[Internacional] Massacre proletário na Palestina
Sob o olhar
aflito de milhões de espectadores, convencidos de sua impossibilidade de fazer
algo mais que participar em alguma concentração ou procissão pacífica, o Estado
de Israel volta a bombardear a faixa de Gaza sob a cobertura do antiterrorismo.
As lágrimas de crocodilo das principais potencias capitalistas não escondem sua
satisfação por ter no Oriente Médio um tentáculo como o do Estado de Israel,
autêntico braço armado do capitalismo mundial para manter a ordem na região. O
proletariado que vive em Gaza, Cisjordânia ou Líbano conhece em sua luta esta
realidade.
Políticos,
jornalistas, representantes de ongs, sindicalistas, festeiros e todo tipo de
palhaços do espetáculo, nos dão toda uma gama de explicações e soluções que
terminam o conflito no Oriente Médio dentro dos marcos burgueses. Se limitam a
criar uma demarcação entre quem defende os palestinos e quem defende aos
israelenses, alineando a tudo que há por trás das bandeiras hediondas de cada
Estado nacional. Para isso constroem toda uma fábula grotesca que encobre a
verdadeira realidade social. Mesclam os interesses do Estado Palestino com os
do proletariado que vive nessa terra, amalgamam a luta travada pelos proletários
com o Hamas, põem em um mesmo saco o jovem que atira pedras e os grandes
comerciantes ou banqueiros palestinos, assimilam ao proletário que vive em
Israel e luta contra “sua própria” burguesia (desertando, objetando...) com sua
brutal negação no cidadão que vive em cumplicidade com o Estado. Eliminam desta
forma toda a confrontação de classes, toda divisão social entre explorados e
exploradores, fomentando o mito do enfrentamento entre países.
Sem romper
e desmascarar todo este arsenal ideológico que turva a realidade, estaremos
atados de pés e mãos, impossibilitados para assumir a luta contra o massacre no
Oriente Médio como parte indissociável da luta contra a ditadura do capital. É
imprescindível afirmar abertamente que esse massacre é antes de mais nada uma
expressão mais do terrorismo que o capitalismo emprega em todo o mundo contra
nossa classe, contra nossas vidas. Que quem cai sob as bombas, sob os tiros,
sob o terror capitalista são, em primeiro lugar, os meninos, homens e mulheres
que foram condenados nessa região do mundo a ser carne de canhão, a ser
população supérflua potencialmente perigosa e que deve ser exterminada de forma
cotidiana. Todos os Estados do mundo participam de uma ou outra maneira nesta
matança. Os Estados ocidentais, com o de Israel na cabeça, massacrando; Hamas,
a autoridade nacional palestina e demais organismos do Estado Palestino, junto
com os Estados pró-palestinos, impedindo a estruturação na força autônoma dessa
massa de subversão, enquadrando-a e dirigindo-a ao matadouro em atos suicidas,
desarmando-a, pacificando-a, reprimindo-a e prendendo aos irredutíveis.
Os grupos e
militantes revolucionários de todo o mundo estão obrigados a enfatizar e
discutir como própria a luta do proletariado na Palestina, suas tentativas de
projetar-se em força autônoma, assim como a repressão que sofrem. Destacar a
tentativa de autonomia que em numerosas ocasiões traçou a luta, enfrentando-se
com todos os Estados. Insistir em que a essência da luta do proletariado na
Palestina é a mesma que no norte da África, que na Grécia, que nos subúrbios
franceses, que na China, que no Iraque, que em Oaxaca, que no Haiti, que em
todos os lugares onde o proletariado se levanta: a contraposição entre as
necessidades humanas e as da economia capitalista. Estamos obrigados a
denunciar e a enfrentarmos a todos os aparatos do Estado Palestino ou de
Israel, a todos os que são parte do organismo mundial do capital que nos
massacra, que nos arrasta por falsos caminhos, a todos seus lacaios pelo mundo,
a todos os seus porta-vozes e propagandistas. E antes de tudo estamos obrigados
a lutar aqui e agora, contra “nosso próprio” Estado, contra “nosso próprio”
país.
NÃO SOMOS
NEM JUDEUS, NEM ISRAELENSES, NEM PALESTINOS SOMOS O PROLETARIADO!
CONTRA A
PÁTRIA. CONTRA TODA UNIDADE NACIONAL. CONTRA O TERROR BURGUÊS.
LUTEMOS EM
“NOSSO PRÓPRIO” PAÍS CONTRA “NOSSO PRÓPRIO” ESTADO.
Proletários
Internacionalistas
Tradução
> Sol de Abril
agência de
notícias anarquistas-ana
O brilho do
salto
do peixe na
cascata,
lâmina de
prata.
Luiz
Bacellar
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