Artes: Banksy
usa bichos de pelúcia para denunciar o sofrimento dos animais
Foto:
Banksy / TreeHugger
Banksy, o
artista de rua reconhecido mundialmente, está no meio de sua permanência de um
mês em Nova York com uma nova instalação que se movimenta a cada dia para uma
vizinhança diferente ao redor da cidade. Chamada “The Siren of the Lambs” (“A
sirene dos cordeiros”), a peça é uma obra de arte móvel que utiliza um caminhão
carregando animais de pelúcia, com movimentos e sons de animais amplificados
para chamar a atenção às cruéis condições que os animais sofrem ao serem
transportados de fazendas para abatedouros onde são mortos para servir à
alimentação humana. As informações são do Tree Hugger.
Foto:
Banksy / TreeHugger
Na porta do
caminhão estão pintados os dizeres “Farm Fresh Meats” (“Carnes frescas da
fazenda”). Enquanto os animais gritam, um som de alguém batendo em metal os
aterroriza ainda mais - e aterroriza também o espectador
sensível. Abusando do efeito lúdico representado pelos bichos de
pelúcia, mesmo não usando animais de verdade, as cenas são tão
impressionantes que podem ter o poder de fazer alguém deixar de comer carne.
Esta não
foi a primeira vez que Banksy usou sua arte para fazer uma declaração
impactante sobre o tratamento aos animais não humanos. Em 2008, sua instalação
chamada “The Village Pet Store” era realmente uma loja de rua retratando
animais nas mais diversas formas de exploração humana: uma onça deitada em um
galho com botões no corpo como se fosse um casaco de pele respirando; aves em
forma de nuggets animados e peixes no aquário em forma de empanados.
Havia
também um golfinho, um macaco, um coelho e um pássaro, todos aparecendo como se
estivessem dopados diante de um ambiente artificial e fútil em que os humanos
os fizeram viver, além de linguiças e salsichas se movendo como se fossem os
animais já em forma de comida. Segundo a reportagem, o objetivo da obra foi
ressaltar a nossa relação com animais e a alimentação de sua carne, e realmente
talvez nenhum outro artista tenha retratado a objetificação animal para consumo
humano de forma tão criativa, clara e, como não dizer novamente, lúdica.
Mas nem
tudo são flores na obra de Banksy no que se refere aos animais. Em 2009, ele
também explorou a elefante Tai – famosa por ter sido largamente
explorada em filmes como “Água para elefantes”, sendo até filmada chorando
enquanto recebia eletrochoques.
Na ocasião,
ele cobriu o corpo inteiro da elefante com uma tinta estampada de modo que
imitasse papel de parede.
Tai,
pintada por Banksy para a obra “Elefante na sala”. Foto: Damian Dovarganes/AP
A exposição
ocorreu nos Estados Unidos e se chamou “Barely Legal”. Conforme uma reportagem
do The Guardian, na noite de abertura havia cartões com os dizeres: “Há um
elefante na sala. Há um problema sobre o qual nunca falamos”, e o elefante
tinha por objetivo representar os “bilhões de pessoas que vivem abaixo da linha
de pobreza no mundo”. A obra contendo a elefante foi a mais visitada da
exposição, e também apareceu no famoso documentário sobre a arte de Banksy,
“Exit through the gift shop”.
Ativistas
de direitos animais se enfureceram diante do uso da elefante na exposição, e
até autoridades americanas chamaram a atitude de Banksy em pintar Tai de “abuso
frívolo”.
Retorno
meritório
Apesar do
controverso uso do elefante, é preciso reconhecer que a obra de Banksy com o
caminhão itinerante repleto de bichos de pelúcia é muito meritória.
O repórter
do TreeHugger ficou impressionado com a peça. Ele percorreu o bairro de
Williamsburg no Brooklyn e esteve exatamente em frente ao caminhão. Segundo
ele, “uma longa parada no semáforo” permitiu que ele tirasse algumas fotos. Ele
também confirmou que o caminhão é “realmente barulhento, impossível de se
ignorar”, e que a peça certamente está chamando a atenção enquanto cruza a
cidade de Nova York.
Veja a
seguir as fotos tiradas pelo repórter:
Foto: Chris
Tackett – Instagram / Tree HuggerFonte: http://www.anda.jor.br/
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