sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pesquisa revela que qualidade de vida em São Paulo ainda está longe do ideal

Pesquisa revela que qualidade de vida em São Paulo ainda está longe do ideal
Dados divulgados pela Rede Nossa São Paulo, nesta quinta-feira (20/1), mostram que 73% do itens avaliados pelos paulistanos receberam notas abaixo da média

Airton Goes airton@isps.org.br

Os resultados da pesquisa divulgadas nesta quinta-feira (20/1) pela Rede Nossa São Paulo, que inclui Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município – IRBEM, apontam que houve uma pequena melhora na percepção dos paulistanos sobre os itens relacionados à qualidade de vida na cidade. O nível de satisfação geral dos pesquisados com a metrópole passou de 4,8 (nota obtida no levantamento de dezembro de 2009) para 5,0.

A nova nota de satisfação geral, entretanto, ainda está abaixo da média, que é de 5,5. Além disso, 73% dos itens avaliados pelos moradores da cidade também receberam notas abaixo de 5,5. Na pesquisa, os entrevistados puderam atribuir notas de 1 a 10 para cada item (daí a nota média ser 5,5). “Houve um movimento [comparado ao levantamento anterior], mas [a nota] ainda está muito longe do ideal e esperado”, constatou Márcia Cavallari, do Ibope, que fez a apresentação dos dados.

Antes de mostrar os resultados da pesquisa, ela lembrou que o levantamento foi realizado entre 29 de novembro e 12 de dezembro de 2010, antes de começarem as enchentes e os alagamentos na cidade. “Certamente, isso tem reflexo na avaliação das pessoas”, ponderou. Em dezembro de 2009, quando ocorreu a pesquisa anterior, as chuvas já haviam começado e causavam problemas à capital paulista, especialmente na zona leste.

A pesquisa ouviu 1.512 moradores da cidade, entre os dias 29/11 e 12/12 de 2010, e a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

O coordenador da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, destacou que a continuadade das pesquisas do IRBEM - que está em sua segunda edição - possibilitará o acompanhamento por parte dos cidadãos, para saber se qualidade de vida melhorou ou piorou na cidade. Segundo ele, o levantamento também é um instrumento importante para o poder público. "Isso [a pesquisa] é uma ‘mina de ouro’ para qualquer gestor que queira melhorar a qualidade de vida das pessoas.”

O lançamento da pesquisa começou com uma palestra do escritor e religioso Frei Betto. E entre os 280 participantes do evento, no Sesc Consolação, em São Paulo, estava o novo presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador José Police Neto (PSDB). Ele assumiu o posto no dia 1º de janeiro, prometendo abrir a Casa à participação da sociedade.

De acordo com a pesquisa, o Legislativo paulistano é a instituição menos confiável para os paulistanos: 36% dos pesquisados disseram confiar na Câmara Municipal. Embora ainda baixo, o índice registrou uma sensível melhora, pois na pesquisa de dezembro de 2009 a porcentagem dos que confiavam na instituição era de apenas 24%.

Veja abaixo alguns resultados da pesquisa:
Melhora da qualidade de vida
Para 44% dos entrevistados, a qualidade de vida “ficou estável” no último ano. Outros 34% responderam que “melhorou um pouco” e 13% disseram que “melhorou muito”. Apenas 6% afirmaram que “piorou um pouco” e para 3% “piorou muito”.
Na pesquisa anterior (dezembro de 2009), 45% haviam afirmado que “ficou estável” e 29% que “melhorou um pouco”. O índice dos que disseram que “melhorou muito” foi o mesmo (13%).

Saúde
Questionados sobre nível de satisfação com diversos itens relacionados à Saúde, os paulistanos atribuíram nota média 5,1 (numa escala de 1 a 10) para a área. A nota mais alta, de 7,0, foi para “campanhas de vacinação” e a mais baixa, de 3,4, para “tempo médio entre a marcação e a realização de consultas”.

Educação
A nota média dos paulistanos para os vários itens relacionados à Educação ficou em 5,0. O item “envolvimento das famílias na educação dos filhos” recebeu a nota mais alta, 5,3. Já a nota mais baixa, 4,8, foi atribuída para “acesso ao ensino superior de qualidade” e “respeito, valorização e reconhecimento aos profissionais de educação”.

Meio Ambiente
O nível de satisfação dos moradores da cidade com os itens relacionados ao meio ambiente obteve 4,9, de nota média. A pontuação mais alta, de 6,5, ficou com o item “sua consciência e responsabilidade ambiental”. As mais baixas foram dadas para “qualidade do ar”, que recebeu 4,0, e “despoluição e preservação de rios, lagos e represas”, que conseguiu apenas 3,9.

Mobilidade urbana
Nos itens que envolvem o transporte o trânsito na cidade, a nota média dos paulistanos foi de 4,2. O item “tamanho da rede de metrô” recebeu a nota mais alta: 6,2. Na outra ponta ficaram “tarifa do transporte público” e “respeito ao pedestre”, ambos com 3,6. “Qualidade das calçadas” (3,9), “quantidade de ciclovias na cidade” (3,7) e “segurança no trânsito” (3,7) também tiveram notas abaixo da média da área.

Satisfação geral
O nível de satisfação geral com a qualidade de vida em São Paulo recebeu avaliação 5,0. Nota ainda abaixo da média (que é 5,5), mas pouco superior à obtida na pesquisa anterior, que foi de 4,8.

Confianças nas instituições e órgãos públicos
De acordo com a pesquisa, as instituições em que a população deposita mais confiança são Corpo de Bombeiros, com 94%, e Correios, que obteve 92%.
As instituições com os menores índices de confiança entre os pesquisados são: Prefeitura de São Paulo (47%), Tribunal de Contas do Município (40%) e Câmara Municipal (36%).
Embora o número de paulistanos pesquisados que confiam nestas três instituições ainda seja menor do que os que não confiam, os indicadores apresentaram melhora em relação ao levantamento anterior.
Na pesquisa de dezembro de 2009, o percentual de paulistanos que confiavam na Prefeitura de São Paula era 38%, no Tribunal de Contas do Município 32% e na Câmara Municipal 24%.

Instituição que mais está contribuindo para melhorar a qualidade vida
Em resposta a este tema, o “Governo Federal” foi o mais citado pelos entrevistados, com 21%. Em segundo lugar ficou a “Igreja”, com 12%, e em terceiro a “Prefeitura de São Paulo”, com 10%. Os “Meios de comunicação” foram citados por 9% e o “Governo Estadual” por 6%.
Fonte: http://www.nossasaopaulo.org.br

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