O manifesto “Deste Pão Não Comeremos” é reeditado
[O grupo surrealista Decollage acaba de reeditar o
livreto-manifesto “Deste Pão Não Comeremos”. “É uma publicação que surgiu em
2010, afirmando o nosso posicionamento. Uma reflexão sobre as manobras
políticas, religiosas e social, e do falso cenário corroído pelo capitalismo.
Por isso, “Não Comeremos Deste Pão”, dizem. O livreto custa R$ 15,00, e pode
ser adquirido pelo e-mail: loploplivros@gmail.com. Abaixo reproduzimos a
apresentação do manifesto.]
Apresentação:
Em 2010, ano das eleições presidenciais no Brasil, o Grupo
Decollage e o Grupo de TopoAnálise (GruTA) lançaram um texto de afirmação
intitulado Deste Pão Não Comeremos, que consistia em um esforço de
reflexão sobre o cenário político e social vigente, tendo em vista as
flagrantes manobras ideológicas operadas no âmbito da política partidária,
fosse ela da situação ou da oposição. O cenário era desolador: alianças de uma
incoerência que só o fisiologismo poderia explicar; cruzadas religiosas por
votos de fiéis ávidos por uma luz divina (sim, todos os paraísos são
artificiais...); surto ufanista amparado pela falsa ideia de que o Brasil
estaria vivendo um momento único tanto em sua história como no quadro mais
amplo da economia mundial; artistas e intelectuais a morder, de mãos dadas, seu
pedaço do pão podre; apologia do baixo populismo, do cinismo e da demagogia;
busca da eternidade no poder à força de qualquer transe; consolidação da
tecnocracia em matéria de administração pública etc. Se, na superfície, o texto
parecia atacar a velha política do pão-e-circo, em seu núcleo duro se
concentrava, porém, a recusa, sem concessões, à obrigatoriedade do voto.
Passados pouco mais de dois anos, o cenário permanece
desolador e o voto continua obrigatório - o que nos leva a publicar, em
plaquete, Deste Pão Não Comeremos, já que se trata de um documento cuja
pertinência histórica ainda não se fez superada. Somente o homem livre tem o
poder de ir na direção oposta - e Benjamin Péret sabia muito bem disso. De
igual forma, sabemos que é preciso sonhar, sim - mas sonhar perigosamente.
Grupo Decollage – Fevereiro, 2013.
agência de notícias anarquistas-ana
Palmeiras vassalas
abanam com verdes leques
o Tempo que passa.
Lena Jesus Ponte
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