Estamos sendo envenenados!
Por Marcelo Salles, 05.08.2009
Um dos maiores problemas da atualidade, no Brasil e no mundo, é a falta de segurança alimentar. A negligência do poder público, a desinformação e a falta de fiscalização social permitem que empresas sem escrúpulos lucrem com o envenenamento de terras, rios, plantas, bichos e seres humanos. Pior, aproveitando-se de governos corruptos e/ou incompetentes, as empresas passam a controlar a própria semente, fonte da vida, determinando quem pode ou não plantar. Isto é feito por uma combinação macabra: uma mesma empresa produz a semente e o agrotóxico necessário para que ela germine. A explosão de câncer nos últimos anos está diretamente ligada a isso, não tenho dúvidas. E numa total inversão da realidade, essas empresas passam a imagem de que são boazinhas, que respeitam a natureza e promovem o desenvolvimento. Fazem isso comprando as corporações de mídia e jornalistas que ocupam postos-chave (que perderiam influência com a democratização da mídia). Gente que passa a ser cúmplice do genocídio. Gente que joga no lixo o juramento do jornalista profissional: “A Comunicação é uma missão social. Por isto, juro respeitar o público, combatendo todas as formas de preconceito e discriminação, valorizando os seres humanos em sua singularidade e na luta por sua dignidade”. Quantos mais terão que morrer - como aconteceu com os cigarros - para que alguma coisa seja feita?
Segue abaixo a nota enviada pelo MST, que chama a atenção para este problema e avisa: o Brasil ultrapassou os EUA e já é o maior consumidor de veneno do mundo. A íntegra do documento pode ser lido aqui.
[neste outro link - clique aqui - está a cartilha divulgada pelo Ministério da Agricultura, que explica a importância dos alimentos orgânicos, critica os transgênicos e fala sobre a adoção, em 2010, do selo SISORG, que vai garantir a naturalidade dos alimentos. É uma iniciativa importante, que precisa se manter firme diante das pressões que hão de vir. As ilustrações são do Ziraldo]
Agronegócio transforma o Brasil no maior consumidor de venenos do mundo – 03/08/2009
A partir de informações publicadas pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) – organização patronal que reúne empresas do agronegócio como Basf, Bayer, Down Agrosciences, Dupont, Monsanto e Syngenta – elaboramos um resumo sobre o consumo de venenos na agricultura brasileira.
Os dados são preocupantes. Enquanto as transnacionais exultam com seus lucros, o Brasil ocupa o posto de maior consumidor de venenos do mundo. A posição, antes ocupada pelos Estados Unidos, foi assumida em 2008, ano em que o mercado de agrotóxicos movimentou sete bilhões de dólares.
Foi no ano passado também que uma série de decisões judiciais – obtidas após recursos movidos por empresas de agrotóxicos – impediu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de realizar a reavaliação de 14 ingredientes ativos (utilizados em mais de 200 agrotóxicos).
Esse cenário contribuiu para o Brasil continuar a produzir e importar agrotóxicos proibidos em diversos países do mundo. Segundo informações do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas da Fundação Oswaldo Cruz, o que não é vendido União Européia, Estados Unidos, Canadá, Japão e China, acaba vindo para o mercado brasileiro.
Neste ano de 2009, a Avisa retomou os processos de reavaliação de 13 substâncias. Porém, os interesses das empresas de agrotóxicos mostram que mais uma vez será árdua a tarefa do órgão. Dentre os dados recolhidos de informações da Andef, está o que a associação chama de “Desafios Estratégicos para a Indústria de Defensivos Agrícolas”, uma lista com oito itens que tem como ponto de destaque a necessidade de “agilizar processo de registro de novos produtos”. Percebe-se também que as indústrias de veneno estão preocupadas com os consumidores. Em quarto lugar, vemos que um dos desafios apontados é o de “esclarecer para a sociedade que alimentos ‘convencionais’ [sic] do agronegócio são mais saudáveis”.
Fonte: http://www.fazendomedia.com/
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Mas isso não está ligado a necessidade do agricultor atingir uma demanda agressiva e uma dita "qualidade" visual exigida pelos grandes revendedores? Como podemos solucionar isso?
Parabens pelo Blog!!!!
Anselmo
Anselmo,
Isso esta ligado exclusivamente ao lucro!
As grandes corporações (Bunge/Cargill/Bayer entre outras) não se importam com o que estamos comendo, logo, não se preocupam os males que esses alimentos geneticamente modificados podem causar aos consumidores!
Em alguns países da Europa os consumidores conseguiram que os produtos geneticamente modificados sejam rotulados para que as pessoas saibam o que estão comendo. Por aqui, isso é pura utopia, já que muitos nem comem!
E esses males já estamos vendo através da natureza e de alguns problemas de saúde que algumas pessoas andam tendo!
Provos Brasil
Postar um comentário