Proibição
em todo país: Fim de testes em animais para cosméticos no Brasil será pauta de
discussão
Foi
entregue ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal
(CONCEA) um relatório de teor moral e científico pedindo a proibição do uso de
animais em testes para cosméticos que será discutido em sua reunião plenária
entre os dias 23 e 24 deste mês. Enviado pelo grupo Humane Society
Internacional, o conteúdo do documento pretende ser um argumento para o fim de
qualquer forma de teste que provoque dor aos animais. Os testes são
procedimentos para a produção de itens que não são necessários aos humanos. As
informações são do Pravda.
Segundo
Helder Costantino, gerente da campanha contra testes em animais “Liberte-se da
Crueldade”, ”Nós esperamos que os membros do CONCEA analisem
cuidadosamente o teor moral e científico do nosso pleito para uma proibição. A
maioria dos brasileiros se opõe a estes testes ultrapassados e já está na hora
do Brasil confinar estes testes aos livros de Historia.”
No Brasil,
os coelhos são utilizados frequentemente para testes cutâneos e oculares, onde
substâncias que deverão ir aos produtos são borrifadas ou pingadas em seus
olhos e sobre a pele, após ter sido previamente raspada. Os coelhos são presos
à suportes pelo pescoço que os imobilizam, evitando que arranquem os próprios
olhos devido à dor intensa que o teste implica. Normalmente as suas pálpebras
são mantidas abertas, para que seja fácil a visualização dos efeitos das
substâncias no animal e, após todo o teste, os coelhos são mortos visando
verificar o efeito das substâncias em seus organismos.
Na ANVISA,
agência de vigilância sanitária oficial do país, há uma diretriz que permite,
até mesmo, o teste em genitálias animais. Em todos os testes, os animais são
submetidos à substâncias que causam irritação e diminuem consideravelmente a
qualidade de vidas dos bichos utilizados.
Coelho
submetido à testes cutâneos (Foto: Reprodução)
Por volta
de 30 países já abandonaram o uso de animais em testes para a fabricação de
cosméticos, e todos eles substituíram os bichos por métodos livres de qualquer
crueldade. São métodos que trazem resultados mais fiéis aos objetivos dos
testes e que, portanto, são mais indicados para a previsão de um futuro contato
humano com a substância testada.
A Índia, um
dos últimos países a conseguir a proibição de testes em animais,
precisou de uma longa discussão com cientistas e especialistas em animais,
junto com uma feroz campanha da PETA, denunciando os maus-tratos que ocorriam
nos laboratórios do país.
Simone
Lima, Diretora Geral da ProAnima, que apoia a campanha contra os testes afirma
que “Quando as pessoas descobrem como são realizados os cosméticos, que os
mesmos são testados em animais, mesmo havendo alternativas, sempre nos
perguntam: por que isso ainda não mudou no Brasil? Esperamos que o
CONCEA considere o pleito da sociedade civil organizada e tome a decisão de
abolir essa forma cruel e absolutamente desnecessária de uso de animais”.
Submetido à
testes oculares. (Foto: Reprodução)
O movimento
europeu radical Stop Vivisection, que luta para o fim de testes em
animais, também é um dos braços ao redor do mundo que exige o término da
exploração animal, mostrando de maneira crua o sofrimento dos bichos em todos
os testes em que são submetidos. Cerca de 500 milhões de animais perdem suas
vidas todos os anos em laboratórios, ao serem utilizados até a morte em testes
laboratoriais.
Todas as formas
de abuso animal são detestáveis e condenáveis, argumenta Sônia Fonseca,
presidente do Fórum Nacional de Defesa Animal, então, é necessário que sejam
criados novos métodos para a substituição dos atuais métodos antiéticos.
Diversos já foram criados e já estão disponíveis para qualquer indústria, o que
faz a questão da proibição do uso de animais se tornar mais forte
ainda. ”Todas as formas de experimento envolvendo o uso de animais são
inaceitáveis, se considerarmos que é errado violar, ferir, mutilar, causar
tormento e morte a seres indefesos. O que dizer, então, quando a finalidade de
tanto mal é fútil?”, diz Sônia.
Fonte: http://www.anda.jor.br/
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