[EUA] Freegans fazem festas gratuitas na cidade de Nova Iorque
Num apartamento de um velho prédio no Harlem, um cheiro delicioso vem de uma cozinha pequena onde há panelas recheadas com vegetais cozidos sobre o fogão.
Rostos amigáveis entram e saem da cozinha, cada um trazendo mais comida para adicionar a refeição. Esta festa está sendo preparada pelos Freegans, que coletaram todos os ingredientes de sacolas e latas de lixo na noite anterior – grátis.
Apesar de tudo, parece vir direto de um show de culinária caseira, fresco e delicioso. Na mesa da sala de jantar tinham 5 enormes filões de pão intocados. Isto era mais parecido com um jantar de Ação de Graças do que sobras de lixo.
“Nós sempre tomamos sopa”, uma Freegan contou-me enquanto ela derramava canecas de feijão numa vasilha grande. “É um tipo de comida bem comum”.
“Fregan Festeja” acontecem uma vez por mês, usualmente após um “Turismo pelo lixo” nos depósitos de entulho. Na cidade de Nova Iorque, onde a produção e desperdício são enormes, Freegans ganham a vida rejeitando a sociedade consumista usando a comida jogada fora pelos grandes supermercados.
Mas o Freeganismo é mais do que uma maneira de sobreviver de comida grátis. Pegue Marsha Hinds, como exemplo. Hinds é membro do Freegan há poucos anos mas ela tem vivido livremente por sua própria conta na maior parte de sua vida.
Moradora de 20 anos do Crown Heights, Brooklyn, ela está desempregada mas é capaz de pagar um aluguel mensal de 900 dólares.
“Quando eu estava empregada fazendo edições ou digitando trabalhos. Eu guardava aproximadamente 80% da minha renda anual. Agora eu tenho mais ou menos 40 mil dólares guardados, dinheiro suficiente para viver por dois anos sem trabalhar”, conta Hinds.
Hinds explica que comida não é a única coisa que obtém sem custo.
“Eu amo coisas grátis. Especialmente livros grátis. Eu tenho sido uma caçadora pela maior parte da minha vida – eu pego de tudo, até mesmo micro-ondas, sapatos ou roupas”.
Um dos passatempos favoritos de Hinds é procurar no Booxcrossing.com, um site que permite as pessoas ao redor do mundo trocar livros e é de acesso livre, claro. A loja Brooklyn Free, na Grand Street entre a Bedford e Berry, é um outro lugar onde velhos e usados podem ser doados e qualquer um pegá-los gratuitamente. Existe até mesmo um grupo libertário de bicicleta, 123 Bicicleta Coletiva, que conserta bicicletas grátis.
Dentro do apartamento do Gio Andollo no Harlem, onde a festa acontece tem vários sofás e parte do mobiliário que ele diz que “foram provavelmente encontrados na rua”, mas foram deixados pelos moradores anteriores. Antes de mudar-se para Nova Iorque em setembro, Andollo morou em Orlando, Florida, onde ele esteve envolvido com o “Comida Sim, Bombas Não”, uma organização que compartilha refeições vegans e vegetarianas em protestos e eventos.
Até mesmo em Orlando, ele não era estranho ao mergulho nas latas de lixo.
“Nós costumávamos sempre encontrar seis pacotes de cervejas ou Gatorades que foram jogados fora somente por que uma garrafa estava quebrada”, explica Andollo num dos seus primeiros dias de procura. “Nós voltamos para casa sem mesmo saber o que fazer com todas elas- tudo grátis, bebidas fechadas que costumam custar de 2 a 3 dólares cada”.
E alguns estudantes da Universidade de Nova Iorque estão mudando para o estilo de vida dos Freegan. Um aluno graduado matriculado no programa de representação artística na Tisch Escola de Artes, Aidan Nolan, disse que Freeganismo era muito mais atrativo para ele depois da economia insatisfatória.
Ele conta que está olhando o mundo de uma forma diferente: “vendo uma maçã com um amassado não significa que todas as maçãs são ruins”.
Lecia Bushak
Tradução > Luis, A Vingança!
agência de notícias anarquistas-ana
pousada na lama,
a borboleta amarela,
com calor, se abana
Alaor Chaves
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário