Além de não ajudar, agora a Cáritas quer criminalizar os refugiados
Vou relatar um fato muito grave que aconteceu ontem a tarde e peço muita atenção a todos que se solidarizam com a causa dos refugiados palestinos.
A cáritas convocou o Hossam na data de ontem para lá comparecer, sob o pretexto de fazer um reembolso de remédios que o Hossam comprou para sua mãe nesses três meses em que ela esteve entre nós. Foram para lá o Hossam, a Huda, a Aysha e eu, como testemunha. Chegando lá, o que se viu foram tentativas por parte da Cáritas de justificar o injustificável, a mesma ladainha de sempre que os refugiados já estão cansados de ver e ouvir pessoalmente ou através de declarações da entidade na imprensa. Todas as argumentações das duas funcionárias da Cáritas, Shirley e Elisa, eram no sentido de desqualificar as reclamações dos refugiados, mas em nenhum momento se dignaram a perguntar como estava a saúde dos familiares dos palestinos.
Em dado momento, a Aysha irritou-se com a Shirley e segurou-lhe pela blusa, não chegando a consumar-se uma agressão física, mas, mesmo assim, imediatamente a Shirley, foi para outra sala e telefonou para a polícia. Chamei um advogado amigo meu e fomos todos para a delegacia e foi feito um boletim de ocorrência contra a Aysha, constando artigo 21 no B.O.
É importante frisar que a Aysha foi incluida juntamente com a Sra. Nuzha e seu sobrinho de 09 anos de idade no programa de reunião familiar da ACNUR, está há três meses no Brasil sem que até agora tenham ficado prontos os documentos dos três, previstos no Estatuto do Refugiado, não fala nada de português, teve a noticia da morte de seu marido em Gaza quando estava recem chegada em Mogi, perdeu sua irmã Nuzha que faleceu no último dia 27/07 por pura negligência da Cáritas, seu sobrinho tem passado por crises violentas de asma, com o conhecimento e negligência da Cáritas que não tem lhe prestado a assistência devida, não receberam até o momento nenhum pagamento do auxilio subsistência previsto no convênio de reassentamento. A Nuzha era cirurgiada da coluna vertebral e por isso precisava de um colchão ortopédico, mas recebeu da cáritas um colchão de espuma, o que a obrigava a dormir no chão, o que pode ter causado a água nos pulmões que provocou o agravamento dos seus problemas de saúde que a levou à morte.
Foi uma cena fabricada pela cáritas essa de hoje, na tentativa de criminalizar os refugiados palestinos.
Sendo assim, daqui em diante, sabemos que armadilhas como essa são armadas para gerar argumentos contra os palestinos, em represália à ampla cobertura que tem sido dada nos jornais sobre a negligência da Cáritas/ACNUR em relação aos refugiados. A sociedade está de olho!
Mauro Rodrigues - 11.08.2009
Fonte: http://liberdadepalestina.blogspot.com
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
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