Noam Chomsky celebra o distanciamento de nações em relação às ações de Israel
"Cada gota de óleo que é extraída do solo é outra
explosão no caixão da espécie humana", afirmou Chomsky em palestra na ONU.
Noam Chomsky disse, na última terça-feira (14), que as
recentes votações europeias para o reconhecimento do Estado Palestino mostra o
desejo das populações de se distanciarem das ações criminosas de Israel. O
notável linguista, autor e crítico do império norte-americano adicionou que a
extração contínua de combustíveis fósseis está destruindo um futuro que
permitiria uma existência humana decente.
Chosmky concedeu os comentários à imprensa na sede da ONU, durante uma palestra sobre a questão palestina. Para os palestinos, “a única opção moral é resistir à ocupação,” ele disse, e para a liderança palestina, “o foco primário” deveria ser “se referir ao povo norte-americano.” Essa diretriz é necessária, afirmou, para o público estadunidense continuar com esperança de mudar a política do império sobre Israel.
“Creio que não haverá nenhum progresso significativo até que a pressão da população norte-americana induza o governo a tomar medidas diferentes. Todo movimento nacionalista de terceiro mundo – vietnamita, nicaraguense, timorense, qualquer que tenha sido – entendeu a força da solidariedade e do apoio da população americana até o ponto em que ela pode modificar políticas”, ele disse.
Adicionando pressão à necessidade de mudança estão os pronunciamentos da Suécia do mês passado - primeiro país da União Europeia a oficialmente reconhecer o estado da Palestina - e a votação simbólica dos legisladores ingleses, reconhecendo a Palestina.
Mesmo a votação no Reino Unido tendo sido simbólica, “a política britânica é sim afetada,” ele disse. “É outro indicador do modo que as populações na Europa e nos EUA querem se distanciar das ações que Israel está tomando, as quais são explicitamente criminosas – não há duvidas sobre isso. Eles querem se distanciar dessas ações, tanto da criminalidade quanto da brutalidade,” afirmou Chomsky.
As ações da Suécia e do Reino Unido são “um apontamento do rumo que as coisas irão tomar,” reconheceu sublinhando que há mais de 130 países que reconhecem a Palestina.
Ainda haverá resistência da Angloesfera – Reino Unido, Canadá, EUA, Austrália. De maneira retórica, Chomsky perguntou se “essas sociedades já aceitaram o fato de que exterminaram a população indigena”.
Essas nações, entretanto, “não podem se divorciar do mundo,” assegurou Chomsky.
O fato de que os EUA estão de novo se tornando um grande exportador de petróleo não irá impulsionar uma mudança na política externa. Isso, de acordo com Noam, é um desastre para o mundo.
“Estamos realmente brincando com fogo. Cada gota de petróleo que é extraida do solo é outra explosão no caixão da espécie humana. Estamos chegando muito perto de destruir as condições decentes da existência humana. A não ser que a maior parte deste petróleo permaneça no solo, onde deve ficar, o futuro dos nossos netos não é muito brilhante. Isso é constantemente negligenciado quando se lê sobre a euforia do fracking.” O preço da gasolina está diminuido, Chomsky notou. "É uma catástrofe, não motivo de euforia".
A tradução é de Isabela Palhares
Chosmky concedeu os comentários à imprensa na sede da ONU, durante uma palestra sobre a questão palestina. Para os palestinos, “a única opção moral é resistir à ocupação,” ele disse, e para a liderança palestina, “o foco primário” deveria ser “se referir ao povo norte-americano.” Essa diretriz é necessária, afirmou, para o público estadunidense continuar com esperança de mudar a política do império sobre Israel.
“Creio que não haverá nenhum progresso significativo até que a pressão da população norte-americana induza o governo a tomar medidas diferentes. Todo movimento nacionalista de terceiro mundo – vietnamita, nicaraguense, timorense, qualquer que tenha sido – entendeu a força da solidariedade e do apoio da população americana até o ponto em que ela pode modificar políticas”, ele disse.
Adicionando pressão à necessidade de mudança estão os pronunciamentos da Suécia do mês passado - primeiro país da União Europeia a oficialmente reconhecer o estado da Palestina - e a votação simbólica dos legisladores ingleses, reconhecendo a Palestina.
Mesmo a votação no Reino Unido tendo sido simbólica, “a política britânica é sim afetada,” ele disse. “É outro indicador do modo que as populações na Europa e nos EUA querem se distanciar das ações que Israel está tomando, as quais são explicitamente criminosas – não há duvidas sobre isso. Eles querem se distanciar dessas ações, tanto da criminalidade quanto da brutalidade,” afirmou Chomsky.
As ações da Suécia e do Reino Unido são “um apontamento do rumo que as coisas irão tomar,” reconheceu sublinhando que há mais de 130 países que reconhecem a Palestina.
Ainda haverá resistência da Angloesfera – Reino Unido, Canadá, EUA, Austrália. De maneira retórica, Chomsky perguntou se “essas sociedades já aceitaram o fato de que exterminaram a população indigena”.
Essas nações, entretanto, “não podem se divorciar do mundo,” assegurou Chomsky.
O fato de que os EUA estão de novo se tornando um grande exportador de petróleo não irá impulsionar uma mudança na política externa. Isso, de acordo com Noam, é um desastre para o mundo.
“Estamos realmente brincando com fogo. Cada gota de petróleo que é extraida do solo é outra explosão no caixão da espécie humana. Estamos chegando muito perto de destruir as condições decentes da existência humana. A não ser que a maior parte deste petróleo permaneça no solo, onde deve ficar, o futuro dos nossos netos não é muito brilhante. Isso é constantemente negligenciado quando se lê sobre a euforia do fracking.” O preço da gasolina está diminuido, Chomsky notou. "É uma catástrofe, não motivo de euforia".
A tradução é de Isabela Palhares
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/
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