segunda-feira, 5 de abril de 2010
Sobre Serra, o “inimigo da roubalheira” - Da Hora do Povo
Sobre Serra, o “inimigo da roubalheira” - Da Hora do Povo
É sempre bom lembrarmos com quem estamos lidando!
Flávio Bierrenbach, ministro do Superior Tribunal Militar, em 1988: “Uma ambição sem limite. Ele usa o poder de forma cruel, corrupta e prepotente”
As carradas de cinismo, mentira, encenação e embuste do programa de Serra na TV conseguiram bater seu próprio recorde na campanha eleitoral de 2002. O que é de causar vômitos aos homens honrados, mas não é de se estranhar: para ter limites é preciso ter caráter. E o de Serra já foi muito bem retratado há 16 anos – no horário eleitoral da campanha de 1988 – pelo então deputado e hoje ministro do Superior Tribunal Militar, Flávio Bierrenbach:
“Serra entrou pobre na Secretaria de Planejamento do Governo Montoro e saiu rico. Ele usa o poder de forma cruel, corrupta e prepotente. Poucos o conhecem. Engana muita gente. Prejudicou a muitos dos seus companheiros. Uma ambição sem limite. Uma sede de poder sem nenhum freio”.
DOSSIÊS
O ministro Bierrenbach foi, durante muitos anos, o melhor amigo que Serra teve, até que descobriu que Serra não era seu amigo, nem era amigo de ninguém. Trata-se, portanto, de um testemunho com inequívoco conhecimento de causa, ou seja, do pulha. Os quase 20 anos já passados desde que Bierrenbach fez sua denúncia só confirmaram a exatidão do retrato: outros seus correligionários logo aprenderiam quem é Serra. Que o diga o ex-ministro Paulo Renato, contra o qual Serra, na época competindo com ele pela candidatura a presidente pelo PSDB, confeccionou um dossiê, atribuindo-lhe atos corruptos quando funcionário do Bird. Que o diga a aliada – do PFL – Roseana Sarney, cuja candidatura foi derrubada pela ação de um sequaz de Serra, um certo Santoro, que forjou um flagrante em São Luís, supostamente de corrupção, acusação da qual, depois, a senadora maranhense foi absolvida.
Se foi assim com seus próprios correligionários, pior ainda com adversários. Vide o caso do ministro José Dirceu, homem de coragem e integridade comprovadas. Foi o mesmo Santoro que foi flagrado, através de uma gravação, tentando pressionar um bicheiro a envolver Dirceu num caso sujo. E lá estava o sequaz de Serra, na calada da noite, chantageando o bicheiro para que “colaborasse”.
Porém, basta ver o seu programa eleitoral no primeiro e no segundo turno destas eleições. Nenhuma proposta de absolutamente nada. Apenas insultos, difamações e calúnias em relação à adversária. Mentiras por atacado em relação aos adversários e a si próprio.
MENTIRAS
Nada é tão revelador da falta de caráter quanto aquela nojeira de encenar que está sendo “perseguido” quando os adversários dizem alguma verdade sobre ele – verdades, diga-se de passagem, até agora muito modestas em relação à realidade da podridão moral de Serra. Como é próprio dos répteis, ele quer agredir da forma mais peçonhenta, cavilosa, sibilina e tortuosa, e proibir os adversários de falar a verdade, afetando aquele ar de vítima, que disputa em asco com os sorrisinhos cínicos e hipócritas.
O que fez Serra na vida – que nos seja perdoada a impropriedade de usar a palavra “vida” – além de caluniar, de infamar, de prosternar-se diante de magnatas estrangeiros, assaltar o patrimônio público, arrasar com o atendimento à população? O que fez Serra como secretário de Planejamento do governador Montoro, além das atividades muito bem resumidas por Bierrenbach? Paralisou o governo, e a primeira coisa a ser paralisada foi, precisamente, a continuação das obras do metrô de São Paulo.
Pois, em seu programa, Serra se atribui a construção do metrô, que, segundo ele, antes de sua profícua gestão na secretaria de Planejamento, estava parado. É mentira. Maluf havia construído a linha norte-sul e iniciado a linha leste-oeste. Quem parou as obras do metrô foi Serra. Somente no governo Quércia a construção do metrô retomaria o impulso. Serra, no entanto, citou até a estação do Tatuapé como obra sua, estação que foi construída por Maluf. E quanto à estação Marechal Deodoro, citada no seu programa de segunda-feira, foi construída e inaugurada por Quércia.
Tudo o que ele diz que fez, foi exatamente o que não fez, da mesma forma que tudo o que diz que fará, é exatamente o que não fará, é exatamente o contrário do que fará. Ele sempre destruiu, jamais construiu nada. Assim, agora, pretende, supostamente, fazer as coisas que já foram feitas pela sua adversária. Como sempre, o que ele pretende é desfazê-las.
Daí a ridícula história de que Marta deveria ter investido no metrô, e não nos ônibus. Logo o metrô, que pertence ao Estado, e não à Prefeitura. Além disso, se o povo de São Paulo fosse esperar que houvesse metrô em todos os lugares da terceira maior cidade do mundo, andaria a pé por décadas, talvez até pela eternidade. Pois nem em Paris, onde o metrô foi construído no século XIX e desde lá continua sendo ampliado, os ônibus deixaram de existir, simplesmente porque não é possível ter metrô em todo e qualquer lugar da cidade. O amigo leitor talvez conclua que o plano de Serra é afundar São Paulo debaixo da terra, construindo tantos túneis para o metrô que os alicerces dos edifícios e das casas ficarão sem ter onde se apoiar. Não, leitor, Serra não pretende abrir túnel nenhum.
O que ele quer com essa conversa ridícula é apagar a revolução nos transportes urbanos que a prefeita realizou em São Paulo. O que ele acha é que gastar dinheiro com o povo é besteira, pois Serra odeia o povo. Aliás, tanto como secretário de Montoro, como quando ministro de Fernando Henrique, o que ele fez foi dar o dinheiro do povo aos banqueiros, sobretudo aos estrangeiros. É para isso que ele acha que o povo deve pagar impostos, e não para que o dinheiro público seja utilizado em benefício da coletividade – isto é, do próprio povo – como a prefeita Marta fez.
CINISMO
Por falar em impostos, é de um cinismo psicopático essa acusação estúpida de que Marta criou taxas, como se a taxa do lixo não tivesse sido necessária exatamente pela situação de penúria que o governo do qual Serra era o segundo deixou São Paulo, seqüestrando mensalmente 13% do orçamento municipal para pagar juros. E o dinheiro dessa taxa de R$ 6,00 foi empregado para construir uma usina de reciclar lixo, resolvendo um problema que era crítico em São Paulo, o dos aterros sanitários já superlotados. Quanto à taxa de iluminação pública, ela existe em quase todas as cidades do Brasil. São Paulo é, aliás, uma das cidades do país com menos taxas municipais. Quanto aos impostos, Marta concedeu uma ampla isenção de IPTU às camadas mais pobres, como não existe em nenhuma outra cidade.
Já Serra, é responsável, com Fernando Henrique, Malan e outros bandidos, pelo aumento da carga tributária de todo o Brasil de 29,8% do PIB (1994) para 35,9% do PIB (2002), o maior salto dos impostos em 500 anos de História – maior do que as derramas de Dona Maria Louca, que iam até 20%. Serra também desviou a CPMF da área da Saúde para os cofres dos bancos. E também foi um dos que impuseram ao povo uma estúpida tabela de imposto de renda, pela qual um cidadão que ganha mais do que R$ 2.200,00 mensais está sujeito a uma tributação de 27,5% sobre o seu salário.
LOBISTA
E para que foi essa escorcha fiscal? Para construir usinas de reciclagem de lixo? Para construir hospitais? Para construir escolas? Não, leitor, somente para pagar juros estratosféricos – juros que o próprio governo colocava lá em cima – aos banqueiros, isto é, para doar o dinheiro dos impostos aos especuladores. Só para isso e para nada mais. Quanto à iluminação, a privatização, pela qual ele foi responsável direto, das distribuidoras de energia, fez com que o consumidor hoje tenha aumentos de tarifas determinados pelo dólar, o que fez as contas de luz subirem para o espaço. É esse sujeito que vem falar das mínimas taxas da Prefeitura, como se fosse paladino do contribuinte.
Serra também não criou os genéricos – que foram concebidos pelo ministro Jamil Hadad no governo do presidente Itamar Franco. O que Serra fez com os genéricos foi depravá-los em instrumento de lucro e exploração dos monopólios farmacêuticos estrangeiros, exatamente o oposto do objetivo que tinham, com eles, o ministro Hadad e o presidente Itamar. Lobista das patentes das multinacionais da indústria farmacêutica quando era parlamentar, Serra obrigou as empresas nacionais que quisessem fabricar genéricos a comprar os insumos dos monopólios farmacêuticos estrangeiros. Esta é a razão pela qual os próprios genéricos são tão caros. Tão caros que os preços de alguns chegam a oscilar acima dos preços dos medicamentos “de marca”.
Como ministro da Saúde, ele tornou o Ministério um antro de concessão de privilégios às empresas estrangeiras, sobretudo às norte-americanas. Inclusive, dispensou-as de análises para aprovar seus medicamentos: bastava que tivessem sido aprovados pela FDA, órgão do governo americano, aliás, muito competente – já aprovou a talidomida para grávidas, o Vioxx para cardíacos, e outras grandes tacadas científicas semelhantes. Quanto aos laboratórios nacionais, eram obrigados a uma série de custosas análises, que tinham de pagar do seu bolso. Ao mesmo tempo, sob o seu acoitamento, instalou-se uma máfia da área de compras de hemoderivados, que só foi desbaratada pelo atual governo, que mandou seus integrantes para a cadeia.
Além disso, Serra, depois de demitir 5 mil mata-mosquitos, aumentou os casos de dengue de 180 mil (1997), quando assumiu o Ministério da Saúde, para 794 mil (2002). Tornou o Brasil o campeão em casos de lepra e proliferou a tuberculose. É com esse currículo que ele se apresenta como “o maior ministro da Saúde que o Brasil já teve”.
Ministro do Planejamento, Serra nunca planejou nada. O que ele fez foi se submeter como lacaio aos ditames da especulação forasteira, aos cartéis e aos monopólios financeiros privados, principalmente os com sede nos EUA, promovendo o maior desemprego da História do país, torrando e entregando aos monopólios externos o patrimônio público que gerações de brasileiros construíram, falindo e desnacionalizando as empresas privadas nacionais. As gordas comissões na torrefação das estatais apareceram nas contas de seu caixa de campanha Ricardo Sérgio, e nas de Gregorio Marin Preciado, sócio de Serra e casado com uma prima sua.
ANTI-SOCIAL
Para onde se olhar com atenção na carreira de Serra, se encontrará um malfeito, um crime contra o povo, uma traição, uma delinquência, uma atividade anti-social. O lugar de Serra não é entre os homens e mulheres de bem. Não é à toa que ele vive repetindo que “é do bem”. Quem é, não precisa repeti-lo. O povo sabe. Mas ele entoa essa ladainha exatamente porque, ao contrário da época em que Bierrenbach disse que ele “engana muita gente”, hoje ele engana cada vez menos gente. E, ainda que procure escondê-lo até de si mesmo, no fundo, ele sabe disso
Fonte: http://www.estadoanarquista.org/blog/
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