sexta-feira, 20 de setembro de 2013

[Grécia] Assassinato de antifascista por batalhão de assalto do bando neonazista Aurora Dourada - por ANA


[Grécia] Assassinato de antifascista por batalhão de assalto do bando neonazista Aurora Dourada
Na madrugada de quarta-feira, 18 de setembro, um batalhão de assalto do bando neonazista Aurora Dourada, assassinou o antifascista Pavlos Fyssas (Killah P), de 34 anos, em um bairro de Pireo. Ao mesmo tempo que os neonazistas assassinavam a Pavlos, um grupo motorizado da polícia estava muito próximo mas se negou a intervir.

Pavlos Fyssas, cantor de hip hop e militante antifascista, havia saído para tomar algo em uma cafeteria com sua namorada e uns amigos. Quando saíram da cafeteria, eram esperados por três fascistas que usavam camisetas com os distintivos desse bando neonazista. Num instante se aproximou da quadrilha outro fascista, que se apresentou como policial e falava com os demais fascistas. Um pouco depois apareceram uns 30 neonazistas motorizados e armados com cassetetes e paus e se puseram a perseguir o grupo de jovens, gritando e insultando-os. No início os jovens conseguiram escapar dos fascistas mas uns minutos mais tarde um carro em que iam outros neonazistas bloqueou o caminho e foram rodeados por dois grupos de neonazistas. Quando os neonazistas alcançaram Pavlos se puseram a agredi-lo. Um deles, Giorgos Rupakias, o motorista do carro, o apunhalou duas vezes com raiva e assassinou-o a sangue frio.

Segundo testemunhas oculares, antes da perseguição dos jovens pelos neonazistas e o assassinato de Pavlos, seis policiais motorizados estavam muito próximo mas não interviram, apesar dos gritos das pessoas que presenciaram o incidente. Segundo a namorada do antifascista assassinado, que pediu ajuda aos policiais que estavam próximos, quando os chamou eles responderam com indiferença que os neonazistas eram muitos e que não podiam fazer nada... A atitude dos policiais não é fortuita e estranha somente aos leitores da mídia de desinformação grega e estrangeiros. Não é a primeira vez que a polícia colabora com os neonazis, apoia ou respalda suas agressões. Mais informações sobre esta colaboração e a inter-relação entre a polícia e fascistas, podeis ler aqui.

Segundo os médicos que examinaram o cadáver do assassinado, o autor cravou a faca com raiva ao corpo da vítima e torceu a faca dentro do corpo da vítima. O assassino ordenou a sua mulher (também membro do mesmo bando fascista) a tirar de sua casa uma faca e qualquer dado que pudesse associá-lo com esse bando de assassinos. Umas horas mais tarde confessou o assassinato e sua militância no Aurora Dourada, no momento em que sua mulher se refugiava na casa deste bando fascista.

Umas horas depois do assassinato, dezenas de pessoas se concentraram no ponto do assassinato, realizaram-se assembleias e manifestações em vários bairros de Atenas, em Tessalônica, em Patras. Na quarta-feira a tarde realizou-se uma manifestação no bairro do assassinato. Os manifestantes atacaram o líder de um partido nacionalista direitista que teve a ousadia de aproximar-se do ponto do assassinato para sair mais tarde nos canais de televisão como oponente ao fascismo. Na mesma manifestação os blocos dos partidos esquerdistas se retiraram ao começar a marcha combativa até os escritórios do bando neonazista e da delegacia de polícia local. Porém, muitos antifascista, anarquista e outras pessoas se dirigiram até os escritórios da Aurora Dourada e se enfrentaram com outro braço armado do Regime, as chamadas equipes antidistúrbios que estavam alinhadas frente a eles. Nos enfrentamentos os policiais estiveram apoiados por um grupo de fascistas. Apesar da brutal repressão, os manifestantes permaneceram durante horas, próximo à delegacia local e aos escritórios da Aurora Dourada.

Na sexta-feira passada em outro bairro de Pireo, membros do mesmo bando fascista atacaram um grupo de esquerdistas que pregavam cartazes de seu próximo festival. Desta agressão, nove jovens ficaram feridos. Como se têm falado anteriormente, estas agressões fascistas não são isoladas. Vem somar-se a uma série de ataques fascistas a imigrantes, antifascistas, centros sociais ocupados, ocupações e a todos os que se opõem ao Regime totalitário. O fascismo é a outra face da democracia, é um braço armado do Regime. Tolerância zero aos assassinos e a todos os que os apoiam, direta ou indiretamente. A luta contra o fascismo, a nível teórico e prático, é uma luta contra o capitalismo, contra a democracia, contra a barbárie.

Vídeos das mobilizações de ontem (18):




Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Relógio de meu pai.
Na parede, inerte,
Fala-me de todas as horas.
Saulo Mendonça

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