Banksy: agora contra o Estado de vigilância?
Surge
misteriosamente, na cidade-sede dos serviços de espionagem britânicos, um
sugestivo grafite. Mercado de arte se alvoroça com artista anti-mercado…
Um novo
grafite do artista inglês Banksy parece ter aparecido na cidade de Cheltenham, no Reino Unido.
A pintura retrata três agentes do serviço de inteligência britânico escutando
as chamadas de uma cabine telefônica, ligados a um satélite. O local não foi
escolhido ao acaso: Cheltenham, cidade de cerca de 110 mil habitantes e a 150
quilômetros a noroeste de Londres, é sede do Quartel General das Comunicações
do Governo inglês (Government Communications Headquarters, ou GCHQ),
serviço responsável pela espionagem nas comunicações e fornecedor de
informações sobre os cidadãos ao Estado e forças armadas.
A autoria
da obra ainda não foi confirmada por Banksy, pseudônimo do um artista britânico
cuja identidade permanece incógnita — mas que é conhecido mundialmente por sua
arte de rua. Seus stêncils (técnica de grafite feita com desenhos recortados em
máscaras e gravados com spray) satirizam a sociedade capitalista, consumista e
violenta e começaram a aparecer pelas ruas de Bristol e Londres nos anos 90. A
mais recente, com os agentes da GCHQ — equivalente da norte-americana
NSA no Reino Unido –, expõe a indignação com a espionagem em massa de
cidadãos, por parte dos governos e empresas, que foi revelada nos últimos anos.
“Kissing Coppers”, vendida por €418.000 em
leilão
Diversos
artistas e galeristas já visitaram o local, e especulam
que o grafite seja mesmo de Banksy — por isso, “muito valiosa”. As obras do
grafiteiro valem cada vez mais no mercado de arte, assim como a arte de rua em
geral. Um pedaço de parede com uma de suas pinturas famosas, Kissing Coppers,
foi vendido
recentemente por 418 mil euros (pouco menos de 1,3 milhões de reais). Mas o
próprio artista, cuja identidade real ainda é desconhecida, zombou também de
tal mercado: em 2013, vendeu
suas obras originais por 60 dólares em uma feira no Central Park, em Nova York.
Na ocasião, seus stêncils não foram reconhecidos e apenas sete quadros foram
vendidos.
Fonte: http://outraspalavras.net/blog/
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