[Grécia] Assassinato de antifascista por batalhão de assalto do bando neonazista Aurora Dourada
Na
madrugada de quarta-feira, 18 de setembro, um batalhão de assalto do bando
neonazista Aurora Dourada, assassinou o antifascista Pavlos Fyssas (Killah P),
de 34 anos, em um bairro de Pireo. Ao mesmo tempo que os neonazistas
assassinavam a Pavlos, um grupo motorizado da polícia estava muito próximo mas
se negou a intervir.
Pavlos
Fyssas, cantor de hip hop e militante antifascista, havia saído para tomar algo
em uma cafeteria com sua namorada e uns amigos. Quando saíram da cafeteria,
eram esperados por três fascistas que usavam camisetas com os distintivos desse
bando neonazista. Num instante se aproximou da quadrilha outro fascista, que se
apresentou como policial e falava com os demais fascistas. Um pouco depois
apareceram uns 30 neonazistas motorizados e armados com cassetetes e paus e se
puseram a perseguir o grupo de jovens, gritando e insultando-os. No início os
jovens conseguiram escapar dos fascistas mas uns minutos mais tarde um carro em
que iam outros neonazistas bloqueou o caminho e foram rodeados por dois grupos
de neonazistas. Quando os neonazistas alcançaram Pavlos se puseram a agredi-lo.
Um deles, Giorgos Rupakias, o motorista do carro, o apunhalou duas vezes com
raiva e assassinou-o a sangue frio.
Segundo
testemunhas oculares, antes da perseguição dos jovens pelos neonazistas e o
assassinato de Pavlos, seis policiais motorizados estavam muito próximo mas não
interviram, apesar dos gritos das pessoas que presenciaram o incidente. Segundo
a namorada do antifascista assassinado, que pediu ajuda aos policiais que
estavam próximos, quando os chamou eles responderam com indiferença que os
neonazistas eram muitos e que não podiam fazer nada... A atitude dos policiais
não é fortuita e estranha somente aos leitores da mídia de desinformação grega
e estrangeiros. Não é a primeira vez que a polícia colabora com os neonazis,
apoia ou respalda suas agressões. Mais informações sobre esta colaboração e a inter-relação
entre a polícia e fascistas, podeis ler aqui.
Segundo os
médicos que examinaram o cadáver do assassinado, o autor cravou a faca com
raiva ao corpo da vítima e torceu a faca dentro do corpo da vítima. O assassino
ordenou a sua mulher (também membro do mesmo bando fascista) a tirar de sua
casa uma faca e qualquer dado que pudesse associá-lo com esse bando de
assassinos. Umas horas mais tarde confessou o assassinato e sua militância no
Aurora Dourada, no momento em que sua mulher se refugiava na casa deste bando
fascista.
Umas horas
depois do assassinato, dezenas de pessoas se concentraram no ponto do
assassinato, realizaram-se assembleias e manifestações em vários bairros de
Atenas, em Tessalônica, em Patras. Na quarta-feira a tarde realizou-se uma
manifestação no bairro do assassinato. Os manifestantes atacaram o líder de um
partido nacionalista direitista que teve a ousadia de aproximar-se do ponto do
assassinato para sair mais tarde nos canais de televisão como oponente ao
fascismo. Na mesma manifestação os blocos dos partidos esquerdistas se
retiraram ao começar a marcha combativa até os escritórios do bando neonazista
e da delegacia de polícia local. Porém, muitos antifascista, anarquista e
outras pessoas se dirigiram até os escritórios da Aurora Dourada e se
enfrentaram com outro braço armado do Regime, as chamadas equipes
antidistúrbios que estavam alinhadas frente a eles. Nos enfrentamentos os
policiais estiveram apoiados por um grupo de fascistas. Apesar da brutal
repressão, os manifestantes permaneceram durante horas, próximo à delegacia
local e aos escritórios da Aurora Dourada.
Na
sexta-feira passada em outro bairro de Pireo, membros do mesmo bando fascista
atacaram um grupo de esquerdistas que pregavam cartazes de seu próximo
festival. Desta agressão, nove jovens ficaram feridos. Como se têm falado
anteriormente, estas agressões fascistas não são isoladas. Vem somar-se a uma
série de ataques fascistas a imigrantes, antifascistas, centros sociais
ocupados, ocupações e a todos os que se opõem ao Regime totalitário. O fascismo
é a outra face da democracia, é um braço armado do Regime. Tolerância zero aos
assassinos e a todos os que os apoiam, direta ou indiretamente. A luta contra o
fascismo, a nível teórico e prático, é uma luta contra o capitalismo, contra a
democracia, contra a barbárie.
Vídeos das
mobilizações de ontem (18):
http://www.youtube.com/watch?v=SXIS3NHdmd0 (Visualização)
http://www.youtube.com/watch?v=_ZuGAyoCIdM (Visualização)
http://www.youtube.com/watch?v=K8WZ9gcmAwQ (Visualização)
Tradução
> Sol de Abril
agência de
notícias anarquistas-ana
Relógio de
meu pai.
Na parede,
inerte,
Fala-me de
todas as horas.
Saulo
Mendonça
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