A caminho da abolição animal: Estudo mostra a semelhança
entre as emoções sentidas por animais e humanos
Foto: Reprodução/Care2
The New York Times publicou um editorial no dia 5 de outubro,
que tem alvoroçado a internet. O ponto de partida da peça é que os cães ficam
ansiosos para coisas que eles gostam. As informações são do Care2.
Isso não é novidade para ninguém que já teve a guarda de um
cão, já conheceu um cão, ou já foi acordado pelo cão do vizinho. Eles abanam o
rabo – às vezes toda a sua traseira – quando algo feliz acontece. Eles não
mantem em segredo sua emoção.
O único pedaço verdadeiramente interessante na peça do
Times, que foi escrito pelo cientista da Emory Gregory Berns, é que, pela
primeira vez, aparelhos de ressonância magnética capturaram imagens dos
cérebros dos cães quando eles descobrem que algo que eles gostam está sendo
oferecido. Essas imagens se parecem muito com imagens de cérebros dos seres
humanos quando eles estão na mesma situação.
A região do cérebro chamada núcleo caudado é responsável por
antecipar as coisas boas em seres humanos. Os novos dados de ressonância
magnética tornam difícil contestar que a mesma estrutura faz a mesma coisa em
cães. Ele se iluminou quando cães em aparelhos de ressonância magnética (usando
protetores de ouvido, porque essas engenhocas são extremamente altas) viram
sinais de mão que indicavam comida e quando sentiam o cheiro de um humano
familiar.
Ninguém tinha feito essa pesquisa antes porque eles não
conseguiam fazer os cães entrarem e permanecerem parados em máquinas de
ressonância magnética sem sedá-los. Berns e seus colegas usaram um reforço
positivo para persuadir cães à cooperar, permitindo que as máquinas tirassem
fotos de seus cérebros enquanto eles estivessem acordados e pudessem responder
a estímulos. Os cães que não gostassem podiam sair. Todos eles eram membros de
famílias locais, começando com o próprio cão de Berns, Callie.
Não foi o resultado de Berns que fez os internautas darem um
salto, mas a conclusão que ele tirou disso: “Cães também são gente”. Ele
sustentou que a sua capacidade de experimentar emoções positivas torna errado
tratá-los como propriedade, o que fazemos atualmente.
Afirmando que há uma distinção moral entre um animal e
qualquer coisa inanimada, e que deve haver uma distinção legal entre eles
também, invariavelmente atrai uivos de protesto, porque é difícil de justificar
explorar os animais, se não somos melhores do que eles de alguma forma
importante. Esta doutrina é conhecida como o excepcionalismo humano. Quanto
mais somos semelhantes a outros animais, mais as pessoas se tornam
desconfortáveis com comê-los, vesti-los e encarcerá-los.
A ciência está obstinadamente derrubando cada parede que os
excepcionalistas têm colocado entre os seres humanos e outros animais. No
passado, o uso de ferramentas, usar uma linguagem e a transmissão da cultura
através de gerações têm sido empunhado como a última fronteira entre eles e
nós, até que os cientistas descobriram que animais não humanos fazem cada uma
dessas coisas. O novo campo de batalha é a emoção. O The Washington Post
destaca que “a ideia de que os animais têm vida emocional e são capazes de
detectar emoções nos outros vem ganhando espaço por décadas”.
Em 2011, um experimento demonstrou que ratos sentem empatia,
tanto que eles dariam desinteressadamente a sua própria comida (lascas de
chocolate, acredite) a um rato tendo um dia ruim que não comeu. O mau dia
consistiu em ser preso em uma gaiola; os pesquisadores descobriram que um rato
livre iria descobrir como abrir a gaiola e liberaria o outro rato, mesmo sem a
expectativa de uma recompensa.
A prova de que uma das espécies que vemos como mais maligna
pode sentir, compadecer-se e tomar medidas para remediar a dor do outro
enlouquece as pessoas – incluindo aqueles que estudaram os ratos. Em vez de
assumir que devemos ser gentis com ratos, ou que não devemos assumir que somos
as únicas criaturas do planeta que podem ser bons para os outros, eles
anunciaram que a empatia não tem valor. O neurobiólogo Peggy Mason, que
comandou o estudo, acredita que a empatia é “mais um reflexo que um
pensamento”.
O primatologista Frans de Walls concorda, dizendo que ajudar
desinteressadamente outras pessoas que precisam é um processo “bastante
automático”.
Contraste isso com as grandes dores que as religiões têm
tido por eras para intimidar as pessoas a fazer o que os ratos fizeram. Diz-se
que todo o Judaísmo pode ser resumido a uma diretiva: tratar o próximo como
você gostaria de ser tratado. O Cristianismo e a Regra de Ouro ensinam a mesma
coisa: ser uma boa pessoa, e se você encontrar o seu vizinho preso em uma
gaiola, deixá-lo sair. Se você é verdadeiramente virtuoso, você pode até
dar-lhe alguns de seus pedaços de chocolate.
A partir do momento em que seres humanos foram distinguidos
dos outros animais, começaram a praticar inúmeras horas de sermões e Escola
Dominical para aprendermos algo tão simples. Aparentemente, foi aceito que
precisaríamos muita repetição para fazer a lição entrar em nossos crânios
egoístas.
Agora que sabemos que outros animais praticam a Regra de
Ouro, no entanto, as pessoas de repente decidiram que ela é apenas um processo
automático. Se você não está fazendo isso, você não é um pecador precisando de
confissão, seus processos automáticos estão no congelador e você deve ir a um
médico. Nenhuma palavra sobre um tratamento para os pobres doentes que não
empatizam.
Em suma, as pessoas vão sacrificar os seus mais altos ideais
espirituais se isso significar que eles podem manter o tratamento de animais
como sujeira, sem remorso. Até ratos entendem melhor.
Fonte: http://www.anda.jor.br/
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