômica, para poder garantir sua
autonomia energética depois do esgotamento das reservas de hidrocarbonetos.
Contudo, é
inegável que Teerã deseja ter seu lugar na cena internacional. Um lugar que
corresponda à sua posição de antigo Império Persa, à sua dimensão demográfica
(80 milhões de habitantes) e à sua situação geopolítica (na encruzilhada entre
o Afeganistão e o Paquistão, o Cáucaso, o Oriente Médio e a Turquia). Os
dirigentes iranianos constatam, com melancolia, que seu país é posto para
escanteio, enquanto outros Estados do Sul (Turquia, Índia, Brasil…) emergem e
desempenham um papel cada vez mais importante no novo contexto internacional.
Eles medem pelo desarranjo de sua economia o que lhes custou três décadas de
hostilidade norte-americana.
Ao
contrário do governo ultraconservador israelense, que tenta torpedear essa
aproximação 6, outros aliados dos Estados Unidos
não querem ser os últimos a subir no bonde da paz. Nem, sobretudo, perder suculentos
contratos comerciais com um país de 80 milhões de consumidores… Por isso, o
Reino Unido imediatamente anunciou que pretendia reabrir sua embaixada em Teerã
e relançar suas relações diplomáticas. E, a partir de 24 de setembro, o
presidente francês François Hollande apressou-se em ser o primeiro dirigente
ocidental a se encontrar e publicamente apertar a mão de Hassan Rohani. É
preciso dizer que a França tem importantes interesses econômicos a defender no
Irã. Em particular, no setor automotivo, com duas empresas (Renault e Peugeot)
presentes no país há décadas (mas que tiveram que parar a produção por conta
das sanções). Faz alguns meses que tanto a Renault quanto a Peugeot assistem,
com preocupação, à chegada com força dos construtores americanos, notadamente a
General Motors.
Tudo indica
que o degelo atual vai se intensificar. O Irã e os Estados Unidos,
objetivamente, têm interesse nisso. O argumento da diferença abissal entre os
sistemas políticos estadunidense e iraniano não se sustenta. Os “compromissos
históricos” abundam. Que identidade política haveria, por exemplo, entre a
China de Mao Tsé-Tung e os Estados Unidos capitalistas de Richard Nixon? A
ausência não impediu esses dois países de normalizar suas relações desde 1972 e
de empreender a espetacular aproximação econômica e comercial que se seguiu.
Seria possível, igualmente, citar a aproximação insólita, a partir de novembro
de 1933, entre os Estados Unidos de Roosevelt e União Soviética de Stalin. Dois
sistemas que se opunham em tudo, mas que puderam, juntos, vencer a Alemanha
hitlerista e ganhar a II Guerra Mundial.
No plano
geoestratégico, o presidente Barack Obama procura desembaraçar-se do Oriente
Médio para se voltar para a Ásia, “zona de futuro e de crescimento” do século
XXI, segundo Washington. Sólida desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a
implantação norte-americana na região justificava-se pela existência das
principais fontes de hidrocarbonetos, indispensáveis para a máquina de produção
norte-americana. Mas isso mudou com a descoberta, nos Estados Unidos, de
importantes reservas de gás e de petróleo de xisto, que poderiam aportar-lhes,
num prazo breve, uma quase autonomia energética.
Por outro
lado, o estado das finanças americanas, depois da crise de 2008, não permite
aos Estados Unidos assumir o custo considerável de seu envolvimento múltiplo
nas guerras e conflitos do Oriente Médio. Negociar com o Irã, para que abandone
seu projeto nuclear militar, é muito menos caro que uma guerra ruinosa. Além
disso, a opinião pública dos EUA mantém-se hostil a um confronto contra o
Estado persa. E aliados como a Alemanha e o Reino Unido, tendo em vista o que
ocorreu no caso da Síria, certamente não participariam da aventura. Ao
contrário, se um acordo for possível, O Irã poderia ajudar a estabilizar o
conjunto da região, em especial o Afeganistão, Iraque, Síria e Líbano, o que
aliviaria Washington.
Já Teerã
tem necessidade absoluta de um acordo, para dissipar o peso das sanções e
reduzir as agruras da vida quotidiana da população. Os dirigentes sabem que não
estão livre de um grande levante social. Sobre a questão nuclear, o Irã parece
ter compreendido que possuir uma bomba que não poderia utilizar, e se reduzir à
situação da Coreia do Norte, não é uma opção. Poderia contentar-se, como o
Japão, em dominar a técnica, mas manter-se à margem do nuclear militar – que
permaneceria a seu alcance7… No momento, tudo o empurra a
apostar, para sua defesa, em seus ativos militares tradicionais, que não são
desprezíveis. Além disso, o status de potência regional, a que Teerã aspira
desde sempre, passa por um acordo (ou mesmo uma aliança com os Estados Unidos,
assim como Israel ou a Turquia. Enfim, dado relevante, o tempo corre contra os
iranianos: o sucessor de Barack Obama pode ser mais intransigente.
Obstáculos
não faltarão, num e noutro campo. O governo Obama, por exemplo, precisa obter o
aval do Congresso, onde os amigos de Israel são, sabidamente, numerosos. E será
preciso prever o lobby hostil da Arábia Saudita e de outras petro-monarquias do
Golfo Pérsico.
Mas o
governo Obama deseja, fortemente, obter um grande acordo diplomático com o Irã,
semelhante ao que Nixon estabeleceu com a China, em 1972.
Em Teerã,
os adversários de um acordo também são poderosos. Mas tudo indica que um novo
ciclo foi aberto. A exemplo do que ocorreu na China, após a morte de Mao em
1976, e na União Soviética, à época de Mikhail Gorbachev, há nas profundezas do
país um impulso reformador que pode produzir efeitos mesmo no núcleo ideológico
da revolução islâmica – desde que preserve a estrutura de poder dos ayatolás.
A lógica da
História empurra, portanto, Washington e Teerã – que compartilham uma fé comum
no neoliberalismo econômico – rumo ao que poderíamos chamar de um “acordo
heroico”
-
1. Este capítulo trata da “ação em caso de ameças à paz, rupturas da paz ou atos de agressão”.
1. Este capítulo trata da “ação em caso de ameças à paz, rupturas da paz ou atos de agressão”.
2. As
exportações iranianas de petróleo caíram de 2,5 milhões de barris diários, em
2011, para menos de um milhão (segundo os dados mais recentes da Agência
Internacional de Energia).
3. Les
Echos, Paris, 30/11/2013.
4. Pode-se
acrescentar à lista a recente decisão do município de Teerã, que retirou das
ruas da capital os cartazes anti-norteamericanos..
5. Le
Monde, 9/11/2011.
6. Não se
sabe muito bem por quê, já que um acordo entre Washington e Teerã iliminaria o
risco, para Israel, de um Irã nuclear; preservaria a supremacia atômica
israelense no Oriente Médio (como o recente acordo sobre a Síria preserva a
supremacia em armas químicas); e evitaria, para Telaviv, o risco de uma guerra
cara e perigosa.
7. As
questões técnicas envolvidas nas negociações dizem respeito principalmente ao
programa iraniano de enriquecimento de urânio. Washington pede poderes mais
amplos para inspecionar as instalações iranianas. Também não quer que o Irã
enriqueça o combustível a 20% (um índice próximo do militar) e reivindica que
Teerã envie a um país neutro, ou a uma organização internacional, o urânio já
enriquecido, para garantir que ele não será destinado a uso militar. O objetivo
é que o Irã não possua, em hipótese nenhuma, um estoque suficiente para montar
uma bomba, caso seja de seu interesse.
Tradução: Maurício
Ayer
Fonte: http://outraspalavras.net/
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