Estado Assassino: Israel poderá deportar todos os palestinos da Cisjordânia, dizem ONGs - Por Agência EFE

Israel poderá deportar todos os palestinos da Cisjordânia, dizem ONGs
Uma nova ordem militar de Israel permitirá capturar e deportar todo palestino residente no território ocupado da Cisjordânia que não tenha uma "permissão" emitida pelas autoridades israelenses, denunciaram ONGs locais neste domingo (11/4). A nova ordem entrará em vigor na próxima terça-feira (13/4) e sua redação é tão genérica que, teoricamente, permitirá ao exército israelense deportar todos os habitantes palestinos da Cisjordânia, afirmam as ONGs israelenses Hamoked e o Centro para a Defesa do Indivíduo.

Destinada a impedir as infiltrações no território ocupado, a ordem inverte o princípio da presunção da inocência e define todos os residentes palestinos desse território como "infiltrados". A medida é assinada pelo ex-comandante do comando central, Gadi Shamni, com jurisdição na Cisjordânia.

Com outras nove ONGs, a Hamoked denuncia que a ordem não foi anunciada entre a população palestina, o que eleva a suspeita de que, apesar das sérias implicações que traz, as autoridades tentam fazer com que passe despercebida para evitar o debate público ou uma eventual revisão judicial.

As ONGs exigiram que o Ministério da Defesa adie a entrada em vigor da ordem. Elas alegam que todos os moradores da Cisjordânia seriam transformados em potenciais criminosos e poderiam ser presos por até sete anos ou deportados do seu território de origem.

"As ordens mudam a definição de 'infiltrados' e, de fato, se aplicam qualquer palestino que esteja na Cisjordânia e não tenha uma permissão israelense. Mas não define o que Israel considera como permissão válida", dizem as ONGs em nota.

Estrangeiros
O texto acrescenta que a grande maioria dos habitantes da Cisjordânia - onde moram 2,5 milhões de habitantes - nunca pedirá nenhum tipo de permissão para morar no local onde suas famílias vivem desde tempos ancestrais.

As organizações denunciam que a atual política será empregada inicialmente com os palestinos que se encontram na Cisjordânia e que Israel quer transferir para a Faixa de Gaza, apesar do fato de muitos deles terem nascido na Cisjordânia ou se assentado lá de forma legal. Também tenta expulsar estrangeiros casados com palestinos da Cisjordânia que estão no exterior, situação que afeta dezenas de milhares pessoas.

"Em todo caso, a definição de 'infiltrado' expõe o indivíduo a penas de entre três e sete anos de prisão e poderia, a princípio, ser aplicada a qualquer pessoa que o exército considere suspeita, incluindo israelenses e estrangeiros que estejam presentes na Cisjordânia", diz a nota.

Reação
O dirigente palestino Nabil Xaath classificou a medida como "a pior medida racista" adotada pela ocupação israelense.

"A medida permitirá, por exemplo, que o comando militar israelense considere como infiltrados palestinos que vivam, mas que não tenham nascido na Cisjordânia, crianças nascidas na Cisjordânia de pais de Gaza e mulheres residentes na Cisjordânia", denunciou.

Em declarações à agência de notícias espanhola Efe, Xaath anunciou que a ANP (Autoridade Nacional Palestina) vai fazer "uma campanha diante da comunidade de nações" para tentar impedir a medida nos fóruns internacionais.

Fonte: http://www.operamundi.com.br/