segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Chamado internacional à luta contra a OMC em Genebra - ANA



Chamado internacional à luta contra a OMC em Genebra

No final deste ano, entre 30 de novembro e 2 de dezembro, em Genebra, acontecerá a sétima reunião da Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). Dez anos depois de Seattle, o berço do movimento anti-globalização, esta será a oportunidade para os poderosos reiniciarem as negociações sobre a Rodada de Doha, para recolher e remendar os pedaços do capitalismo já enfraquecido pelo abalo financeiro de outubro de 2008. O objetivo é sempre o mesmo, promover o livre comércio, incrementar a circulação de mercadorias sem restrições, com todas as suas conseqüências criminosas que conhecemos: a deslocalização, exclusão dos indivíduos e comunidades pouco rentáveis, transformadas em objetos descartáveis, o enriquecimento dos mais ricos, mais poluição, destruição em massa de matérias-primas não renováveis e da natureza.

Nesta ocasião, tudo o que mexe e se diz ativista por todo o mundo irá convergir para Genebra para realizar o tradicional percurso de lamentações. O protesto folclórico vai tentar reunir-se e produzir os seus tradicionais discursos. Após dez anos de altermundialização o panorama é desolador, e reduz-se a quatro palavras: a paralisia é total.

No entanto, nestes últimos dez anos, eclodiu um sem fim de motivos para a revolta, mas a desolação ativista é seguida por uma pobreza intelectual.

Olhemos os fatos de frente: o "alternativismo" não soube e não pode enfrentar a pobreza. Não existe alternativa dentro do capitalismo, só na sua destruição se encontra uma perspectiva. Os altermundialistas, porque pretendem "gerir as crises", mantendo os critérios de gestão dos causadores do desastre, não se opõem, falemos claro, à governança global.

Uma Organização Mundial do Comércio com "rosto humano" não lhes levantariam problemas. Eles agem como força de "domesticação" e "controle" no seio da sociedade atual. Os sindicatos tradicionais participam deste "apaziguamento social", os políticos são o aval democrático do sistema, a oposição “saudável”.

Os sindicatos, os partidos de esquerda e as ONGs constituem aquilo a que se chama "uma parceria social" com o Estado, seus interlocutores. As prestações sociais e outros subsídios que os ricos estão dispostos a conceder fazem parte das medidas de pacificação social, que têm destruído qualquer forma de contestação. Estamos bem "protegidos" de forma que a nossa vidinha seja bem anestesiada. A "esquerda" transformou-se em co-gestora da crise e, de fato, é uma espécie de contra-revolução permanente, contra qualquer possibilidade de emancipação!

Em contraste, um fantasma assombra a Europa: o autônomo. Uma coisa é clara: depois de Gênova, Rostock e Estrasburgo, o altermundialismo se esgotou e o movimento radical está em pleno crescimento. Não queremos intervir de forma episódica e espetacular para levar a cabo uma negociação. Em vez disso, somos parte da guerra contínua e generalizada que o Estado e o Capital estão impondo contra os pobres, os explorados e a natureza. Vivemos diariamente numa guerra, uma guerra difusa onde cada indivíduo é um ator e uma vítima. Aceitar a pacificação levada a cabo pelos co-gestores, pela esquerda, é aceitar a nossa impotência. Temos de fazer uma ruptura com a ordem estabelecida: nenhum diálogo, nenhuma reivindicação. Combater para não ser derrotado, não devemos fugir, mas enfrentar o velho mundo, de frente, para não mais sofrer.

Apelamos à participação massiva na grande manifestação de 28 de novembro, em Genebra. Tentemos deter a máquina da OMC. Um centro de convergência será organizado para nos servir de apoio de 27 de novembro até 2 de dezembro, assim como alojamento, centro médico, um centro de mídia independente e apoio jurídico.

Superando o imediatismo, esta convergência deve esboçar uma nova correlação de forças à escala internacional. No espírito de uma ampla organização de grupos radicais na Europa e noutros locais, e para superar a divisão entre teoria e prática, convidamos todos e todas a compartilhar a sua experiência, redes e contatos no decorrer do fórum para a autonomia, domingo, 29 de novembro.

P r o g r a m a ç ã o
> Sábado, 28 de novembro: Manifestação Internacional em Genebra, partida da Place Neuve.
> Domingo, 29 de novembro: Discussões, projeções e fórum.
> Segunda-feira, 30 de novembro - 2 de dezembro: Dias de ação direta e boicote. Temáticas: segunda-feira: Alimentar; terça-feira: Crise; quarta-feira: Mudanças Climáticas.

Action Autonome

Mais infos: http://www.autonome.ch/

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana

joão-de-barro
construção solene
ninho de amor

Civana

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