quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O manifesto “Deste Pão Não Comeremos” é reeditado - por ANA


O manifesto “Deste Pão Não Comeremos” é reeditado
 
[O grupo surrealista Decollage acaba de reeditar o livreto-manifesto “Deste Pão Não Comeremos”. “É uma publicação que surgiu em 2010, afirmando o nosso posicionamento. Uma reflexão sobre as manobras políticas, religiosas e social, e do falso cenário corroído pelo capitalismo. Por isso, “Não Comeremos Deste Pão”, dizem. O livreto custa R$ 15,00, e pode ser adquirido pelo e-mail: loploplivros@gmail.com. Abaixo reproduzimos a apresentação do manifesto.]

Apresentação:

Em 2010, ano das eleições presidenciais no Brasil, o Grupo Decollage e o Grupo de TopoAnálise (GruTA) lançaram um texto de afirmação intitulado Deste Pão Não Comeremos, que consistia em um esforço de reflexão sobre o cenário político e social vigente, tendo em vista as flagrantes manobras ideológicas operadas no âmbito da política partidária, fosse ela da situação ou da oposição. O cenário era desolador: alianças de uma incoerência que só o fisiologismo poderia explicar; cruzadas religiosas por votos de fiéis ávidos por uma luz divina (sim, todos os paraísos são artificiais...); surto ufanista amparado pela falsa ideia de que o Brasil estaria vivendo um momento único tanto em sua história como no quadro mais amplo da economia mundial; artistas e intelectuais a morder, de mãos dadas, seu pedaço do pão podre; apologia do baixo populismo, do cinismo e da demagogia; busca da eternidade no poder à força de qualquer transe; consolidação da tecnocracia em matéria de administração pública etc. Se, na superfície, o texto parecia atacar a velha política do pão-e-circo, em seu núcleo duro se concentrava, porém, a recusa, sem concessões, à obrigatoriedade do voto.

Passados pouco mais de dois anos, o cenário permanece desolador e o voto continua obrigatório - o que nos leva a publicar, em plaquete, Deste Pão Não Comeremos, já que se trata de um documento cuja pertinência histórica ainda não se fez superada. Somente o homem livre tem o poder de ir na direção oposta - e Benjamin Péret sabia muito bem disso. De igual forma, sabemos que é preciso sonhar, sim - mas sonhar perigosamente.

Grupo Decollage – Fevereiro, 2013.

agência de notícias anarquistas-ana

Palmeiras vassalas
abanam com verdes leques
o Tempo que passa.

Lena Jesus Ponte

Nenhum comentário: