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Dirigida aos bispos irlandeses, a carta critica uma iniciativa que pretendia "informar por obrigação" qualquer denúncia de abuso, política que gerou "sérias reservas" entre as autoridades vaticanas.
A carta, assinada pelo falecido arcebispo Luciano Sotero, que representava diplomaticamente na Irlanda o papa João Paulo II, poderia servir como prova nos julgamentos que os grupos de vítimas têm abertos neste país e nos Estados Unidos, assinala a "RTE".
"A situação de informar por obrigação provoca sérias reservas de natureza tanto moral quanto canônica (...) Os resultados podem ser altamente embaraçosos e prejudiciais para as mesmas autoridades diocesanas", escreveu Sotero.
O arcebispo advertiu, à época, que os bispos que aplicassem castigos à margem da lei canônica poderiam ver suas decisões revogadas, se estas acabassem sendo examinadas em Roma.
Segundo a "RTE", o Vaticano se defendeu lembrando que essa era a visão de um departamento em particular, a Congregação para o Clero, cuja tarefa de cuidar dos casos de abusos sexuais foi assumida em 2001 pela Congregação para a Doutrina da Fé, liderada pelo cardeal Joseph Ratzinger.
Os analistas opinam que a carta não terá nos tribunais o impacto desejado pelas vítimas já que o conteúdo não é uma ordem, tampouco partiu da direção oficial, apenas representa a opinião de uma determinada autoridade.
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