quarta-feira, 7 de outubro de 2009
A resistência continua e a ditadura se enfraquece! - CMI
A resistência continua e a ditadura se enfraquece! - CMI
A resistência contra o golpe militar em Honduras continua, apesar da ainda maior repressão dos últimos dias. (veja fotos: I II III). Trinta e oito camponeses que foram presos na sede do INA (Instituto Nacional Agrário de Honduras) na semana passada, iniciaram uma greve de fome para serem reconhecidos como presos políticos e como forma de resistir à ditadura de Micheletti. Atividades culturais e assembléias seguem como forma de resistência já que sair às ruas tem sido quase impossível depois do estado de sítio decretado no dia 26 de setembro. Entretanto, depois de 10 dias, na última segunda feira 5 de outubro, o governo golpista teve de ceder e suspendeu o estado de sítio, mas deixou como saldo duas emissoras de rádio com equipamentos roubados, dezenas ou centenas de presos políticos a mais, documentos sobre reforma agrária roubados, e mais gente assassinada - nada disso "volta ao normal" mesmo com o fim do estado de sítio.
Enquanto isso a resistência popular permanece firme, mesmo com perdas irreparáveis. A Frente Nacional contra o Golpe de Estado decidiu que irá manter três ações para os próximos dias: 1. Independente de Zelaya, a Frente levará adiante o processo para a Assembléia Constituinte, promovendo debates, eventos educativos e mobilização para construir a nova constituição; 2. Irá boicotar as empresas que estão apoiando o Golpe; 3. Continuará com as ações de limpeza das propagandas eleitorais espalhadas pelas cidades já que a resistência é contra ter as eleições com uma ditadura no país (mesma posição da comunidade internacional que já avisou que não irá reconhecer as eleições se forem feitas desta forma).
A classe política negocia uma saída para a questão do poder. Micheletti, além de suspender o estado de sítio, está aceitando negociar com a OEA, levando em conta a restituição de Zelaya, que faz parte do acordo proposto pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, o famoso 'Acordo de San Jose'. O presidente golpista retirou o prazo dado para o Brasil entregar Zelaya, que permanece abrigado na embaixada, e disse que vai punir quem tirou Zelaya do país, numa clara contradição do governo golpista, tentando manobrar para que saia impune dos crimes que cometeu. Micheletti e os apoiadores do golpe já estão bastante acuados e divididos diante da pressão popular e internacional. Entretanto, a Frente de Resistência contra o Golpe de Estado lançou um comunicado apontando condições importantes para ter uma diálogo sério e que realmente considere as reinvidicações do povo hondurenho.
No comunicado a Frente coloca que sua posição de que se continua a repressão que vem acontecendo desde 28 de Junho, violentando direitos constituicionais e direitos humanos fundamentais, não haverá um ambiente propício para que este diálogo seja válido. A Frente também exige a liberdade imediata para todos/as Presos/as Políticos detidos pela ditadura. E demandam que o diálogo deve ter como resultados: 1. A saída do poder da ditadura militar-civil; 2. A restituição do Presidente Manuel Zelaya ao seu cargo sem condições, de forma imediata e segura; 3. Definição de mecanismos para a convocatória da Assembléia Nacional Constituinte democrática, inclussiva e participativa.
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Fonte: http://www.midiaindependente.org/
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