quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Artes: Banksy usa bichos de pelúcia para denunciar o sofrimento dos animais - Por Patricia Tai

Artes: Banksy usa bichos de pelúcia para denunciar o sofrimento dos animais
Foto: Banksy / TreeHugger

Banksy, o artista de rua reconhecido mundialmente, está no meio de sua permanência de um mês em Nova York com uma nova instalação que se movimenta a cada dia para uma vizinhança diferente ao redor da cidade. Chamada “The Siren of the Lambs” (“A sirene dos cordeiros”), a peça é uma obra de arte móvel que utiliza um caminhão carregando animais de pelúcia, com movimentos e sons de animais amplificados para chamar a atenção às cruéis condições que os animais sofrem ao serem transportados de fazendas para abatedouros onde são mortos para servir à alimentação humana. As informações são do Tree Hugger.

Foto: Banksy / TreeHugger

Na porta do caminhão estão pintados os dizeres “Farm Fresh Meats” (“Carnes frescas da fazenda”). Enquanto os animais gritam, um som de alguém batendo em metal os aterroriza ainda mais - e aterroriza também o espectador sensível.  Abusando do efeito lúdico representado pelos bichos de pelúcia, mesmo não usando animais de verdade, as cenas são tão impressionantes que podem ter o poder de fazer alguém deixar de comer carne.

Esta não foi a primeira vez que Banksy usou sua arte para fazer uma declaração impactante sobre o tratamento aos animais não humanos. Em 2008, sua instalação chamada “The Village Pet Store” era realmente uma loja de rua retratando animais nas mais diversas formas de exploração humana: uma onça deitada em um galho com botões no corpo como se fosse um casaco de pele respirando; aves em forma de nuggets animados e peixes no aquário em forma de empanados.

Havia também um golfinho, um macaco, um coelho e um pássaro, todos aparecendo como se estivessem dopados diante de um ambiente artificial e fútil em que os humanos os fizeram viver, além de linguiças e salsichas se movendo como se fossem os animais já em forma de comida. Segundo a reportagem, o objetivo da obra foi ressaltar a nossa relação com animais e a alimentação de sua carne, e realmente talvez nenhum outro artista tenha retratado a objetificação animal para consumo humano de forma tão criativa, clara e, como não dizer novamente, lúdica.

Mas nem tudo são flores na obra de Banksy no que se refere aos animais. Em 2009, ele também explorou a elefante Tai – famosa por ter sido largamente explorada em filmes como “Água para elefantes”, sendo até filmada chorando enquanto recebia eletrochoques.

Na ocasião, ele cobriu o corpo inteiro da elefante com uma tinta estampada de modo que imitasse papel de parede.

Tai, pintada por Banksy para a obra “Elefante na sala”. Foto: Damian Dovarganes/AP

A exposição ocorreu nos Estados Unidos e se chamou “Barely Legal”. Conforme uma reportagem do The Guardian, na noite de abertura havia cartões com os dizeres: “Há um elefante na sala. Há um problema sobre o qual nunca falamos”, e o elefante tinha por objetivo representar os “bilhões de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza no mundo”. A obra contendo a elefante foi a mais visitada da exposição, e também apareceu no famoso documentário sobre a arte de Banksy, “Exit through the gift shop”.

Ativistas de direitos animais se enfureceram diante do uso da elefante na exposição, e até autoridades americanas chamaram a atitude de Banksy em pintar Tai de “abuso frívolo”.
Retorno meritório

Apesar do controverso uso do elefante, é preciso reconhecer que a obra de Banksy com o caminhão itinerante repleto de bichos de pelúcia é muito meritória.

O repórter do TreeHugger ficou impressionado com a peça. Ele percorreu o bairro de Williamsburg no Brooklyn e esteve exatamente em frente ao caminhão. Segundo ele, “uma longa parada no semáforo” permitiu que ele tirasse algumas fotos. Ele também confirmou que o caminhão é “realmente barulhento, impossível de se ignorar”, e que a peça certamente está chamando a atenção enquanto cruza a cidade de Nova York.

Veja a seguir as fotos tiradas pelo repórter:
 
Foto: Chris Tackett – Instagram / Tree Hugger

Fonte: http://www.anda.jor.br/

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