Desrespeito: Prisão americana obriga prisioneiro vegetariano a comer peixe
“Alguns
gritos não podem ser ouvidos”. Foto: PETA
Howard
Cosby, um prisioneiro do Corrigan-Radgowski Correctional Center em Connecticut,
pediu refeições vegetarianas pois afirmou que segue esta dieta segundo crenças
religiosas pessoais (Budismo), mas a prisão negou repetidamente o seu pedido e
continuou oferecendo-lhe pratos à base de peixes três vezes por semana. Cosby
recorreu à ajuda do PETA após suas reclamações à prisão terem sido ignoradas.
As informações são da Global Animal.
Segundo a
reportagem, a negação em atender à solicitação do presidiário é chocante –
mesmo considerada fútil ou muito exigente por alguns – uma vez que é suportada
por uma lei americana que protege a prática da religião por todos os cidadãos
(“Religious Land Use and Institutionalized Persons Act”), lei esta que também
proíbe instituições prisionais de impor encargos que impeçam o exercício
religioso pelos reclusos, de acordo com o PETA.
Mas o que
deve causar mais indignação é o argumento pelo qual a solicitação de Cosby não
foi atendida. Ele explicou ao PETA que os responsáveis pela prisão disseram que
sua dieta seria vegetariana pois “peixe” não é considerado “carne” pelo
departamento. O presídio “desafiou a biologia”, portanto, ao afirmar que “peixe
não é carne”.
Infelizmente
esse é um conceito errado porém defendido por muitas pessoas. A carne dos
peixes vem de seres vivos e sencientes que comem, vêem, digerem, nadam e
pertencem ao reino animal, logo, seus corpos são carne.
A confusão
das pessoas que não consideram peixe como sendo carne pode advir das diferenças
físicas desses animais. Peixes não vivem no ar como os humanos, não caminham
sobre pernas, a maioria não emite sons audíveis aos ouvidos humanos e não
derramam sangue como a maioria dos animais mortos para alimentação humana. O
PETA explica, em uma campanha, que “só porque você não pode ouvir os gritos de um
peixe, isso não significa que eles não sintam dor”.
Com relação
à postura do presídio, a Global Animal vai além na reflexão e questiona: “por
que os americanos pagam impostos para que se matem peixes com o objetivo de
alimentar detentos, quando há alternativas mais baratas?” (no caso desse homem,
além das alternativas serem mais baratas, iriam atender a sua necessidade de
ter uma dieta vegetariana).
A
reportagem menciona que algumas prisões nos Estados Unidos como as de Idaho e
Massachusetts já adotaram comida vegana como torta de lentilha, pizza vegana e
produtos à base de soja.
Além disso,
a mudança para uma dieta mais balanceada como a vegana deve economizar outros
milhões de dólares não só em alimentação como em saúde pública, uma vez que
está comprovado que a dieta vegan reduz riscos de problemas como pressão alta,
diabetes e doenças do coração.
A Global
Animal finaliza sugerindo que, se os americanos estão tentando reabilitar
presos e ensiná-los o respeito à vida, por que não começar com as bases do respeito
aos mais marginalizados pela sociedade, que são os animais não humanos e
especialmente os peixes? Não há razão para que peixes, animais capazes de
sentir dor, sofram para servir de alimento a humanos quando há opções melhores,
mais baratas e ecologicamente corretas para se colocar à mesa.
Nota da
Redação: A humanidade não pode mais se dar ao luxo de usar justificativas
baseadas na ingenuidade ou na falta de conhecimento. Uma grande massa das
pessoas certamente vive submersa na anestesia mental e inércia moral, e
realmente talvez nem tenha parado por um segundo para fazer tais reflexões
quanto aos peixes – se são sencientes e se devem ser consumidos. Entre as
que já pensaram, há as que defendem que os peixes não são carne, usando
assim uma das inúmeras muletas dos humanos para justificar de maneira
confortável a continuidade do consumo dessa espécie. Ignorar ou negar que
peixes sofrem e sentem dor é um equívoco tendencioso e egoísta, mais um entre
tantos ainda cometidos pelas pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário