EUA mudarão postura ante Palestina quando a sociedade civil pressionar, diz Chomsky
Para alcançar um acordo que termine com a ocupação da
Palestina e dê lugar ao estabelecimento e reconhecimento universal deste
Estado, um dos objetivos dos líderes palestinos deveria ser dirigir-se à
população dos Estados Unidos.
Esta afirmação foi feita ontem por Noam Chomsky, professor
do Instituto Tecnológico de Massachusetts, durante uma coletiva de imprensa na
sede da ONU em Nova York, onde participou de evento especial do Comitê sobre o
Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino, que aconteceu na
Assembleia Geral.
O reconhecido acadêmico considerou que os palestinos não têm
muitas opções além das questões morais de resistir à ocupação.
“Creio que não haverá progressos significativos neste
conflito até que a pressão da população induza o governo a ter uma postura
diferente”, disse ele.
Ele recordou que movimentos nacionalistas do passado, como
do Vietnam, Nicarágua ou Timor Leste entenderam a importância de conseguir o
apoio e solidariedade da sociedade civil estaduinense para influir nas mudanças
na política externa de seu país.
Neste contexto, se referiu ao voto do Parlamento Britânico a
favor do reconhecimento do Estado Palestino como um exemplo das medidas que se
podem tomar para pressionar aos governos a acelerar a solução do conflito.
Com respeito ao papel da ONU na busca de acordo que
sedimente o plano de dois Estados em convivência pacífica, Chomsky disse que,
apesar dos estreitos limites impostos pelas potências, sempre há opções abertas
para a liderança do organismo mundial e destacou que as Nações Unidas têm feito
o que é possível.
Por outro lado, o professor falou do discurso estadounidense
sobre a democracia no Oriente Médio, recordando que as primeiras eleições
verdadeiramente livres na região tiveram lugar nos territórios palestinos em
2006, quando Hamas conseguiu a vitória, obtendo como resposta o castigo
imediato aos palestinos.
“Todos pedem a democracia, Stálin chamou a democracia, todo
mundo adora a democracia, mas só quando dá os resultados que queremos e
isso foi demonstrado uma vez atrás da outra”, pontuou.
Mesmo assim, Chomsky indicou que a política das potências
ocidentais para a Palestina é parte de um jogo de interesses em que os
palestinos não oferecem nada nem têm poder, nem tampouco têm direitos.
Fonte: http://jornalggn.com.br/
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