quinta-feira, 22 de abril de 2010

[Espanha] Zaragoza: “Reclame as ruas sem fronteiras” - ANA


[Espanha] Zaragoza: “Reclame as ruas sem fronteiras”

[Entre os dias 15 e 16 de abril os ministros de imigração dos países que formam a União Européia se reuniram em Zaragoza para falar de imigração. Em paralelo, diversos coletivos, redes e associações organizaram uma série de atividades para denunciar a intolerável política de imigração da União Européia. A seguir um resumo de alguns eventos.]

Manifestação "Que os Ricos Paguem a Crise"

[Domingo, 18 de abril]

Aproximadamente 2000 pessoas manifestaram-se em Zaragoza convocadas pela Plataforma “Que os Ricos Paguem a Crise”. Os manifestantes invadiram o centro da cidade num ambiente festivo e colorido, mas sem esquecer o seu tema reivindicativo, com referências às causas da crise, banqueiros, políticos e empresários, e gritos a favor da Greve Geral e críticas contra os chamados sindicatos majoritários, UGT e CO, cúmplices do sistema e também culpáveis da crise. O protesto terminou com a leitura de um manifesto conjunto no qual se apelou à união de todos para lutar para sair da crise, entre outras coisas.

"Reclame as ruas sem fronteiras"

[Sábado, 17 de abril]

Cerca de 5 mil pessoas manifestaram-se nas ruas de Zaragoza sob o lema “Dignidade, Respeito e Direitos para todos e todas”, numa ação convocada pela Plataforma Cidadã pela Igualdade e a Interculturalidade, que aglutina numerosas organizações sociais integradas na Cúpula Alternativa de Imigração.

Previamente, cerca de 600 pessoas tinham participado numa passeata que partiu de diferentes bairros de Zaragoza, como parte da campanha de apresentação pública na cidade, referente à campanha internacional "Cidades Sem Fronteiras".

A passeata, convocada como "Reclame as ruas sem fronteiras", compôs-se por cinco colunas procedentes dos bairros de Las Fuentes, Torrero, La Madalena, Ensanche e Actur. Uma vez na Praça Paraíso, todas as colunas se juntaram ao protesto, apesar de algumas tentativas da Polícia Nacional para dissolver a coluna que vinha da Praça de San Francisco, que contava com um numeroso grupo de imigrantes indocumentados.

O que reclama “Ruas Sem Fronteiras” (Extrato da convocatória):

• Liberdade de Movimento na cidade: Basta de exclusões, controles de documentação e detenções arbitrárias contra o/as migrantes em todos os bairros.

• Direitos para todas as pessoas: Igualdade de acesso aos direitos sociais e às prestações e serviços a eles associados para todas as pessoas, independente do país de origem e da situação administrativa.

• Regularização e direitos laborais para todas as pessoas como medida inalienável para evitar as situações de exclusão e exploração laboral que sofrem os/as migrantes indocumentados.

• Incremento dos pressupostos destinados a políticas sociais: que garantam o acesso para todas as pessoas aos serviços e prestações sociais básicas, tais como a saúde, a educação, os equipamentos públicos, etc., evitando a atual competição entre a cidadania por uns recursos públicos escassos.

• Fim dos Centros de Internamento para Estrangeiros (CIE): existentes e compromisso de não construção de mais nenhum CIE em nenhuma cidade.

Fotos: http://media.noblezabaturra.org/v/Derechos_civiles/no_sobra_nadie/reclama/

Duas ações diretas denunciam as políticas migratórias européias

[Sexta-feira, 16 de abril]

Por volta do meio-dia, um primeiro grupo de ativistas conseguiu chegar bem perto da entrada do edifício (Palácio de Congressos) onde estavam reunidos os ministros. Vestidos com macacão, luvas brancas e máscaras, anunciaram por um megafone que havia sido descoberto um foco infeccioso do vírus racista “frontex xenofobiae”, e que o seu trabalho consistia em prevenir o seu contágio assim como realizar uma desinfecção do lugar. A equipe de desinfecção agradeceu a presença do Corpo Nacional de Polícia "para proteger todas as entradas e saídas do recinto e manter as pessoas infectadas no interior do edifício".

Entretanto, era feita a impermeabilização da zona, frente à barreira policial estabelecida entre o grupo e as portas.

Momentos depois, um segundo grupo de pessoas aproveitava a confusão criada para também se aproximar da entrada do edifício e jogar tinta vermelha sobre ela, representando as mortes provocadas pelas políticas das fronteiras européias e devido à perseguição aos imigrantes no território da União Européia.

Mais tarde, o grupo vestido de macacão branco expôs vários banners em que se podia ler mensagens como "Política Européia de imigração mata?" ou " Aqui não poupam ninguém?" e foram gritados vários slogans contra o racismo. Por último, a polícia identificou todos os participantes na ação e os fizeram retroceder vários metros, para fora da zona de segurança do recinto.

A sessão desta manhã da Conferência Ministerial sobre Integração de Imigrantes, nome oficial da Cúpula intitulava-se "A integração como motor de desenvolvimento e coesão social", e tinha como objetivo discutir as políticas de imigração da União Européia, justamente o foco de críticas dos ativistas.

Entre os assistentes encontrava-se a secretária de Estado para a Imigração e Emigração Anna Terron, e a Comissária dos Assuntos Internos da União Européia, Cecilia Malmström, que afirmou recentemente que a "Espanha não pode tolerar a entrada de imigrantes ilegais no censo?", apoiando assim o plano do Conselho da cidade de Vic de informar o governo dos indocumentados que se registrarem na região.

Em contraste com o título da conferência, o porta-voz do grupo de ativistas afirmou que "ninguém pode falar de integração se não garantir os direitos básicos para todos os povos". E argumentou que as perseguições aos centros de detenção de estrangeiros e a falta de direitos laborais são os fatores que impedem a integração dos migrantes.

Fotos: http://picasaweb.google.es/117794366953077380725/AccionDirectaNoViolenta#

Mais infos: http://www.zaragozasinfronteras.tk/

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana
Marchando no tempo,
antes de tudo e após tudo,
soberbo, o silêncio.

Alexei Bueno

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