Se ninguém se mexer
Estamos assistindo a um fenômeno assustador. O Poder Legislativo federal está paralisado exclusivamente pelos tais recortes de jornal num momento em que todos os países do mundo, do mais rico ao mais pobre, fazem de tudo para superar a crise econômica.
E o que faz o Brasil? Mergulha numa discussão inútil sobre práticas do Legislativo que sempre existiram e que não será com sua paralisia que deixarão de existir. Com isso, jornais, tevês e a oposição ao governo do país impedem que o Congresso trabalhe.
Resultado: o marco regulatório do pré-sal, por exemplo – matéria do interesse maior de todos os brasileiros –, deverá ficar indefinido até o fim do governo Lula, segundo estimativas da oposição.
Além disso, as famílias Frias, Marinho, Civita e Mesquita arrogaram para si o poder inimaginável de escolherem quem presidirá as duas Casas do Congresso.
Quem lhes delegou esse poder? Quantos votos essas famílias receberam para exercer um poder ditatorial como esse?
E o pior é que não é “só” isso. A mesma imprensa que paralisa o Legislativo, que impede que o Brasil funcione normalmente (num momento delicado como este por que passa o planeta Terra) e que detém o poder de nomear e derrubar os presidentes da Câmara e do Senado, ainda mata ou adoece pessoas com seu poder de alarmar a sociedade, como ficou patente no ano passado na questão da febre amarela e agora no caso da gripe “suína”.
Pergunto-me, então: se o próprio grupo político e o governo federal, que têm sido os alvos principais desse poder discricionário da mídia, não se mexem para reagir a essa barbaridade apesar de terem poder de sobra para tanto, o que é que um mero caixeiro-viajante vai querer fazer?
E mais uma pergunta: por que eu teria que fazer alguma coisa se os que têm muito mais condições para reagir, não fazem nada?
Bem, primeiro porque levei mais de uma centena de outros cidadãos a fundarem comigo uma ONG (o Movimento dos Sem Mídia) justamente para reagir aos abusos da mídia, e, em segundo, porque alguém tem que pôr o guiso nesse gato antes que ele incendeie a casa toda.
Dessa maneira, comunico que o Movimento dos Sem Mídia, por meu intermédio, voltará a se manifestar ao Ministério Público Federal no que tange duas questões cruciais para o país.
A primeira questão é a da representação que a ONG que presido fez ao MPF no ano passado por conta do alarmismo da mídia na questão da febre amarela.
Por inação do Ministério da Saúde, que não forneceu as informações requisitadas pelo Ministério Público para julgar a procedência da denúncia do MSM apesar de aquela Procuradoria ter feito o pedido ao MS duas vezes, o alarmismo voltou agora na questão da gripe suína.
Há farto material para juntar aos autos no MPF, inclusive denúncia do ombudsman da Folha de São Paulo em artigo de sua autoria que leva o sugestivo título de “No Limite da Irresponsabilidade”, no qual denuncia que seu jornal promoveu o alarmismo do qual é acusado pelo MSM.
Esse material será juntado ao processo na próxima terça-feira e, posteriormente, será reproduzido aqui.
A segunda questão sobre a qual o Movimento dos Sem Mídia irá se manifestar ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal é a da ficha policial falsa que a mesma Folha de São Paulo divulgou contra a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e que o jornal, apesar de perícias que provam a falsidade do documento, insiste em coonestar.
Há que investigar quem enviou a falsificação ao jornal e qual sua participação no processo fraudulento e difamatório contra uma autoridade federal.
Apesar de a prerrogativa de processar os difamadores caber exclusivamente à vítima da difamação, a falsificação de documento público é crime que qualquer cidadão pode denunciar e, portanto, é isso o que o MSM fará.
Houve alguma demora para agirmos devido às férias do diretor jurídico do MSM. Com seu retorno, as duas ações supra mencionadas serão retomadas ainda nesta semana, sendo que a representação relativa à ministra Dilma Rousseff talvez não fique pronta esta semana, mas, com certeza, ficará até a próxima.
Por fim, devo fazer uma denúncia. Quando anunciei que faria uma representação ao MPF por conta da ficha falsa da ministra Dilma, recebi ameaça via comentário postado neste blog.
Faço uma sugestão aos que me ameaçaram anteriormente: não percam seu tempo fazendo ameaças. Partam diretamente para a retaliação que me prometeram em caso de eu levar o assunto adiante. Não tenho medo de vocês.
Escrito por Eduardo Guimarães
Fonte: http://edu.guim.blog.uol.com.br/
terça-feira, 11 de agosto de 2009
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